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Seca em Minas é a maior dos últimos 13 anos

qua, 15 de outubro de 2014 00:48
Situação é gravíssima, segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica de Araguari
A usina de Três Marias deve parar de gerar energia em breve.Foto: Divulgação

A usina de Três Marias deve parar de gerar energia em breve.
Foto: Divulgação

DA REDAÇÃO – Duas das maiores hidrelétricas de Minas vivem a maior escassez de água desde 2001, quando o descontrole exigiu o racionamento do consumo no país. Não bastasse isso, a situação nas usinas de Três Marias, no rio São Francisco, e São Simão, no Paranaíba, ainda pode piorar.

Ao menos, é o que apontam os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). De acordo com o órgão responsável pela coordenação e controle da gestão dos ativos na geração e transmissão de energia, os reservatórios atuam com a capacidade inferior à acumulação de água, ultrapassando registros de 13 anos atrás. Além disso, enquanto o consumo aumentou, o volume de armazenamento também reduziu nas usinas de Nova Ponte, no rio Araguari, com 15,8% e de Emborcação, no Paranaíba, onde caiu para 25,6%.

Na represa de Três Marias, a qual atuava ao ritmo de 13,41% de sua capacidade em 2001, o índice de armazenamento funciona a 4,3%. Diante disso, a geração de energia pode estar com os dias contados. É o que afirma o professor da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica de Araguari, Antônio Giacomini Ribeiro. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, ele apontou para uma realidade gravíssima, provocada pela falta de mecanismos preventivos.

“A situação é gravíssima, crítica. A usina de Três Marias deve parar de gerar energia em breve, pois não tem mais água para o serviço. Está muito pior do que as condições vividas em 2001, quando a população foi induzida a diminuir o consumo e evitar o desperdício porque não havia outra maneira. Naquele ano, o consumidor que registrasse um índice abaixo da média ao fim do mês recebia um bônus. Particularmente, acredito que isso deveria ser atribuído há seis meses, prevenindo essa realidade”, afirmou.

Apesar da iminência do horário de verão e do período chuvoso, Antônio Giacomini não acredita em um alívio no sistema. Questionado acerca de Araguari, onde a captação ocorre por meio de poços artesianos, ele aproveitou para alertar a população.

“Mesmo chovendo, numa quantidade normal, a recuperação vai ser muito difícil. O horário de verão diminui o consumo no período de pico, mas também mudaria pouco a realidade. Araguari é outro tipo de abastecimento que tem certa garantia, embora a recarga dos poços seja feita com a água da chuva. O problema é que meses depois do período, a situação pode piorar. Por isso, é importante que as pessoas se conscientizem o quanto antes sobre o desperdício”, completou.

Iniciado no próximo domingo, 19, o horário de verão se estende até 22 de fevereiro. Enquanto isso, a estimativa é que o calor intenso predomine até o primeiro trimestre de 2015.

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