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Pergunte ao Doutor – Esclerodermia

sex, 31 de julho de 2015 07:26

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1-O que é Esclerodermia?

É uma doença rara, mais comum em mulheres e tem como sintomas principais o fenômeno de Raynaud (dedos roxos) no frio e a pele, principalmente das mãos e face, fica endurecida e seca e pode ter coceira nessa região.

2-É uma doença somente da pele ou pode atingir órgãos internos?

O esôfago e o pulmão são os órgãos internos mais atingidos. Os sintomas de comprometimento do esôfago são queimação no estômago, sensação de parada da comida no esôfago, dificuldade de engolir, difícil digestão e regurgitação do alimento. Os sintomas do pulmão são tosse e falta de ar, mas quando aparecem, o pulmão pode estar alterado antes de aparecer os sintomas. É o que chamamos de doença silenciosa.

Outros problemas:   Dificuldade para abrir a boca, ferida nas pontas dos dedos, dor nas articulações.

3-Quais são os tipos?

A esclerodermia pode ser classificada em esclerodermia localizada, ou em placas, e esclerodermia sistêmica.

A localizada é mais comum em crianças. As lesões aparecem em pequenas áreas da epiderme e nos tecidos abaixo delas. De acordo com o aspecto, é chamada de morféa (manchas) ou linear (em faixas). Raramente evolui para a esclerose sistêmica.

Na forma sistêmica, a doença  acomete os adultos, especialmente as mulheres  e agride não só a pele, mas também os pulmões, rins, esôfago, vasos sanguíneos, articulações, estruturas nas quais pode provocar fibrose.

4-Como diagnosticar a esclerodermia?

Como os sintomas são comuns a várias doenças do tecido conjuntivo, é importante estabelecer o diagnóstico diferencial, que se baseia no levantamento da história do paciente, na avaliação clínica e no exame de sangue para detectar a presença dos autoanticorpos típicos da doença.

5-O que causa a Esclerodermia?

É uma doença de causa desconhecida. Acredita-se que haja uma base genética para a doença, pois a ocorrência é mais comum entre pessoas que têm familiares com outras doenças autoimunes, como o lúpus. Em alguns casos, existe mais de um familiar com esclerose sistêmica, embora, em geral, somente um membro da família seja afetado.Fatores ambientais, como a exposição à sílica e o uso de certos medicamentos podem desencadear a doença.

6-Como se trata?

É necessário o acompanhamento médico regular e deve-se tratar cada órgão separadamente.

Raynaud – Aquecer bem os dedos, usando luvas e meia, não pode fumar e usar os vasodilatadores, que são remédios que melhoram a circulação dos dedos.

Pele- hidratação e medicamentos como a D-penicilamina, colchicina e outros.

Pulmão – Necessita de medicação mensal na veia, o paciente vai até o hospital e recebe o remédio por 2 horas.

Esôfago-  A alimentação deve ser feita em pequena quantidade e várias vezes ao dia para não encher muito o estômago, evitar comer antes de dormir. Os remédios são principalmente para ajudar na digestão e cicatrizar uma esofagite ou gastrite pode haver.

7-Como lidar com a doença?

Qualquer doença crônica muda um estilo de vida. Os sintomas demandam muita atenção. Tem-se que adequar o esquema de vida para incorporar a tomada dos medicamentos, as consultas ao médico e os diversos tratamentos.

O paciente deve incorporar períodos de descanso e relaxamento, bem como fazer as coisas mais lentamente do que estava acostumado. Necessita-se balancear trabalho e lazer. Deverá confrontar-se com mudanças no seu corpo e no modo de ver-se a si mesmo, bem como no modo como as outras pessoas o vêem. As pessoas com quem convive também vão necessitar uma adaptação, pois elas convivem com as alterações que a doença provoca, mesmo que não apresentem nenhum sintoma.

Finalmente, e talvez o maior ajuste a ser feito, é aceitar e trabalhar bem as alterações que a doença provoca, a fim de enfrentar as atividades da vida diária.

A informação é o primeiro passo para melhorar a doença. A família também precisa estar informada e apoiando o paciente. Necessita ser acompanhada por um Reumatologista.

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