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Pergunte ao Doutor – Pneumonias

sáb, 17 de outubro de 2015 08:23

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1-Por que as pneumonias ocorrem?

As pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa e que deve estar sempre muito limpo, sem nada que impeça o contato do ar com o sangue.
Para ter uma ideia, se esticarmos o tecido dos dois pulmões de um adulto, o tamanho da superfície alveolar, que precisa estar o mais limpa possível, repito, equivale à área de uma quadra de tênis. A presença de uma substância estranha, de uma bactéria, um vírus ou um agente irritante, provoca uma reação inflamatória intensa – a pneumonia – que tem por objetivo expulsar o invasor.
 
2-Quais são os germes que podem causar a pneumonia?
A pneumonia pode ser causada por bactérias, vírus, fungos, substâncias inorgânicas e por reações alérgicas. A forma mais comum é chamada de pneumonia da comunidade, uma infecção provocada por bactérias.

3-Os leigos falam que a pessoa teve um início de pneumonia. Existe início de pneumonia?
Deve existir início, meio e fim, mas o diagnóstico de pneumonia não considera esses marcadores. Quando se detecta o processo infeccioso ou a radiografia revela uma infiltração pulmonar, a doença está instalada.
É sempre bom ressaltar que alguns estudos feitos não só no Brasil, mas no mundo inteiro, mostram que não tem confirmação metade dos diagnósticos de pneumonia feitos nos prontos-socorros.

4-Como se explica esse falso diagnóstico?
As infecções de via aérea alta, isto é, aquelas que não penetram pela traqueia, podem provocar febre e secreção de muco purulento. Muitas vezes, principalmente em situação de pronto-socorro, a radiografia não tem qualidade boa o bastante para caracterizar que os alvéolos estão comprometidos. Tudo isso somado pode induzir ao diagnóstico de início de pneumonia e à prescrição de um tratamento com antibióticos, o que pode não estar errado nessa situação clínica, apesar de a pneumonia não estar realmente instalada.

5-Pneumonia é uma doença contagiosa?
Diferentes do vírus da gripe, que é altamente infectante, as bactérias que causam pneumonia estão presentes no ar e não são transmitidas com facilidade. Portanto, não é necessário isolar o paciente.

6-Quem não ouviu, muitas vezes na vida, as pessoas dizerem: “Cuidado, está frio. Coloque um agasalho para não pegar uma pneumonia” ou “Feche a janela. Essa corrente de ar é um veneno. Você acaba tendo uma pneumonia”. Existe algum fundamento para esses conceitos?
Quadros virais da via aérea superior, ou seja, os resfriados comuns, podem aumentar o risco de a pessoa ter pneumonia. Normalmente, esses quadros estão associados a mudanças bruscas de temperatura. Sair de um lugar muito quente e entrar num ambiente muito frio, ou praticar esporte e ficar com a roupa molhada num lugar frio podem ser fatores de risco para resfriados e pneumonias.
Outro dado importante para respaldar esses conselhos é que, nos meses de inverno, os casos da doença são mais frequentes. Expor-se a mudanças bruscas de temperatura pode ter alguma relação com a doença.

7-Que  sintomas a pneumonia pode provocar?
Febre  costuma ser alta, acima de 38º, fraqueza, um pouco de toxemia, dor no peito, tosse com secreção purulenta, esverdeada ou amarelada, dor torácica .
É necessário fazer uma radiografia para confirmar a inflamação nos alvéolos e verificar se há outros fatores de risco associados, tais como o acúmulo de líquido no espaço compreendido entre os pulmões e a caixa torácica resultante da reação inflamatória ou a cavitação, ou seja, a presença de uma cavidade provocada pela reabsorção do parênquima pulmonar. Esses achados radiológicos conferem maior ou menor gravidade à pneumonia e são fundamentais não só para o diagnóstico, mas para determinar o prognóstico.
 
8-Como evolui a pneumonia se convenientemente tratada?

Desde que o antibiótico esteja correto, o quadro de febre e de toxemia melhora em três ou quatro dias e os sintomas desaparecem entre sete e dez dias a contar do início do tratamento, embora a radiografia possa mostrar o infiltrado até um mês depois de o paciente estar curado. Por isso, é importante dizer que o critério para declarar a cura é primeiro clínico e depois radiológico.

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