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Coluna: Saúde Alerta (26/08)

ter, 25 de agosto de 2020 23:53

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O que é Síndrome de Burnout?

 

A Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio que se caracteriza por um estado físico e mental de exaustão extrema que está intimamente ligado à vida profissional, sendo que ela foi oficializada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma síndrome crônica. Enquanto um “fenômeno ligado ao trabalho”, a OMS incluiu o Burnout na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022.

Essa é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. É caracterizado como uma síndrome ocupacional, que pode acarretar em sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; e redução da eficácia profissional.

Ela pode ser encontrada em qualquer profissão, mas principalmente nos trabalhos em que há impacto direto na vida de outras pessoas, quando a profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso. Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm maior risco de desenvolver o transtorno.

Como a síndrome não exige notificação compulsória, o Ministério da Saúde não consegue contabilizar com precisão o número de brasileiros que são afetados por ela. Segundo dados da Secretaria de Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de benefícios de auxílio-doença com a doença chegou a 114,80%. O número de benefícios pulou de 196 para 421.

Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR) em 2018 calcula que 32% dos trabalhadores no país padecem dela — seriam mais de 33 milhões de cidadãos. Em um ranking de oito países, os brasileiros ganham de chineses e americanos, ficando atrás apenas dos japoneses, com 70% da população atingida. Policiais, professores, jornalistas, médicos e enfermeiros estão entre as profissões mais afetadas pela pane física e mental.

Compreende três características principais, que são:

– exaustão emocional, caracterizada pela falta de energia e sentimento de esgotamento de recursos mentais;

– distanciamento afetivo, situação em que o profissional passa a tratar os clientes, os colegas e a organização como “objetos”, podendo chegar ao ponto de desenvolver sentimentos de indiferença (insensibilidade emocional) ou até mesmo descaso com as pessoas para quem o profissional presta serviço;

– perda do sentido de realização pessoal no trabalho, definida como uma tendência repetida de autoavaliações extremamente negativas.

Entre os principais sintomas da síndrome de Burnout estão: nervosismo, cansaço físico e mental excessivos, desânimo, prostração, apatia, dor de cabeça frequente, dores musculares, problemas gastrointestinais, alterações nos batimentos cardíacos, pressão alta, alterações no apetite, alterações no humor (irritação, tristeza, explosões), insônia, dificuldade de concentração, sentimentos de fracasso, incompetência e insegurança, negatividade constante e isolamento das outras pessoas.

Como fugir destas situações de estresse?

Podemos adotar diversas estratégias, começando pela reflexão sobre nosso “estilo de vida no trabalho”. Definir pequenos objetivos dentro da nossa vida profissional e pessoal podem ser medidas simples e positivas. Também é importante conhecer nossos próprios limites e pedir ajuda ou até mesmo poder dizer não em algumas ocasiões. Conversar com pessoas de confiança sobre o que estamos sentindo pode ajudar. Além disso, é importante fazer algumas pausas para relaxamento, comer adequadamente (e de preferência com companhia), manter uma postura adequada e evitar levar trabalho para casa.

O tratamento é realizado basicamente com psicoterapia, podendo incluir o uso de medicamentos, como antidepressivos e/ou ansiolíticos. O recurso terapêutico começa a dar resultado entre um e três meses, mas pode perdurar por mais tempo, conforme cada caso.

Mudanças nas condições de trabalho e no estilo de vida são muito positivas. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento são indicados para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença.

A prática regular de exercícios físicos e de meditação podem ser medidas preventivas eficazes. Atividades que fujam da rotina do dia-a-dia e atividades de lazer com amigos e familiares também são muito importantes. Também, muitas vezes também são necessárias alterações na estrutura da instituição onde a pessoa trabalha, para uma prevenção mais eficaz – algo mais difícil de obter com uma iniciativa individual.

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