por Talita Gonçalves

Dívida de 800 mil reais em vale-alimentação, possível perda de recursos e medidas para eliminar desvios de função foram abordadas em coletiva

O início dos pagamentos de salários dos servidores municipais foi anunciado em uma coletiva de imprensa no final da tarde de ontem, 6. Na ocasião, a nova gestão expôs ainda diversas situações recentemente apuradas envolvendo a saúde financeira do município.

 

Segundo a secretária de Administração, Thereza Christina Griep, no total, foram utilizados pouco mais de R$ 1,4 milhão. Do total de 2.800 funcionários, 822 com salários mensais de até R$ 1.800 receberam o pagamento ontem. Os recursos também foram destinados para quitar o FGTS da folha de pagamento e do décimo terceiro salário. “Temos uma folha de pagamento de 10 milhões de reais sem saldo orçamentário”, afirmou.

De acordo com o prefeito Marcos Coelho (PMDB) a expectativa é pagar mais uma parcela da folha de pagamento na semana que vem. “Nossa prioridade é o funcionalismo. Sabemos a dificuldade e os compromissos familiares de cada um. Nossa expectativa é garantir os salários até o quinto dia útil, e não paulatinamente. Mas estou na primeira semana de governo, então estamos nos adequando,” comentou.

O secretário de Fazenda, Marcos Augusto de Carvalho, não participou da coletiva. Segundo informações de Griep, ele providenciava os pagamentos naquele momento.

VALE TRANSPORTE

A Sertran deverá aceitar os vales da prefeitura que estavam vencidos, pelos dez dias não trabalhados. Dessa forma, os vales podem ser utilizados até o dia 20 de janeiro com a apresentação da carteirinha do serviço. A medida não inclui os vales adquiridos diretamente na empresa. “Isso é uma forma de impedir o funcionário que não usa e vende no Mercado Municipal por um valor mais baixo”, comentou Griep.

DÍVIDA DE VALE ALIMENTAÇÃO

Conforme a titular de Administração, os funcionários receberam os vales de setembro e outubro, porém a empresa Policard não foi paga. A prefeitura teria R$ 419 mil em dívida com a empresa referente a estes dois meses. Os funcionários não receberam o benefício em novembro e dezembro. Dessa forma, ao todo são R$ 850 mil em dívida de vale alimentação, de acordo com Griep.

PERDA DE REPASSES

Mudanças na carga horária semanal de funcionários da Educação e Saúde podem causar prejuízos aos cofres públicos. É o que o prefeito Marcos Coelho afirmou durante a coletiva. Isso porque o recurso do SUS destinado ao pagamento salarial pode ser feito mediante o cumprimento de uma carga horária semanal de 40 horas. No entanto, uma lei implementada pelo Executivo reduziu a jornada para 6 horas diárias. “(Na Saúde) É algo em torno de 5 milhões e meio de reais,” afirmou. A secretária de Administração disse que pretende fazer um levantamento para apurar o possível prejuízo na área da Educação.