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Segunda dose da vacina contra o HPV é aplicada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde

qua, 1 de outubro de 2014 04:46
Meninas de 11 a 13 anos que receberam a primeira dose devem completar a imunização
Especialistas garantem que a vacina é eficaz e segura. Foto: Manuella Brandolff - Palácio Piratini

Especialistas garantem que a vacina é eficaz e segura. Foto: Manuella Brandolff – Palácio Piratini

STELA VIEIRA – As Unidades Básicas de Saúde estão aplicando, desde o início de setembro, a segunda dose da vacina contra o HPV. O Ministério da Saúde iniciou a campanha este ano, com a meta de imunizar 80% das meninas de 11 a 13 anos em todo o país. Em Minas Gerais, apenas 16% das meninas que receberam a primeira dose da vacina retornaram aos postos de saúde.

O Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma doença sexualmente transmissível. Atualmente, foram classificados mais de cem tipos da doença que podem, ou não, apresentar sintomas. O câncer de colo de útero, provocado por um tipo de HPV, é a terceira maior causa de morte de mulheres no país, com aproximadamente cinco mil vítimas por ano.

Segundo a coordenadora do Departamento de Epidemiologia da secretaria de Saúde de Araguari, Maria Lúcia Hirono, a procura pela segunda dose está muito devagar. “A vacina está disponível desde o dia 10 de setembro e nós vacinamos apenas 624 adolescentes”. O número corresponde a 28% de um total de 2214 jovens que receberam a primeira dose. “Nossa meta era imunizar 2326 meninas nas escolas e conseguimos alcançar 95%. Foi um sucesso de adesão. É lógico que até o dia 13 de outubro ainda teremos procura pela segunda dose, mas eu esperava um número maior”.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo programa Fantástico, os brasileiros estão com receio de receber a vacina devido a relatos sobre reações adversas graves. Dentre os principais sintomas estão paralisia ou insensibilidade dos membros inferiores, formigamentos, dores de cabeça, perda de memória e tontura. “Essa história causou temor e insegurança, mas existem informações da parte de vários grupos e sociedades brasileiras de imunização, infectologia, pediatria, ginecologia e obstetrícia de que essas reações não são relacionadas à vacina”, comenta a coordenadora.

Em alguns países, como os Estados Unidos e Japão, a vacina é aplicada há muitos anos e apresentou casos de reações alérgicas, porém, os especialistas afirmam que esse tipo de reação pode acontecer com qualquer outra vacina. Segundo os médicos, ainda não foi comprovada cientificamente uma relação direta com os sintomas, podendo a maioria ser decorrente de fatores psicológicos ou emocionais. “Quando aplicamos a primeira dose nas escolas ocorreram algumas reações emocionais, como palidez, mas isso foi devido ao medo que as jovens têm das injeções. Em Araguari as adolescentes não apresentaram reações adversas graves nem na primeira, nem na segunda dose”.

A imunização gratuita teve início no Brasil em março. O governo e os médicos garantem que a vacina é eficaz e segura e ressaltam a importância da imunização, principalmente para a prevenção contra o câncer.

As meninas que receberam a primeira dose precisam ser imunizadas novamente dentro do prazo de seis meses, caso contrário, o efeito da vacina pode ser comprometido. Aquelas que ainda não receberam ou não haviam completado 11 anos no início da campanha podem comparecer à unidade de saúde mais próxima, portando o cartão de vacina, e receber a primeira dose. A segunda dose deve ser aplicada seis meses após a primeira e a terceira dose, após cinco anos. “Recomendo que as jovens não deixem de tomar a segunda dose, pois essa vacina previne contra uma doença altamente prejudicial. Peço que os pais tenham consciência da importância dessa imunização e reflitam melhor em relação à proteção de suas filhas, pois em vários países existem relatos positivos sobre a prevenção de câncer de colo de útero”, disse a coordenadora Lúcia Hirono.

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