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Os 47 anos de um artista araguarino

sex, 7 de abril de 2017 05:33

por Tatiana Oliveira

As obras de Júlio Monteiro passaram por diversas cidades do mundo

Nessa quinta-feira, 6, o artista Júlio Monteiro completou mais um aniversário. Dessa vez não de vida, mas de envolvimento com as artes plásticas. Em entrevista durante a tarde de quinta na Gazeta do Triângulo, o artista conta que “há 47 anos, nesse horário, eu estava sentado em um banquinho na escola fazendo meu primeiro rabisco”. Júlio decidiu aos 19 anos que faria da paixão pelas tintas e aquarelas mais do que um hobby, e sim, um ofício.

47 anos depois, Júlio Monteiro se diz realizado pela arte (ARQUIVO PESSOAL)

47 anos depois, Júlio Monteiro se diz realizado pela arte (ARQUIVO PESSOAL)

 

Dos 65 anos de vida, 47 foram dedicados à arte. A data iria passar em branco, pois, conforme contou, todas as energias do artista estavam voltadas a seu cinquentenário. Ele mudou de ideia após receber o convite de professores da Universidade Federal de Uberlândia de ter uma de suas obras como capa de um livro sobre um escritor araguarino: Geraldo França de Lima. “Para mim foi uma honra. Quando me falaram que iriam lançar o livro aqui em Araguari eu percebi que precisava fazer uma exposição para comemorar meus 47 anos como artista.” A exposição de Monteiro segue até 20 de maio.

Júlio viveu seus anos de artista intercalando o magistério com a criação de suas obras. “Comecei a dar aula porque precisa cuidar da família, mas sempre levei as duas coisas em paralelo, trazendo uma para a outra”. Com mais de 1700 quadros, entre pinturas, grafites, aquarelas etc., o artista se diz influenciado pelo Romantismo. “O romantismo me encanta por envolver o ser humano, o cotidiano”.

Quando indagado sobre suas maiores conquistas, Júlio não conseguiu escolher. Para ele cada momento como artista foi essencial. Reconhecido com obras no mundo todo, o araguarino vendeu quase todos os quadros que estava expondo em duas datas: 1983 e 1987.

Com dois livros publicados pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, “Vivências acadêmicas, ecletismo e arte-educação” e “Memórias fotográficas, desenhísticas e poéticas de sua Excelência – Cerrado”, Júlio planeja o próximo. “Estou imaginando o próximo livro. Quero que ele tenha um propósito além de mostrar a arte, mas também de educar”.

Júlio César Monteiro ingressou nas artes no ano de 1970, quando se matriculou em uma escola de nível técnico em Araguari, sua cidade natal. “Eu desenhava muito mal, mas minha mãe viu alguma coisa ali”, diz ele. Em 1977, iniciou graduação em Educação Artística, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Sua atuação posterior sempre cruzou arte e educação. Em 1985, foi contratado pelo Conservatório Estadual de Música e Artes Raul Belém, como professor de desenho e pintura.

Com um enorme sorriso Júlio Monteiro se diz realizado. “Todos os meus sonhos se tornaram realidade, mas porque eu tive foco e fui atrás”. Durante toda a conversa expressou um absoluto amor pela Itália. “Quando estudei no ginásio em 1969 eu era bolsista, não tinha nem roupa direito. Ia para a biblioteca na hora do recreio, porque não tinha dinheiro para comprar os lanches de lá. Tinha um livro mostrando diversos países, e um dos países que eu mais gostava era a Itália e também a Suíça. Eu até escrevi sobre isso; lia e imaginava se um dia teria a oportunidade de conhecer”. Hoje Júlio Monteiro visitou o país três vezes, e em uma delas fez 36 aquarelas sobre a Itália.

O artista plástico realiza mostras de sua obra desde 1970 com passagens por Goiânia (GO), Belo Horizonte (BH), Rio de janeiro (RJ), Brasília (DF), além de cidades da região. Entre 1995 e 2012, fez exposições itinerantes em espaços públicos de cidades da Itália e França.

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