Decisão foi tomada após reunião entre o prefeito e vereadores da base do governo

DA REDAÇÃO – Uma reunião na tarde desta terça-feira, 30, sacramentou o reajuste na conta de água em Araguari. Após anunciar a mudança na última semana, o prefeito Raul Belém (PP) se encontrou com integrantes da base no Legislativo, onde optou por suspender a medida.

Conforme apurou a reportagem, a determinação deve perdurar apenas para o mês anterior. Assim, todos os contribuintes que exerceram o pagamento serão reembolsados, enquanto os demais precisam procurar a Superintendência de Água e Esgoto (SAE) para apanhar a sua nova conta sem o aumento.

O reajuste deve ser repassado este mês para ser custeado a partir de novembro. De acordo com o Executivo, os imóveis que não contam com o hidrômetro terão, a princípio, o mesmo aumento daquelas que detém o equipamento, equivalente a 34,11% nos primeiros três meses. Depois disso, caso não adquira, será reajustado no valor atual de 80%, em R$ 43,00 para R$ 73,00, em média.

A prefeitura ainda ressaltou que aqueles que não tiverem condições de adquirir o hidrômetro e forem cadastrados no CadÚnico, a SAE irá subsidiar o pagamento em dez vezes.

Desde a semana anterior, quando foi anunciado, o reajuste de 35% na tarifa de água gerou tumulto por parte dos consumidores, que cobraram explicações do Executivo. A insatisfação chegou à Câmara Municipal, onde a vereadora Eunice Mendes (PMDB) anunciou providências na busca por uma resposta.

Nesta terça-feira, a vereadora entrou com uma denúncia no Ministério Público, alegando o descumprimento de princípios básicos da administração diante da situação. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, ela explicou.

“O primeiro foco é a resolução aparecer somente nesta terça-feira, 30. Muitos cidadãos receberam a notícia do reajuste pelo boleto de sua conta. Princípios que permeiam a administração, como publicidade, transparência e capacidade contributiva não foram respeitados. Existe contribuinte que sequer tem condições de pagar pelo hidrômetro e acaba penalizado por não possuí-lo, obrigado a pagar por 50 metros cúbicos”, disse. Questionada acerca da nova determinação, a vereadora se disse aliviada, mas rechaçou o descanso em acompanhar de perto a situação.

“Fico aliviada pela atitude a curto prazo, mas isso não impedirá de continuar com as denúncias no MP, pois muito tem que ser feito. Existe também uma duplicidade de pagamentos, em que o consumidor paga uma tarifa mensal pelo fornecimento e precisa arcar com o mesmo valor se necessitar da reposição de água. Além disso, faltou ao governo organizar o orçamento para uma nova tarifa, uma vez num momento em que vivemos escassez de água em alguns pontos, eles aumentam o pagamento na cidade”, completou.