Araguari: orgulho de Minas Gerais há 126 anos
qui, 28 de agosto de 2014 10:57
DA REDAÇÃO
Editado pelo jornal produzido no Arquivo Histórico e Museu Dr. Calil Porto
Historiadoras Juscélia Abadia Peixoto e Aparecida da Glória Campos Vieira
Em 28 de agosto de 1888, Araguary ganhou foro de cidade. Cento e vinte seis anos depois, o lugar que se formou ao redor da igreja Matriz expandiu-se de maneira harmoniosa e a população estimada em 10.633 habitantes no início do século XX, ampliou-se em dez vezes.
Sua formação teve início por volta da segunda década de 1800. Originária de uma doação efetuada sob cunho sesmeiro à Igreja Católica, o lugarejo se expandiu gradualmente. Configurado primeiramente com fazendas e um pequeno núcleo urbanístico, foi identificado popularmente como “Ventania” devido à sua posição geográfica. Era reduto de poeira e ventos fortes na época de escassez de chuvas, o que explica a “popular” identidade, que não figurou em lei.
No ano de 1843, o Decreto 247, de 20 de julho, denominou legalmente o arraial, considerando-o Distrito de Paz, com o nome de Brejo Alegre. A partir de 1864, o Distrito foi alçado à categoria de Freguesia ou Paróquia. Para fundamentar essa iniciativa, foi determinada por lei a edificação de uma igreja; anteriormente, havia apenas um local improvisado para orações.
A Paróquia de Brejo Alegre ao final do século XIX era subordinada ao município de Bagagem, atual Estrela do Sul, e no ano de 1884, a 31 de março, alcançou sua emancipação política, conquistando a distinção de Vila. Este momento foi alicerçado na redação da Lei número 2996, de 19 de outubro de 1882, que criou o município do Brejo Alegre.
Em 1884, ocorreu a efetivação da primeira Câmara Municipal tornando-se Brejo Alegre, oficialmente emancipado. A apresentação do Projeto número 154, impetrado pelo Deputado Padre Lafayette de Godoy, junto à Assembléia Provincial, culminou com Lei n° 3591, de 28 de agosto de 1888, que alterou a categoria do município.
Culturalmente, Araguari congregou diversas manifestações no decorrer do século XX, como tradicionais festejos relacionados à religiosidade, como as festas em louvor ao padroeiro Senhor Bom Jesus da Cana Verde (celebrada a 6 de agosto) e a São Sebastião, a folia de reis, congadas, moçambiques, catupés, festas juninas, e outras, de cunho popular e erudito, como o Carnaval, bailes temáticos, concertos, literatura, teatro, artes manuais, plásticas e muitas outras.
Cidade de gente hospitaleira, com espírito de acolhimento do interior, mas buscando a integração da modernidade e do desenvolvimento em seu espaço urbano, o município segue enaltecendo e preservando tradições culturais, com o olhar atento ao presente e às transformações sociais. Araguari, seus filhos reiteram: “orgulho de Minas Gerais”.
ARAGUARY OU ARAGUARI?
Elevado à condição de cidade, na época os moradores se depararam com um fato bastante intrigante, pois a referida Lei promoveu também a mudança nominal do município, que passou a ser intitulado “Araguary”. Essa grafia foi usada por pouco mais de quatro décadas, pois Leis Federais sedimentaram uma mudança ortográfica no país. Com a reforma, Araguary passou normalmente e gradativamente a ser escrita: Araguari.
ANIVERSÁRIO DA CIDADE
No ano de 1966 foram instituídos o Brasão e a Bandeira do Município, formalizados por intermédio da Lei número 1156 de 7 de julho de 1966. Logo depois, em 23 de abril de 1968, o município entendeu que o marco histórico de Araguari foi sua conquista de condição de cidade e não sua emancipação política, ocorrida com a efetivação da Câmara Municipal na Vila no ano de 1884. Assim, instituiu, por intermédio da Lei número 1323, o dia 28 de agosto – Dia da Cidade, e desde aquela data comemora-se o “aniversário da cidade de Araguari”.
HINO DE ARAGUARI
Durante muito tempo, Araguari buscou uma canção que representasse a cidade e o sentimento de seus habitantes. Uma conhecida valsa, perpetuada através de gerações, apesar de não ser oficial, permeava sempre a lembrança dos araguarinos.
Assim, no ano de 2004, a Câmara Municipal por intermédio da Lei 4.029 de 28 de maio, obedecendo à força da tradição, instituiu oficialmente a “Valsa Araguari”, como o Hino do Município. De autoria de Alvarenga e Zequinha Torres, arranjos para harmonia de Messias Garcia, executada por Alvarenga e Ranchinho II, a música, gravada na década de 1940 pela gravadora Odeon, retrata amor e romantismo acerca da cidade de Araguari.
Fonte: PEIXOTO, Juscélia Abadia Peixoto; VIEIRA, Aparecida da Glória Campos. Araguari e sua história. Goiânia, GO: Kelps, 2013.
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Há cerca de 54 anos saí de Araguari para realizar meus estudos, pensando que um dia pudesse retornar à cidade Natal. Mas, nesta vida muitas coisas acontecem que nós não esperamos e assim fui ficando no Paraná, onde me formei e me estabeleci. Mas, sempre leio as notícias da cidade através da Gazeta do Triângulo, mantendo-me bem informado. Porém, quando me lembro dos anos cinquentas que aí estava, dos cinemas da cidade Rex e Lux, do Clube Recreativo, das tardes de matinês e ás noites de domingo o Vai e Vem após a sessão do cinema, do colégio Regina Pacis onde fiz meu Ginásio e Científico, com aquele ensino rigoroso e excelente, a saudade bate forte. Mas, deverei visitá-la em breve, pois aí ainda tenho parentes. Hoje, porém, quero desejar meus cumprimentos pelos seus 126 anos de emancipação.
Sinto imenso orgulho de ter nascido em Araguari e mais ainda de ser mineiro, devemos acreditar cada vez mais em uma cidade progressista, visto que estamos nos trilhos certos. Parabenizo Araguari pelos seus 126 anos, uma das maiores cidades de Minas em grandeza e qualidade de vida.
Quero parabenizar não só a Cidade de Araguari por seu aniversário, como também as historiadoras Juscélia Abadia Peixoto e Aparecida da Glória Campos Vieira, cujo livro “Araguari e sua história, me foi ofertado por meu primo Luiz Alberto de Fátima Rodrigues, em 18/02/2014, o qual tece justos elogios às mesmas: “Caro Miguel, conforme lhe disse, estou enviando exemplar do livro “Araguari e sua história”, onde as autoras, que são historiadoras, trabalham aqui no Arquivo Público Municipal. É um trabalho interessante e muito valioso para resgatar parte de nossa história. Araguari, berço de cidadãos ilustres, merece um relato desta envergadura com fatos e fotos que ressaltam a importância de nossa querida terra”. Fiquei realmente encantado com a qualidade do Livro e quando for visitar meu irmão João que aí mora ( provavelmente no início de dezembro deste ano), quero conhecer pessoalmente as historiadoras. Sai de Araguari em 1961, vindo estudar no Rio de Janeiro, mas acompanho o que ocorre na Cidade pela Gazeta. Famosa por sua água, por sua gente, pelo notabilíssimo Colégio Regina Pacis, onde estudei por três anos, sinto muita alegria pelo fato de a Cidade ter quem conte a sua historia com tanta competência.
Parabéns!!!
Rio, 28 de agosto de 2014
Miguel Barbosa do Rosário
Nascida em Araguari, vim para SP com minha família no ano de 1950, hoje com minha vida estruturada, sempre que posso volto a Cidade para curtir às coisas boas que nela encontro, principalmente “sossego”, pretendo encontrar o Livro “Araguari e sua História”. Parabéns pelos seus 126 anos de existência e até breve.
Maria Celeste Vieira/Assistente Social.
Há 38 anos sai também de Araguari indo trabalhar em Uberlândia. Procuro sempre visitar meus parentes normalmente de 15 em 15 dias. Já me aposentei e tenho desejo de retornar definitivamente para minha terra natal. Sempre procuro saber o que esta acontecendo na cidade por intermédio deste site da Gazeta. Parabéns Araguari, povo humilde e hospitaleiro.
Nossa que lindo
Tenho origem paterna em Araguari, meu avô se chamava Genésio Batista de Melo e foi um dos fundadores da Gazeta de Araguari. Quem puder me ajudar a saber mais sobre as minhas raízes, agradeço o contato.