Revista Paralela explora diversidade sexual em terceira edição
sáb, 23 de julho de 2016 05:26por Talita Gonçalves
A Revista Paralela pode ser “três” ou “trans”, uma brincadeira gráfica alusiva ao conteúdo da terceira edição, lançada na quinta-feira, 21, em Uberlândia e ontem, 22, em Araguari, com show da banda Maria Augusta no Vitrola. O que começou com um projeto para o curso de Jornalismo da Unitri ganhou espaço e existe há um ano, editada semestralmente pela dupla PJ Godoy e Amanda Borges.
Com uma identidade visual que foge do padrão característica do grupo de design gráfico Folia dos Reis, a Paralela manteve a premissa de trazer sempre conteúdos inéditos, divulgando trabalhos de artistas independentes da região. Desta vez, além de música, o cinema também ganhou espaço com um documentário sobre as peregrinações à cidade de Romaria em devoção à Nossa Senhora de Abadia, trabalho financiado coletivamente e dirigido por Yuji Kodato e filmado por Ângelo Barcelos e Roberto Camargos.
Questões de gênero e identidade marcam muitos artigos de opinião da revista, dando voz à quem sente na pele o preconceito de não se encaixar nos padrões sociais. “Achamos que seria legal se a gente falasse, mas seria melhor que eles mostrassem como são, falassem deles mesmos,” explica PJ Godoy.
Outro destaque é a entrevista com Pabllo Vittar, maranhense de 21 anos radicada em Uberlândia. Após o vídeo de “Open Bar” bombar no Youtube com mais de 2 milhões de acessos – a música é uma versão de “Lean On”, do produtor Diplo – foi convidada para assumir os vocais da banda fixa do programa Amor e Sexo, da Rede Globo. “Coincidiu que depois de conversamos com ela, fomos nos aprofundando no assunto e descobrimos uma cena LGBT muito forte em Uberlândia, conhecemos muitas pessoas, muito além da Pablo,” contou.
A fanpage da Paralela possui mais de mil seguidores. Segundo PJ, o aprendizado é constante. Escrever, é claro, e escrever bem sobre assuntos diferentes motiva e aprimora. Mas para que a revista saísse de fato, a dupla percebeu que o aspecto financeiro também conta, e muito. Garantir anunciantes, elaborar um plano de comunicação consistente foi importante.
A marca da Paralela número 3 é, para o editor, aprender a respeitar as diferenças do outro. “Fomos descobrindo outros mundos, que não tínhamos contato. Na segunda edição, demos voz a luta das mulheres. Nesta terceira edição, vimos que existe um ser humano por trás daquela roupa, daquela fantasia e que vive a dificuldade de ser quem ele é ,” concluiu.
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