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Operação Rádio Pirata desfaz organização criminosa que atuava contra agentes penitenciários

qua, 26 de julho de 2017 05:48

por Tatiana Oliveira

Ação foi desencadeada após ataque à residência de agente prisional em fevereiro deste ano

Na manhã de ontem, 25, a Polícia Civil de Araguari, em conjunto com a Secretaria de Estado de Administração Prisional – SEAP – desencadeou a operação “Rádio Pirata”. Segundo investigação, uma organização criminosa comandava de dentro do presídio atentados contra agentes prisionais. “Essa operação veio de um inquérito policial de investigação iniciado em fevereiro desse ano em virtude de um atentado que ocorreu na casa de um agente penitenciário aqui em Araguari onde o sujeito efetuou cinco disparos de  arma de fogo”, afirma Felipe de Oliveira Monteiro, delegado responsável pela ação.

Operação foi realizada em conjunto entre Polícia Civil de Araguari e SEAP

Operação foi realizada em conjunto entre Polícia Civil de Araguari e SEAP

 

O atentado aconteceu no dia 16 de fevereiro deste ano e não houveram feridos. “Foi uma ação contra o patrimônio do agente, pois a casa estava vazia”, afirma Monteiro. Segundo ele, no dia do acontecimento a PC iniciou a operação. “Reunimos todas as forças de segurança e, de forma integrada, levantamos indícios de que não havia sido um ato isolado contra a vida do agente, mas que outros estavam sendo planejados”, disse. Durante a coletiva, o delegado afirmou que a organização criminosa é encabeçada por quatro detentos. “Eles planejavam e ordenavam esses ataques através de telefones celulares, que estavam ingressando ilegalmente no interior do presídio através das marmitas que eram fornecidas no local”.

Ao todo, foram emitidos nove mandados de prisão e sete executados. “Dois seguem foragidos, o funcionário do restaurante que fornece a alimentação para o Presídio e o responsável pelo planejamento e levantamento das residências dos agentes”. Nas celas, os agentes penitenciários e o sistema de inteligência apreenderam onze celulares, que eram utilizados pela facção criminosa. “Nos celulares encontramos, inclusive, fotos das casas de outros agentes. Nossa Inteligência também descobriu que estava sendo arquitetado um ataque ao restaurante do presídio, com bombas e fogo”, afirma o delegado.

Após identificar a forma de entrada dos aparelhos celulares no presídio, a administração do local tomou as devidas providências. “Alteramos a maneira de entrada das marmitas no presídio e também transferimos três detentos para o Presídio Professor Jacy de Assis em Uberlândia”, conta Murilo Cássio Fernandes, diretor do presídio de Araguari. Segundo ele, a transferência aconteceu para inibir a formação de outras quadrilhas no local. “Quando eles estão aqui, agem de forma a articular, a serem mentores dos demais presos da unidade, dessa forma é necessário retirá-los para que não haja a contaminação dos demais presos e não atentem contra a vida de alguém”.

Dos envolvidos, apenas o funcionário do restaurante não possuía antecedente criminal. “Eles estavam presos por tráfico de drogas, porte de arma, homicídio tentado, os mais diversos crimes. Agora vão responder por organização criminosa, por disparo de arma de fogo e o ingresso ilegal de telefones celulares no presídio”, afirma o delegado.

Rádio Pirata

Segundo o delegado, o nome da operação foi devido ao modus operandis da organização. “Os presos chamam os telefones celulares de rádio, radinho. Como toda a operação era administrada através dos aparelhos que entraram ilegalmente no presídio, a operação ficou batizada como Rádio Pirata”, afirma.

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