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Saúde Alerta – Cigarro eletrônico é menos prejudicial do que o tradicional: mito ou verdade?

qua, 4 de março de 2020 05:04

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Desde que apareceram no mercado chinês, em 2004, os cigarros eletrônicos têm feito bastante sucesso, sobretudo entre o público jovem.

Nos Estados Unidos, inclusive, essa é a forma mais popular de uso do tabaco entre adolescentes, conforme dados do Medical News Today. Por isso, em 2016, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA começou a aplicar regras sobre a venda, o marketing e a produção desses itens.

Apesar dos apelos comerciais, é importante saber que seus efeitos ainda não são totalmente conhecidos, porém há comprovação de que eles apresentam, sim, riscos à nossa saúde.

Recentemente o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) emitiu um alerta sobre o tema, reforçando os riscos do uso do cigarro eletrônico, tendo em vista os casos comprovados de doença pulmonar grave relacionada ao cigarro eletrônico – chamada Evali.

Uma doença pulmonar grave e misteriosa, que provocou pelo menos 26 mortes e acometeu quase 1,3 mil pessoas nos Estados Unidos, está chamando a atenção também no Brasil para os riscos do cigarro eletrônico.

Apesar da comercialização, importação e propaganda de todos os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) serem proibidas no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que monitora o uso irregular do dispositivo, aponta o seu uso como provável causa desses óbitos norte-americanos confirmados.

Preocupada em prevenir uma crise de saúde, como a que vem ocorrendo nos Estados Unidos, a Anvisa solicitou o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) para emissão de um alerta aos médicos. A Agência quer que estejam atentos e relatem quaisquer suspeitas de problemas relacionados ao uso de cigarros eletrônicos.

O cigarro eletrônico, também conhecido como vaporizador, é um sistema eletrônico de liberação de nicotina composto por um tubo longo que geralmente se assemelha a um cigarro, um charuto, um cachimbo ou uma caneta.

Assim, ao invés da combustão característica do cigarro comum, o eletrônico apresenta a vaporização, com dosagem variável de nicotina – podendo atingir o equivalente à quantidade de 18 cigarros tradicionais.

O cigarro eletrônico conforme conhecemos hoje foi inventado por Hon Lik, um farmacêutico chinês, trabalhando para a Golden Dragon Holdings, agora conhecida como Ruyan.

Atualmente, existem mais de 460 marcas diferentes no mercado.

O cigarro eletrônico (e-cigarro) é proibido no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), desde 2009. Seus dispositivos mais comuns utilizam desde um cartucho que contém nicotina, aromatizantes ou extrato de tabaco a uma mistura líquida com variáveis concentrações de nicotina que é injetada no dispositivo.

Após ligar o dispositivo, o fumante de e-cigarro ao aspirar ao fluxo de ar gerado aciona um sensor provocando o aquecimento do líquido do refil, liberando-se a nicotina e outras substâncias presentes na solução, por meio de um aerossol.

Além da semelhança entre o dispositivo e um cigarro convencional, até o vapor tem ingredientes para simular a tradicional “fumaça”.

Inúmeros estudos  ao longo dos últimos 60 anos vêm fornecendo evidências consistentes sobre fumar e seus malefícios à saúde.

A indústria do tabaco, no entanto, vem tentando repetir estratégias fracassadas, de décadas passadas, ao introduzir produtos com promessa de menor dano ou até inofensivos para a saúde.

Primeiramente, é importante ressaltar que a venda, a importação e a propaganda desses produtos é proibida pela Anvisa no Brasil, assim como ocorre em outros países, como Canadá e Austrália. Porém, ocorre no país o contrabando do cigarro eletrônico, o que o faz chegar às mais diversas localidades brasileiras.

A composição desses produtos gera preocupações, pois ela não é totalmente conhecida e pode levar até mesmo a casos de envenenamento.

No entanto, há alguns estudos como o da Universidade de Portland, nos EUA, demonstrando que, em razão de uma substância presente nesse produto chamada formaldeído, ele pode ser até 15 vezes mais cancerígeno do que a fumaça do cigarro tradicional.

A falta de normas técnicas e de um controle abrangente da produção do cigarro eletrônico torna sua utilização arriscada, sobretudo no longo prazo.

Mulheres grávidas ou em processo de amamentação, pessoas com problema cardíaco e idosos, em especial, devem evitar totalmente o cigarro eletrônico.

Os principais riscos associados ao uso se devem ao fato de o cigarro eletrônico ter substâncias que podem ser danosas para os pulmões, assim como tende a manter a dependência à nicotina e a dependência psicológica do cigarro.

Em agosto de 2019, o CDC (Center for Disease Control) dos EUA fez um relato de mais de 200 casos de lesões pulmonares graves secundárias ao VAPING, que é uma moda atual nos EUA. Inclusive, ocorreram mortes.

Depois disso, há diversas publicações sobre o tema que abordam a nocividade do produto.

Recentemente, uma síndrome respiratória levou a óbito de dez pessoas nos Estados Unidos e outros tantos têm sido internados com problemas relacionados ao uso do cigarro eletrônico.

Muitas pessoas estão recorrendo à versão eletrônica com o intuito de deixar o tabagismo convencional que, acreditam, é mais nocivo à saúde.

Os dados a respeito da segurança do uso do cigarro eletrônico são limitados, portanto, não se pode afirmar que ele seja menos prejudicial, pelo contrário.

Os danos relacionados ao cigarro eletrônico não são bem conhecidos, pois é um produto mais novo em relação ao tabaco tradicional. Mas os estudos estão evidenciando que há danos graves ao usuário.

Desse modo, se você quer parar de fumar o cigarro tradicional, há outros caminhos para isso, evite o cigarro eletrônico.

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