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Motoristas paralisam serviço de transporte escolar e pedem cumprimento dos seus direitos

ter, 11 de fevereiro de 2020 05:03

Da Redação

O ano letivo da rede municipal de ensino começou nesta segunda-feira, 10, trazendo mais uma preocupação para os pais e responsáveis: o transporte escolar. Logo pela manhã, os alunos foram surpreendidos pela falta de transporte para as escolas de Araguari. Segundo apurou a reportagem, os veículos que fazem o trajeto de fazendas situadas em localidades como Contenda, Alto São João, Águas Claras e Barracão para o município permaneceram paralisados.  A frota de vans que circula pela cidade, por sua vez, foi reduzida em 50%.

Motoristas decidiram paralisar o serviço diante da falta de cumprimento de contratos

Motoristas decidiram paralisar o serviço diante da falta de cumprimento de contratos

 

No período da tarde, os motoristas se reuniram em frente ao Palácio dos Ferroviários como forma de protesto. “Fomos informados pela empresa que o contrato estava acabando e assim, não iríamos continuar prestando o serviço, mas, posteriormente, nos mandaram trabalhar nesta segunda-feira. A prefeitura quitou os débitos com a empresa, mas essa não honrou o contrato e não recebemos o valor combinado. Estamos lutando para resolver a demanda de forma transparente,” afirmou um motorista que preferiu não se identificar.

Eles pedem ainda apoio da prefeitura quanto ao cumprimento dos seus direitos e que sejam feitas alterações nas normas que foram estabelecidas pelo Ministério Público Federal. Em 2019 o órgão recomendou ao município que tais veículos precisam ter até sete anos de uso, sendo que por lei municipal, é permitido até vinte anos de uso. Os proprietários de “vans” continuam alegando não ter condições de fazer o investimento. “Muitas pessoas adquiriram veículos conforme a lei, mas agora tem dificuldades para pagar, pois, também não está sendo cumprido o contrato firmado com os motoristas. Estamos de prontidão para prestar os serviços, mas o problema são essas empresas que não tem honrado o compromisso conosco. É preciso dar preferência para os motoristas de Araguari e também condições para que possam trabalhar,” completou o motorista.

A prefeitura, por sua vez, informou que possui contrato firmado com as empresas responsáveis pelo serviço até o dia 6 de março e, diante da impossibilidade de rescisão, os motoristas decidiram paralisar o serviço e aguardar a conclusão do mesmo. Além disso, os motoristas ressaltaram ainda a necessidade de se investigar possíveis irregularidades ou ilegalidades nos contratos de transporte escolar, firmados entre o município e as empresas responsáveis pelo serviço, uma vez que a mesma foi alvo de investigações alusivas à operação ‘Poderoso Chefão’ realizada em Uberlândia, tendo como objetivo apurar crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por dirigentes e empresas ligadas a uma cooperativa e associação, prestadoras de serviço de transporte escolar à prefeitura de Uberlândia e que possuem contratos vigentes em Araguari.  Na ocasião, o promotor da referida cidade disse que a mesma quadrilha poderia estar agindo também em Araguari.

Durante a tarde de ontem, a reportagem tentou contato com a secretária de Educação Cristiane Nery Pereira, para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição não obtivemos retorno. Sobre a nova licitação, a secretária informou em entrevista anterior que o processo está em fase interna sob responsabilidade do departamento Jurídico da prefeitura e que em breve será publicada.  Na última semana, as suspeitas e irregularidades em contratos motivaram o vereador Paulo do Vale (PV) a acionar o Ministério Público Estadual.

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