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Vereador solicita abertura de Comissão Legislativa de Inquérito para apurar transporte escolar

qua, 22 de janeiro de 2020 05:10

Da Redação

Durante a apresentação de requerimentos na sessão ordinária da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira, 21, o vereador Paulo do Vale (PV) solicitou a abertura de uma Comissão Legislativa de Inquérito (CLI), com o objetivo de investigar possíveis irregularidades e/ou ilegalidades nos contratos de transporte escolar.

Os contratos foram firmados com empresas ligadas à Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Grupo Econômico Coopass) e a Associação dos Transportadores de Passageiros e Cargas do Triângulo Mineiro (ATP). A CLI poderá ser estendida aos firmados com outras empresas, uma vez que, também apresentem indícios de irregularidades.

Vereador relembrou operação ‘Poderoso Chefão’ deflagrada em Uberlândia referente ao tema proposto na CLI

Vereador relembrou operação ‘Poderoso Chefão’ deflagrada em Uberlândia referente ao tema proposto na CLI

 

De acordo com o requerimento do vereador proponente, as principais ocorrências a serem apuradas terão como suporte a documentação a ser disponibilizada pela secretaria de Educação. O pedido ocorre tendo em vista os indícios de irregularidades levantadas pela promotoria ligada ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no momento em que promoveu uma investigação sobre o mesmo assunto no município de Uberlândia.

Em outubro de 2019, o Gaeco deflagrou no município vizinho a operação ‘Poderoso Chefão’. A ação teve por objetivo apurar crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por dirigentes e empresas com ligação à Coopass e à ATP, ambas prestadoras de serviço de transporte escolar à prefeitura de Uberlândia.

Conforme Paulo do Vale, na ocasião, o promotor da cidade de Uberlândia disse que a mesma quadrilha poderia estar agindo também em Araguari. O vereador relembrou que, em meados de 2018, quando a empresa apresentou problemas e os motoristas fizeram uma greve, foram realizados dois processos licitatórios. O edil acredita que o processo veio para dificultar o trabalho dos motoristas de vans, de maneira que, questões como tempo de uso, condições de trabalho, entre outros pontos, “praticamente tiraram o direito dos motoristas que prestavam o serviço na cidade de Araguari há vários anos, de participarem através de empresa da licitação”, ressaltou.

Paulo do Vale disse que entende os trâmites necessários para a definição dos prestadores de serviço pelo município. Contudo, ele comentou ter ido, juntamente com outros vereadores, até a secretaria de Educação, no intuito de solicitar ao secretário da época para que reconsiderasse o edital, bem como a limitação no tempo de uso das vans. Pedidos que foram negados.

Por fim, o vereador relembrou que, após a conclusão da etapa de licitações e desdobramentos da operação ‘Poderoso Chefão’ em Uberlândia, o ex-controlador de Araguari, em audiência no Legislativo, defendeu a empresa a qual todo o processo estava ligado, inclusive ele próprio. A empresa uberlandense ligada ao grupo foi a vencedora da licitação em Araguari, levando os motoristas do município a trabalharem em Uberlândia por meio de contrato particular, método que foi solicitado e negado no município.

“O que mais me assusta é o prefeito permitir que essa empresa ainda preste serviço na cidade de Araguari, com tudo isso acontecendo. Deveria ter rescindido o contrato dessas empresas, providenciado outra licitação e de maneira diferente”, finalizou Paulo do Vale.

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