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Saúde ALerta – Conheça a doença do Pé Diabético

qua, 3 de julho de 2019 05:02

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A diabetes acomete mais de 10 milhões de brasileiros. O paciente de diabetes pode sofrer complicações até mesmo nos pés e tornozelos.  O paciente diabético é suscetível a uma variedade de complicações, muitas delas nos membros inferiores.

Estima-se que uma em cada quatro pessoas com diabetes pode ter problemas nos pés ao longo da vida.

No Brasil, aproximadamente 12,5 milhões de pessoas (quase 9% do total) vivem com diabetes, sendo que nosso país  ocupa o 4º lugar no mundo em indivíduos com diabetes; somos o 6º país do mundo em gastos com diabetes.

Os pés de quem tem diabetes representam um ponto de atenção no controle da doença, uma vez que as extremidades podem ser acometidas de perda de sensibilidade.

Quem tem diabetes, precisa tomar muito cuidado com a saúde dos pés, pois a doença pode causar insensibilidade nas extremidades. Além disso, as altas taxas de açúcar no sangue afetam a capacidade do organismo de combater uma eventual infecção e de cicatrizar um ferimento. Portanto, um machucado no pé de uma pessoa com diabetes pode se tornar um problema muito grave.

O pé diabético é uma das graves complicações do Diabetes Mellitus. Quando ocorre algum ferimento ou por algum motivo há uma infecção nos pés dos portadores de diabetes sem controle, pode ocorrer a evolução para uma ferida maior.

É uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes não controlado. Infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns, provocando o surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação.

Apresenta sintomas tais como: formigamento; perda da sensibilidade local; dores; queimação nos pés e nas pernas; sensação de agulhadas; dormência; além de fraqueza nas pernas. Tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma ferida ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido aos problemas de circulação.

O diabetes é a maior causa de amputação não traumática nos membros inferiores. Pacientes com diabetes têm graus variados de vasculopatia e neuropatia, com maior intensidade nos pés, regiões que apresentam a vascularização e inervação mais delicada. Os problemas nos pés representam a maior causa de internação hospitalar e ocorrem por causa principalmente de lesões que não cicatrizam, as chamadas úlceras.

Estas feridas aparecem, na maioria das vezes, em virtude da insensibilidade (causada pela neuropatia) e não cicatrizam em decorrência da circulação deficiente (secundária a vasculopatia).

E existe prevenção para o pé diabético? Sim, deve-se  examinar os pés diariamente em um lugar bem iluminado. Quem não tiver condições de fazê-lo, precisa pedir a ajuda de alguém para verificar a existência de frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. Uma dica é usar um espelho para ter uma visão completa.

Nas consultas, pedir ao médico que examine os pés e avisá-lo imediatamente sobre eventuais alterações; manter os pés sempre limpos, e usar sempre água morna – quente, jamais, para evitar queimaduras. A toalha deve ser macia. É melhor não esfregar a pele. Mantenha a pele hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas; usar meias sem costura; o tecido deve ser algodão ou lã; evitar sintéticos, como nylon; antes de cortar as unhas é preciso lavá-las e secá-las bem.

Para cortar, usar um alicate apropriado ou uma tesoura de ponta arredondada. O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas, e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional treinado, como o podólogo, o qual deve ser avisado do diabetes. O ideal é não cortar os calos, nem usar lixas. É melhor conversar com o médico sobre a possível causa do aparecimento dos calos; não andar descalço.

Manter os pés sempre protegidos, inclusive na praia e na piscina; os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza.

Antes de adquiri-los, é importante olhar com atenção para ver se há deformação. As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura.

É melhor evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios.

Os danos nos nervos podem causar também mudanças na forma dos pés e dos dedos. Pergunte ao seu médico sobre sapatos terapêuticos especiais, ao invés de insistir e forçar o uso de sapatos comuns.

Se você tiver um ferimento nos pés, é essencial tratá-lo o mais cedo possível. Lave a área com água e sabão e cubra-a com um curativo ou bandagem seca. Se não melhorar depois de um dia, procure ajuda médica.

Não tente se automedicar, pois alguns remédios não são aconselháveis para quem tem diabetes.

O tratamento depende do estágio da lesão e se há ou não infecção óssea associada. Em estágios iniciais o tratamento com imobilizações que aliviam a pressão na área da lesão são habitualmente suficientes. Quando existe um comprometimento mais profundo, até os ossos, pode ser necessária a cirurgia.

A melhor forma de manejo dos pacientes diabéticos é a prevenção de lesões, evitando as complicações. Cuidados simples evitam, na imensa maioria das vezes, o aparecimento das úlceras na pele dos pés, que são as grandes precursoras das amputações.

O objetivo do tratamento é  prevenir úlceras na pele provocadas pela doença, através de um acompanhamento periódico para controle glicêmico, inspeção de lesões nos membros inferiores (precursoras das amputações) e orientação de cuidados básicos para obter uma melhor qualidade de vida.

A abordagem deve ser especializada e deve contemplar um modelo de atenção integral (educação, qualificação do risco, investigação adequada, tratamento apropriado das feridas, cirurgia especializada, aparelhamento correto e reabilitação global), objetivando a prevenção e a restauração funcional da extremidade afetada.

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