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Secretaria de Meio Ambiente alerta para prejuízos causados por queimadas

qui, 14 de julho de 2016 05:10

por Talita Gonçalves

Um incêndio destruiu aproximadamente 15 dos 30 alqueires de vegetação da represa das Araras, na segunda-feira, 11. Nesta encontra-se também o Viveiro Municipal, local destinado ao armazenamento e cultivo de mudas de variadas espécies para reflorestamento. O combate ao incêndio durou aproximadamente cinco horas e foram necessárias três guarnições, incluindo o apoio dos bombeiros que não estavam de serviço, o auxílio de 20 militares do Exército e servidores da secretaria de Meio Ambiente.

Fogo consumiu grande parte da vegetação na área do Viveiro Municipal

Fogo consumiu grande parte da vegetação na área do Viveiro Municipal

O titular da pasta, André Risse, estava no local no momento em que o fogo começou. Ele conta que há cerca de um mês, foram feitos aceiros na área do viveiro, que são aberturas na vegetação, quando o solo e cavado criando uma espécie de barreira para impedir o avanço ou retardar incêndios florestais. Apesar disso, as chamas se propagaram por uma área de mata contínua da represa, acompanhada pela CODEMIG onde havia sido feito o replantio de mil espécies nativas.

O fogo pulou os aceiros e acabou destruindo não só a vegetação. “Ainda não tinha visto um tamanduá bandeira aqui em Araguari. Estava com filhotes, passou por nós no momento do incêndio, achei que iria escapar, mas infelizmente ele apareceu morto,” contou Risse.

Os danos no Viveiro Municipal podiam ter sido piores, segundo o secretário. Por pouco o fogo não alcançou as sementes e mudas que estavam no espaço coberto por sombrites, telas apropriadas para garantir que as plantas não recebam luz solar em excesso.

Diante do problema, a importância de conscientizar a população sobre os riscos e prejuízos causados pelas queimadas se torna ainda mais evidente. Algumas ações neste sentido são desenvolvidas, como as palestras ministradas pela equipe da Sala Verde do Bosque John Kennedy, reflorestamento e um trabalho específico junto a moradores de regiões que possuem reservas ambientais.

Além disso, muitas vezes a população insiste em algumas práticas que, mesmo sem saber, acabam ocasionando queimadas. O toco de cigarro é um vilão conhecido. No entanto, latinhas e lentes de óculos, por exemplo, quando descartados no meio ambiente, acabam refratando a luz solar e causando focos de incêndio.

Educadora ambiental da secretaria, Débora Gomes Teixeira fez questão de ressaltar que a mudança de comportamento é fundamental para a preservação e alertou para os riscos de queimadas na região das Araras. “Muitos entendem que a queimada é, para o cerrado, uma forma de reavivamento, mas é o contrário. Principalmente pela proximidade com a represa das Araras, a queimada deixa o solo exposto, temos uma nascente muito próxima de lá e pode haver contaminação. Quanto mais descoberto o solo, mais a nascente será afetada,” alertou.

Nos próximos dias, a secretaria de Meio Ambiente pretende avaliar os danos causados no Viveiro Municipal e providenciar que as espécies necessárias naquela área sejam replantadas.

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