Volta às aulas continua sem data prevista no município
qui, 23 de julho de 2020 09:39Da Redação
Ao que tudo indica, o retorno dos alunos das redes públicas e particulares de ensino ainda continua indefinido em Araguari e no estado. Na semana passada, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SinepMG) apresentou, um documento de orientação para a volta das aulas presenciais, para a secretaria de Estado de Educação. A ideia é propor medidas sanitárias que permitam a continuidade das aulas.
As orientações foram elaboradas em conjunto com a Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções (Ameci). Elas prevêem redução do número de alunos por sala, distanciamento de 1 metro entre as carteiras e uso de máscaras por professores, alunos e funcionários. A instituição também deve organizar um cronograma flexível e alternativo para que todas as turmas e disciplinas tenham, em horários específicos, acesso às aulas presenciais ou remotas.
Em Araguari, a secretaria de Educação também analisa o protocolo apresentado pelo Sinep. No entanto, o retorno continua incerto. “Só iremos retornar às aulas quando a gente tiver, por exemplo, o Pica-Pau funcionando normalmente, os bares funcionando, o comércio funcionando. Só voltaremos com um cenário positivo de segurança. Fui abordado por vários pais que disseram que não mandariam seus filhos para a escola,” comentou o secretário de Educação, José Carlos Macedo.
Segundo ele, o município aproveitou a ausência de aulas para intensificar reformas e ampliações em escolas, além da entrega de outras duas novas creches.
Um integrante da coordenação de uma escola particular da cidade, que preferiu não se identificar, criticou a ausência de ações a nível federal relacionadas à área da Educação. “Não existe um protocolo do MEC, o ensino híbrido só foi aprovado com mais de 40 dias de pandemia. Há uma certa inércia do poder público federal em relação a desenvolver protocolos sanitários pedagógicos. A própria questão do Enem, só entrou em debate e o adiamento votado agora recentemente. Isso causa uma série de prejuízos a sociedade”, destacou.
Para ele, o protocolo seria um possível caminho para esse retorno, de maneira segura e controlada. “A gente não pode deixar que o temor tome conta das pessoas. A gente vai esperar uma vacina, ou imunidade de rebanho até quando? Não seria o caso de pensarmos em protocolos e amadurecermos essa questão? A retomada das aulas é possível, desde que seguidas essas medidas de sanitização,” enfatizou.
Mãe de duas filhas, uma com 12 e outra com 15 anos, a dona de casa Jane Freitas se preocupa com uma possível perda do ano letivo. “Claro que prezo pela segurança da minha família, mas acredito que o prejuízo para centenas de milhares de crianças e adolescentes no país vai ser muito maior”, concluiu.
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