Após duelo memorável, seleção brasileira retorna a Belo Horizonte a um passo da final. Foto: Divulgação

P.J. GODOY – O que diriam os deuses do futebol sobre os 60 jogos que encantaram o país onde dele mais se cultiva? Quem poderia ser a estrela mais iluminada, e quais seriam as penitências dos pecadores que ousaram ofuscar tal brilhantismo? Na Copa das Copas, as emoções se resumem em uma só palavra.

Acreditar, o verbo mais conjugado entre aqueles que ainda sonham com o título mundial. O termo mais atribuído desde a Argélia até a Costa Rica. Apesar de muitos agregarem a palavra durante a competição, ninguém a difunde mais que os soldados do comandante Felipão.

Depois de um clima de velório com a lesão de Neymar, a seleção brasileira respira com a possibilidade de encontrar novos trunfos diante da Alemanha. Sem o seu principal protagonista, a equipe deposita sua confiança em um novo herói, sob os olhares do 12º jogador.

De fato, nenhuma equipe em qualquer lugar do planeta ganharia atributos com a perda de alguém como Neymar. Ainda assim, a ausência do camisa 10 pode servir como fonte de inspiração, além de corrigir algo que perdurou durante toda a campanha dos brasileiros.

Novo herói da torcida, David Luiz será o capitão na semifinal.
Foto: Divulgação

Diante da Colômbia, durante o período em que o craque esteve fora de campo, a seleção fez em poucos minutos o que dela se esperou desde o início. Parecia que os jogadores previam o que estava por vir. Assim, mostraram toda a coletividade ausente nos duelos anteriores.

De segunda opção na defesa, David Luiz assumiu a condição de herói. Não bastasse isso, se deu ao luxo de assinalar um golaço a 33 metros de distância. Como prêmio pelo rendimento, ganhará a braçadeira de capitão diante da suspensão de Thiago Silva.

Nesta terça-feira, 8, oito títulos mundiais estarão nos gramados. Para vencer os alemães, o Brasil precisa de muito mais que acreditar. É necessário neutralizar a lateral direita e torturar o flanco esquerdo, principal deficiência dos germânicos. Evidentemente, Willian, Ramires, Hernanes, Paulinho ou Bernard, quem assumir a vaga no meio de campo, não substituirá Neymar, mas assim como os demais, pode jogar por ele e mais 200 milhões.

Horário: 17h
Local: Mineirão (Belo Horizonte)
Arbitragem: Marco Rodriguez

Prováveis escalações:

Brasil: Julio Cesar; Maicon, Dante, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho, Oscar, Willian (Paulinho) e Hulk; Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Alemanha: Neuer; Lahm, Mertesacker (Boateng), Hummels e Howedes; Khedira, Schweinsteiger e Kroos; Ozil, Schurrle e Muller. Técnico: Joachim Low.
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RETROSPECTO

Em termos de Copa do Mundo, Brasil e Alemanha não poupam experiência. Apesar disso, as duas seleções que mais disputaram um mundial se enfrentaram apenas uma vez na história do torneio. O encontro ocorreu em 2002, quando o esquadrão comandado por Luiz Felipe Scolari foi pentacampeão.

Além da decisão, as equipes também se enfrentaram em duas ocasiões pela Copa das Confederações. Ambos os duelos com vitórias brasileiras, uma delas em 2005, quando a seleção acabou campeã diante da Argentina na final. Ao todo, foram 21 jogos, com 9 vitórias para o Brasil, quatro derrotas e cinco igualdades no placar.