Da Redação

 

A meningite é uma inflamação das meninges, que são as três camadas protetoras que envolvem o cérebro e a medula espinhal, além de outras áreas do sistema nervoso central. A condição é geralmente causada por infecções bacterianas ou virais, mas, em casos mais raros, pode ser desencadeada por fungos ou pelo bacilo de Koch, responsável pela tuberculose.

Embora pessoas de todas as idades possam desenvolver meningite, as crianças com menos de 5 anos são as mais afetadas.

Normalmente, a meningite é transmitida de pessoa para pessoa, principalmente pelas vias respiratórias, por meio de gotículas e secreções nasais e da garganta. Também pode ocorrer transmissão ao consumir água ou alimentos contaminados, além do contato com fezes.

Na meningite viral, a forma de transmissão varia conforme o tipo de vírus, podendo ocorrer por contaminação fecal-oral, contato direto com uma pessoa infectada (como ao tocar ou apertar as mãos), ou ao tocar em objetos ou superfícies contaminadas e, em seguida, tocar nos olhos, nariz ou boca antes de higienizar as mãos. A troca de fraldas de uma pessoa infectada e o consumo de água ou alimentos crus contaminados também são formas de transmissão. Alguns vírus, como os arbovírus, podem ser transmitidos pela picada de mosquitos infectados.

As meningites virais geralmente são mais brandas e seus sintomas são semelhantes aos de gripes e resfriados. A doença afeta principalmente as crianças, que apresentam febre, dor de cabeça, leve rigidez no pescoço, perda de apetite e irritabilidade. Nos bebês pode-se também observar: moleira tensa ou elevada; gemido quando tocado; inquietação com choro agudo; rigidez corporal com movimentos involuntários, ou corpo “mole”, largado.

Após a avaliação médica e a realização de exames, o tratamento será determinado conforme o agente responsável pela infecção. Não existe um tratamento específico para a meningite viral, que, assim como outras infecções virais, tende a se resolver por conta própria. O tratamento geralmente visa aliviar os sintomas, como dor e febre, com o uso de medicamentos adequados.

Com a meta de intensificar as ações para erradicar a epidemia de meningite bacteriana, reduzir o número de mortes, prevenir sequelas e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes, o Ministério da Saúde do Brasil desenvolveu o Plano Nacional para o Enfrentamento às Meningites até 2030. Em outubro foram lançadas as diretrizes do plano.

O Brasil está se encaminhando para se tornar o primeiro país das Américas a desenvolver um plano estratégico com esse objetivo. O documento reafirma o compromisso do país com o Roteiro Global da Organização Mundial da Saúde (OMS), assinado em 2021, para erradicar as epidemias globais e reduzir em 70% as mortes causadas por elas até 2030.

Em sua fala, a secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, enfatizou a importância da parceria entre os governos estaduais e municipais. “O combate à meningite é uma prioridade para nós. Estamos dedicados a fortalecer as ações de prevenção e garantir que todos os brasileiros tenham acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado”, afirmou.

O diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, destacou a importância do Brasil no enfrentamento da doença. “De 2010 a 2023, o Brasil registrou mais de 226 mil casos de meningite, o que representa uma média de 44 casos por dia. É um tema que merece nossa total atenção”, destacou.

Na semana passada, a Prefeitura de Araguari, através da Secretaria de Saúde divulgou que foram confirmados casos de meningite em Centros Municipais de Educação Infantil.

Segundo a secretária de Saúde, Thereza Christina Griep, todas as medidas de contenção e tratamento da meningite, tanto das duas crianças; como a quimioprofilaxia para os seus contatos nos CMEIS estavam sendo tomadas.

No dia 12, a secretária de Saúde e a secretária de Educação, Cristiane Nery divulgaram a atualização sobre a meningite no município. “Foi criado um comitê de crise para analisar os casos em andamento. Diante dos três novos casos registrados no dia 12, tomamos medidas imediatas para conter a disseminação da doença no município”, afirmou Thereza Christina Griep.

”Como medida preventiva, as aulas dos CMEI’s estão suspensas até o dia 19 de novembro para que haja uma sanitização em todas as unidades”, destacou Cristiane Nery.

Ressalta-se que, essa sanitização será executada pela equipe da Secretaria de Educação, com as orientações da

Secretaria Municipal de Saúde. “Diante de novas orientações nos reportaremos a toda a população”, afirmou Thereza Christina.

Ontem, 13, a reportagem da Gazeta conversou com as secretarias de Educação e de Saúde para saber mais detalhes sobre esses casos de meningite. Segundo a Secretaria de Educação, os casos aconteceram nas seguintes unidades escolares: CMEI Zaquia Pedreiro Skaf; CMEI Maria Barbosa Naves; CMEI Zoroastro Moreira, onde aconteceram os casos mais recentes. Os outros casos ocorreram no CMEI Osvaldina Ana Nery, no CMEI Vó Zita e no CMEI Zaquia Pedreiro Skaf.

De acordo com a Secretaria de Saúde, são casos de meningite viral, as orientações são: ficar em ambiente arejado, lavar bem os alimentos, lavar as mãos constantemente.