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Coluna: Neuropsi (25/03)

qui, 25 de março de 2021 00:17

Abertura-neuropse

1- O que é ansiedade infantil?

A criança é ainda um ser muito frágil diante do mundo e muito predisposta a sofrer ansiedade, a não ser que se sinta muito assegurada pelas pessoas que cuidam dela. Assim, a ansiedade pode ser um sentimento natural também na criança como, por exemplo, se ela é separada dos pais ou passa por mudanças significativas como troca de escola ou de casa, falecimento de entes queridos, chegada de um novo irmão, separação dos pais etc.

O limite da normalidade do nível de ansiedade infantil está na sua repercussão sobre o comportamento, sintomas físicos ou medos excessivos. Essas perturbações ansiosas nas crianças e jovens são muito frequentes e têm um impacto significativo no funcionamento quotidiano delas, com implicações no seu desenvolvimento, com interferência na escolaridade, estabelecimento de amizades e relações familiares.

2-Qual a frequência da ansiedade na criança e qual sexo é mais acometido?

Infelizmente, os Distúrbios da Ansiedade não são um problema exclusivo do universo adulto.

Ansiedade é um sentimento natural tanto na infância como em qualquer outra etapa da vida. Crianças de 8 meses de idade podem apresentar sintomas de ansiedade sempre que se separam dos pais. Isto é normal. Entre os 6-8 anos de idade, a ansiedade se volta para o desempenho escolar e o relacionamento com os coleguinhas.

A ansiedade afeta 13 em cada 100 crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade e atinge as meninas mais do que os meninos.

3-Quais são as causas da ansiedade infantil anormal?

A ansiedade infantil anormal pode ser causada pela concomitância de outros problemas psicológicos, alterações nos neurotransmissores químicos cerebrais, doenças na tireoide, infecções e fatores genéticos que predisponham à ansiedade.

4-Quais os sintomas e dificuldades que a criança enfrenta com a ansiedade?

As expressões de ansiedade na criança ocorrem de modo diferente nas várias idades. Nos bebês e lactentes podemos observar choro frequente, dificuldades alimentares e no sono. Na criança maior, de 2 a 3 anos, verificamos inquietude, solicitação frequente do adulto, irritabilidade, dificuldades alimentares e não atendimento a regras com episódios de birra. Nas de 5 a 6 anos, verificamos curta atenção com permanência limitada e troca constante de atividades, inquietude, não respeito à privacidade do outro, insatisfação e insegurança. Nos escolares, acima de 7 anos, observam-se dificuldades na atenção, principalmente para tarefas de rotina e escolares, inquietude, rapidez exagerada e displicência em suas atividades, dificuldades na socialização e outras situações.

5-O pai ou mãe que sofre de ansiedade tem grandes chances de gerar um filho com esse problema?

Não necessariamente. A ansiedade pode ser desenvolvida por ele a partir das atitudes da mãe em relação ao filho, do ambiente em que ele está inserido.

6-Como os pais devem lidar com a ansiedade dos filhos?

Os pais são figuras fundamentais para a criança, pois são eles que irão moldar o seu desenvolvimento. É importante que se informem, seja por meio de profissionais e mesmo de leituras especializadas, de como se dá este desenvolvimento e que função desempenham neste processo. A adequação das suas atitudes, o acolhimento das necessidades, a convivência com a insegurança e o prazer, o manejo com os desejos e a frustração são situações com as quais estarão lidando diariamente e, com certeza, estarão oferecendo aos seus filhos a oportunidade deste aprendizado, que, no futuro, lhes deixará em condições de conviver e lidar com as situações de maior complexidade.

7-Como deve ser o ambiente ideal para que a criança não corra o risco de ser acometida pela ansiedade excessiva?

O ambiente familiar seguro, no qual os pais se respeitam e lidam de modo adequado com os problemas naturais da vida, será mais acolhedor para as dificuldades da criança, mostrando e ensinando a ela como lidar com as adversidades que possam estar ocorrendo. Isso irá atenuar e permitir que ela trabalhe melhor a ansiedade.

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