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Prefeitura atrasa repasses financeiros da Santa Casa de Misericórdia

ter, 24 de fevereiro de 2015 00:35
Vereadores intermediam negociações entre a prefeitura e Santa Casa de Misericórdia. Foto: Gazeta do Triângulo

Vereadores intermediam negociações entre a prefeitura e Santa Casa de Misericórdia. Foto: Gazeta do Triângulo

STELLA VIEIRA – A comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores realizou, nessa segunda-feira, 23, uma reunião na Santa Casa de Misericórdia, juntamente com representantes do hospital, para discutir a questão da falta de plantonistas na área de Ginecologia e Obstetrícia e o atraso dos repasses financeiros da prefeitura.

De acordo com o assessor jurídico da Santa Casa, Danilo Coelho Carvalho, o hospital possui um contrato de prestação de serviços com o órgão público. “Oferecemos a estrutura, espaço físico e mão-de-obra. Os recursos municipais, de aproximadamente R$ 100 mil por mês, são uma complementação para cobrir os gastos das internações, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) adulto, neonatal, pronto socorro e exames”.

O assessor comenta que o repasse não é feito desde o ano passado e a dívida era de aproximadamente R$ 890 mil. “Recebemos um valor de R$ 300 mil, mas ainda estamos operando no vermelho. Às vezes temos que pagar os médicos de dois em dois meses e eles têm reclamado desse atraso. Muitos estão perdendo o interesse, apesar do fato de pagarmos o valor de mercado de Uberlândia”. O assessor acrescentou que os boatos de que os médicos da Santa Casa poderiam iniciar uma paralisação devido à falta de pagamento são falsos.

A Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores esteve no hospital nessa segunda-feira, na parte da manhã. Segundo a vereadora Eunice Mendes (PMDB) havia dificuldade no tratamento das gestantes. “Eles estavam com apenas um profissional de Ginecologia e Obstetrícia, sendo que é necessário ter dois representantes dessa mão-de-obra especializada para atender todas as pacientes”.

A vereadora conta que a comissão recebeu uma relação das notas pendentes da prefeitura. “Pudemos perceber o quanto a Santa Casa está fazendo um papel bonito. A equipe de enfermagem é boa, o local é muito bem organizado e limpo, mas essa complementação de recursos está fazendo muita falta. Queremos que a prefeitura organize uma forma de pagamento desse débito, para que a Santa Casa possa continuar realizando esse serviço de excelência no município”.

Os vereadores retornaram ao hospital na parte da tarde, para negociar o atraso nos repasses. Virgínia Alcântara (PTC), conta que a questão das gestantes teve início com um vídeo que foi publicado nas redes sociais, reclamando do atendimento. “A Santa Casa hoje possui 14 leitos para gestantes, porém, devido a um fato inusitado, eles estavam com 20 pacientes. Durante a nossa visita na parte da manhã, ficamos sabendo que eles buscaram os plantonistas para atendê-las, mas não conseguiram encontrar”.

A vereadora esclareceu que o hospital não deixou de atender as gestantes pelo atraso do repasse da prefeitura, mas sim pela falta de médicos disponíveis. “O repasse tem influenciado no atendimento, mas não impedido. São problemas separados, que acabam chegando a esse resultado, mas gostaria de chamar a atenção dos responsáveis pela saúde do município, pois ela não pode ser negligenciada”.

Durante a reunião, os representantes do hospital ressaltaram a importância do repasse das verbas municipais, pois somente com o valor pago em dia as ações podem ser realizadas com mais fluidez e tranquilidade.

Ao final da reunião, ficou definido pelo líder do governo na Câmara Municipal, vereador Paulo do Vale (PV), que a prefeitura realizará o pagamento até o próximo dia 15 de março.

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