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Qualquer palavra, por Ludimila Rodrigues

qui, 6 de fevereiro de 2014 00:05

Ludimila RodriguesLudmila Rodrigues

Quase sempre uma palavra muda toda a nossa história. Espantamos-nos a pensar nas coisas que deveríamos ou gostaríamos de ter feito, mas que deixamos em vão. Nas que permitimos passar ao lado. Naquelas que fizemos e lamentamos depois. Mas também, muitas vezes não percebemos que nem era preciso fazer muita coisa para mudar o rumo de nossa história. Por vezes, bastaria uma palavra. Um ‘não’ ao invés de um ‘sim’. Um ‘sim’ ao invés de um ‘não’. Um ‘agora’ no lugar de um ‘amanhã’. Um ‘estou indo’ e não um ‘outro dia eu vou’. São tantos os silêncios que escolhemos. Por medo. Indecisão. Por achar que não vale a pena. Por vergonha. Orgulho. Raiva. Implicância. Optamos por não dizer o que sentimos. O que queremos. O que pensamos. O que desejamos gritar. E muitas vezes, a solução não passa por dizer outra coisa, mas sim por dizer alguma coisa. Que sejam palavras de amor. De amizade. Indignação. Raiva. Carinho. É doloroso o sentimento de que muita coisa ficou por dizer e agora já não há mais ninguém para ouvir. Ou aquela sensação de que nossos pensamentos e emoções ficaram trancados dentro de uma caixinha que foi desenterrada da areia pelo vento e que nunca ninguém encontrou, pois enterramos longe demais. O que nos resta no meio de tudo isso é não deixar de dizer aquela qualquer palavra que pode ser a diferença entre o tudo e o nada!

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