Presentes simples são solicitados pelos internos do abrigo Cristo Rei
ter, 11 de dezembro de 2018 05:41por Mel Soares
Ação visa estimular a visita aos idosos
Atualmente, o abrigo Cristo Rei acolhe 47 internos. Nesta época em que se aproxima o Natal o número de atividades realizadas no local aumenta e voluntários tem se empenhado para oferecer a eles um fim de ano feliz.
A jovem Yasmim Scalia Squarcio Milagres solicitou da instituição uma lista contendo os pedidos dos idosos e compartilhou em rede social com o intuito de colaborar com a instituição. “O que me motivou foi a minha religião, o espiritismo, que pratica a bondade, mesmo porque temos a obrigação de cuidar dos mais velhos. Além de presentes eles precisam do nosso carinho”, destacou.
A reportagem esteve no abrigo na tarde dessa segunda-feira, 10, e conversou com a assistente social, Adriana Nielsen Silva, responsável pela coleta das sugestões de presentes dadas pelos próprios internos.
“A maioria das mulheres pediu camisola, também creme e vestido. Dos homens teve um que pediu chocolate, outro botina. O Marco Antônio, por exemplo, gosta muito de óculos de Sol e a Vanda de boneca”, informou.
Uma das observações contida na lista é de que todos os internos estão precisando de pijamas.
Sobre o interesse das pessoas em ajudar no mês de dezembro, a assistente social afirma que se trata de uma época em que o ser humano tende a ser mais reflexivo e o sentimento de solidariedade, mais aflorado. “São produtos que podem ser presenteados durante todo o ano, não precisa esperar o Natal, mas é nesta época que as pessoas ficam mais emotivas, mais solidárias; é um mês muito bom para o abrigo”, completou.
Adriana comenta que levar os presentes é uma forma de possibilitar a interação entre os idosos e a comunidade. “O ideal é levar o presente, eles gostam de conversar, saber quem deu o presente, e eles vão se sentir importantes naquele momento, ao serem presenteados. É uma época que os internos gostam muito e sempre perguntam quantos dias falta para o Natal”, revelou.
Sobre o quadro de saúde dos internos, a assistente social afirma que a maioria não está lúcida, sendo que grande parte chega no abrigo com perda de memória, geralmente consequência da idade, como o mal de Alzheimer.
Sobre a decisão em deixar um familiar no abrigo, a profissional afirma que a falta de recurso financeiro é um dos fatores que gera a solicitação da vaga.
“Outro problema das famílias é porque elas precisam trabalhar e não tem com quem deixar. A pessoa que é diagnosticada com Alzheimer não pode ficar sozinha em casa até porque ela coloca a sua própria vida em risco, mexendo em fogão, utilizando facas, algo que acontece porque elas perdem a noção do perigo. Há também os casos de idosos que não tiveram filhos e os sobrinhos não se sentem na obrigação de cuidar”.
O último interno, de 67 anos, a ser abrigado na instituição estava internado na Santa Casa de Misericórdia. “Ele recebeu alta há 20 dias e os parentes não tem condições de cuidar e inclusive as irmãs tem mais de 60 anos e ele não tem filho. Antes de sofrer um AVC era um homem totalmente ativo, e agora está absolutamente dependente, acamado e precisa de ajuda. A expectativa é de que ele se recupere e não tenha sequelas, brevemente começa a fazer fisioterapia”, contou.
A primeira fase do idoso ao ser encaminhado ao abrigo é se isolar ou apresentar muita agitação; mas aos poucos esse sentimento dá lugar à aceitação.
A reportagem conversou com José Braga, que é cadeirante, e precisa de cuidados especiais. Depois de anos morando no abrigo, ele considera o local como sua casa e revela ser feliz. “Eu tenho tudo aqui, banho e alimentação na hora certa. Tento sempre sorrir, estou muito contente com a vida; e gosto muito de receber visitas”, afirmou.
O abrigo Cristo Rei é uma entidade filantrópica, portanto, pessoas em situação de vulnerabilidade social tem prioridade. Quando não há vagas, o idoso permanece na lista de cadastro de reserva. “Priorizamos também as pessoas que são de Araguari e antes de acolher fazemos uma visita na residência e comprovamos a real necessidade”.
Visitas
A maioria dos idosos recebe visita da família, em alguns casos a assistente social faz ligações para os familiares para destacar o quanto é importante manter os laços afetivos. A comunidade também pode realizar visitas diariamente das 14 às 17h.
“É importante ter este apoio da população. Eles gostam de conversar, contar a história de vida, não precisa se preocupar em trazer presentes até porque eles gostam é da companhia. As portas do abrigo estão sempre abertas para as pessoas conhecerem a realidade de cada idoso”, concluiu.
Os itens que os idosos mais necessitam são fralda e leite integral.
Nome dos idosos com a sugestão de presentes:
Agnaldo: tênis número 38
Álvaro: sandália número 42
Amâncio: rádio
Argemiro: bermuda GG (calção com bolso)
Cândido: tênis número 44, ou cueca ou camisa (GG)
Carlos Roberto: sapato social número 39
Diógenes: chinelo número 38
Dolor: chocolate
Euclides: tênis sem cadarço
Feliciano: sabonete de bebê
Humberto: rádio
João Leão: botina
João Machado: chocolate
José Braga: camiseta ou perfume
José Vieira: sandália número 40
Juarez: botina número 38
Marcelino: camisa
Manoel: pijama (GG)
Marco Antônio: óculos de sol
Nairon: sandália número 40
Osvaldo: doce de leite
Ovídio: sandália número 42
Raimundo: meia e calça
Tristão: creme ou pijama (tamanho: m)
Wilson Martins: creme para a pele
Wilson Pacheco: rádio
Aparecida: camisola (tamanho P)
Astrogilda: sapatinho moleca (número 37)
Célia Maria: sapatinho moleca (número 38)
Emília: sandália (número 38)
Georgina: creme Nívea
Geralda: vestido curto (tamanho P)
Guiomar: camisola (M) ou chinelo (número 36)
Ilza Eliza: creme Nívea
Maria Abadia: creme Nívea
Maria de Fátima: sapato (número 38 – fechado)
Maria de Lourdes: vestido (M)
Maria Odete: vestido, rádio ou tiara
Maria Wanda: sabonete ou boneca
Maurinha Maria: camisola ou chinelo
Rosa: chinelo (número 36) ou sabonete com glicerina
Silvandira: sabonete de bebê, colônia mamãe bebê
Tereza: sabonete de glicerina ou bermuda (P)
Terezinha: creme Nívea
Vanilda: tênis (número 35)
Vera Lucia de Oliveira: camisola (M)
Vera Lucia Oliveira: camisola azul (GG)
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