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Pergunte ao Doutor – Erisipela

sex, 19 de junho de 2015 08:40

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1- O que é erisipela?
Erisipela é uma infecção cutânea causada geralmente pela bactéria Streptcoccuspyogenes do grupo A, mas pode também ser causada por Haemophilusinfluenzae tipo B, que penetram através de um pequeno ferimento (picada de inseto, frieiras, micoses de unha etc.) na pele ou na mucosa, disseminam-se pelos vasos linfáticos e podem atingir o tecido subcutâneo e o gorduroso. Não é contagiosa.

2-Onde ocorre?
Na maioria dos casos, a lesão tem limites bem definidos e aparece mais nos membros inferiores. Embora menos frequente, ela pode localizar-se também na face e está associada à dermatite seborreica.

3-Quais são as pessoas mais vulneráveis a apresentá-la?
Constituem grupo de risco para a infecção pessoas com excesso de peso, portadoras de diabetes não compensado, de insuficiência venosa nos membros inferiores, as cardiopatas e nefropatas com inchaço nas pernas, as imunossuprimidas ou com doenças crônicas debilitantes.

4-Quais são as causas?
A doença é causada por uma bactéria que penetra numa pele favorável à sua sobrevivência e reprodução.
A porta de entrada para os tecidos profundos da pele é na grande parte das vezes através de uma lesão micótica (frieira), mas qualquer ferimento pode desencadear o mal.
Em alguns casos, a lesão causadora da patologia é tão pequena que não conseguimos realizar sua identificação.

5-Quais são os sintomas e manifestações clínicas?
São aqueles comuns a qualquer infecção: calafrios, febre alta, cefaléia, mal-estar, tremores,náuseas e vômitos. A localização mais frequente é nos membros inferiores, mas pode ocorrer em outras regiões como face e tronco.
Caracteriza-se por vemelhidão, dor e edema (inchaço) da região afetada. A progressão é rápida, podendo atingir áreas extensas em pouco tempo. A pele se apresenta lisa, avermelhada e quente e, em alguns casos, pode haver a formação de bolhas (erisipela bolhosa) ou feridas. Habitualmente ocorre o aumento dos gânglios regionais (“ínguas”).

6-Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é essencialmente clínico. Às vezes, pode-se recorrer à biópsia e ao exame de cultura, mas esse não é o procedimento de rotina.

7-Como é realizado o tratamento?
O tratamento é feito com antibioticoterapia específica para a bactéria causadora. Deve ser tratada também a origem da infecção (porta de entrada da bactéria), para evitar o retorno da doença (erisipela de repetição) e a possibilidade do surgimento da elefantíase nostra, de difícil tratamento. Uso de medicação de apoio como anti-inflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que atuam na circulação linfática e venosa.Em alguns casos se faz necessária
a antibioticoterapia preventiva.O médico dermatologista  e /ou angiologista são   os profissionais  indicados para o correto diagnóstico e tratamento da erisipela.

8-Quais são as consequências se não tratá-la? E sequelas?
Os casos não tratados com rapidez podem progredir para abscessos, ulcerações (feridas) superficiais ou profundas e até mesmo trombose. A sequela mais comum é o linfedema, edema persistente e duro (forma uma depressão na pele quando submetido à compressão com os dedos) localizado, principalmente, na perna e no tornozelo, resultante dos episódios repetidos de erisipela.

9- Quais são as recomendações finais?
– Siga rigorosamente o tratamento prescrito para evitar as crises de repetição. Mal controlada, a erisipela pode ter consequências graves;
– Enxugue bem o vão entre os dedos dos pés para evitar a proliferação de fungos. Eles podem provocar lesões por onde penetrará a bactéria causadora da erisipela;
– Lembre-se que o portador de diabetes, esteja a doença compensada ou não, pode perder parte da sensibilidade nos pés, o que os torna mais suscetíveis a ferimentos e infecções pelo estreptococo. Se não conseguir examiná-los sozinho, pelo menos uma vez por semana, peça ajuda para verificar se não há sinal de micose entre os dedos, bolhas, pequenos cortes ou calosidades que possam transformar-se em porta de entrada para bactérias. A escolha dos calçados deve ser criteriosa;
– Use meias elásticas para reduzir o edema das pernas;
– Não se automedique; ao perceber os sintomas iniciais da erisipela, procure assistência médica para diagnóstico e tratamento;
– Tente manter o peso nos limites recomendados.

2 Comentários

  1. Marilia disse:

    O tamanho e relativo com a fase da doença? Tipo se é grande é grave?

  2. Roseli Sampaio disse:

    Uma vez infectado pela bactéria, ela permanecerá no organismo, podendo se manifestar futuramente em novas lesões? Meu sobrinho tem 30 anos e já teve 3 vezes no mesmo local .

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