Presidente do Fluminense de Araguari confiante na volta ao profissional
qua, 19 de fevereiro de 2014 00:00O retrato de uma história. Em 72 anos, o Fluminense Futebol Clube colecionou conquistas, recordes e momentos que levaram os gramados de Araguari aos holofotes do cenário nacional.
Primeiro clube brasileiro a disputar uma partida em Brasília e grande ameaça dos adversários entre as décadas de 60 e 70, a Raposa do Bosque vive em iminente extinção. Há três anos, os araguarinos não sabem o que é acompanhar um jogo de futebol profissional. No entanto, se depender do presidente do clube, Carlos de Lima Barbosa, esse hiato está perto do fim. Em entrevista à coluna, o dirigente falou sobre o projeto, as dificuldades e os desafios a fim de resgatar a memória do esporte local.
O PROJETO
Quais foram as metas estipuladas quando assumiu a presidência do clube e o que alcançou até então?
“Desde 2013, organizamos a casa e estamos com a certidão negativa de todos os órgãos. Atendendo um anseio da comunidade e até do governo municipal, nosso objetivo é colocar um time profissional em campo na segunda divisão do Mineiro, desde que satisfaça o orçamento de uma equipe competitiva para brigar pelo acesso. Vamos alavancar esse projeto com a Copa Amvap, torneio intermunicipal que disputaremos no próximo mês. Pretendemos selecionar os garotos com uma perspectiva de crescimento e contratar jogadores mais experientes que priorizem o clube, desde que abdiquem do futebol amador e estejam em condições físicas suficientes”.
DESAFIOS
Como montar um time competitivo sem grandes fontes de renda?
“Enviamos alguns projetos de mídias para as empresas e o prefeito Raul Belém (PP) se comprometeu em utilizar a sua influência para intermediar essas parcerias com a iniciativa privada, divulgando também o nome da cidade. Outra opção para baratear o orçamento são os acordos que estão sendo conduzidos com times como o Cruzeiro, que nos enviou uma carta propondo uma franquia com as categorias de base. Assim, o clube nos cede alguns jogadores a custo mais baixo enquanto recebem prioridade nos nossos jovens talentos. Seria uma troca bastante interessante”.
MOTIVAÇÃO
O que você passa para esses jovens quando entram no estádio Sebastião César?
“Sempre gostamos de mostrar os arquivos que temos no clube. Uma instituição de 72 anos de tradição, que chegava a movimentar toda a cidade com grandes times do futebol brasileiro. O que digo para eles é que não vi esses jogos, mas ainda pretendo assistir de perto em Araguari. Temos condições disso, com transparência, credibilidade e profissionalismo”.
COMPROMETIMENTO
Diante das recentes experiências, presume-se que o sucesso de um clube profissional não ocorre sem total dedicação. Por isso, como se dividir para empenhar diariamente à diretoria?
“Admito que não é fácil. Estamos expondo o nosso nome e em vários momentos nos sentimos sobrecarregados. Em diversas ocasiões, tenho que abrir mão até do convívio familiar, mas mantenho a confiança de que em um futuro próximo iremos colher os frutos desse trabalho”.
VALORIZAÇÃO
Grande parte das receitas dos times se concentra em ações de publicidade. Como pretende atrair os investidores em Araguari?
“Acredito que o marketing aumente após a valorização do nosso site, com venda de materiais, camisa e exposição dos garotos da base. Também iremos adequar o estádio, com todas as manutenções estruturais previstas pelo Corpo de Bombeiros e a Federação Mineira de Futebol. A partir disso, disponibilizaremos os espaços internos para atrair mais investidores. Outra forma de captação de verba seria oferecer algo em troca para aqueles que desejam estampar sua marca na camisa do Fluminense, como os valores do ingresso pelo produto da empresa, incentivando a venda das mercadorias”.
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VARANDÃO DA SAUDADE
“Fomos convocados para a seleção de Minas de 1968 e nos reunimos na sede da Federação Mineira de Futebol. No momento, eles estavam me “cornetando”. Foi uma equipe muito bem arrumada, com jogadores como Tostão, Tião, Jair Bala, Amauri, Djalma Dias, Procópio, Alaor, Dirceu Lopes, Natal, Cristóvão e Aldair. Naquele ano, o Tostão havia sido artilheiro do Campeonato Mineiro, com 20 gols, enquanto eu fiz um gol a menos pelo América-MG. Nada melhor que um craque como ele para deixar os atacantes na frente do gol. Pelo sucesso nesse período, fui convidado para participar da Libertadores pelo Valença, da Venezuela.”
Nome: José Eurípedes Ferreira
* 28/03/1944
Clubes: Araguari Atlético Clube; Uberlândia Esporte Clube; América-MG; Valença (Venezuela); Flamengo; Vila Nova e Caldense
Seleção: disputou jogos pelo Brasil e foi campeão interestadual pela seleção de Minas
Principais conquistas: maior artilheiro do América-MG em uma única temporada, com 35 gols em 1968
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RETRATO DA SEMANA
Afinal, para que servem os árbitros na linha de fundo mesmo?
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OPINE: QUEM DEVE SER O ATACANTE DA SELEÇÃO NA COPA?
A menos de quatro meses para o mundial, donos da pequena área seguem indefinidos
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