Da Redação

“Objetivo é combater o mal do século, que é o consumo de drogas”, afirma o secretário de Saúde

No mês de agosto do ano passado foi aprovado na Câmara Municipal o projeto que autoriza os estudos relativos a ibogaína, substância extraída de uma planta encontrada na África Central.

O projeto de Lei 118/2017, de autoria do Executivo, permitiu ao município celebrar termo de cooperação com o instituto Vera Cruz de Pesquisa e Tratamento de Dependência Química.

 

Nesta quinta-feira,1, informações sobre o assunto foram apresentadas na capela do Imepac (Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos) por meio da secretaria de Saúde e demais pastas envolvidas nos trabalhos. Segundo o projeto anunciado, durante a pesquisa diversos fatores são considerados, dentre eles, a segurança cardiovascular de ibogaína acompanhada de psicoterapia no tratamento da dependência química à cocaína e crack.

O secretário de Saúde, Rafael Guedes, disse que os primeiros passos para que o projeto fosse colocado em prática foi a aprovação no legislativo e o convênio com a Santa Casa de Misericórdia.

“Acredito de coração nesse projeto, que é a menina dos meus olhos. O objetivo é combater o mal do século, que é o consumo de droga. Quase 90% dos crimes são reflexos destes produtos ilícitos, resultando na destruição de famílias”, considerou.

O procurador geral do município, Leonardo Henrique de Oliveira, esteve na palestra representando o prefeito Marcos Coelho de Carvalho (MDB). “Gostaria de ressaltar a grande autoridade no assunto, que é a Dr. Karine Viana Ferreira, uma das responsáveis pela concretização deste sonho que contou com o apoio da Santa Casa e também como o Imepac, que abraçou este projeto”, destacou.

O vereador Wesley Lucas de Mendonça (PPS) também esteve presente representando a Câmara Municipal. “Podemos tornar Araguari referência nesta pesquisa”, comentou.

Um dos responsáveis pela consolidação do projeto em Araguari é o delegado José Pacífico, que na gestão Raul Belém (PP) atuou como secretário de Políticas sobre Drogas.

“As coisas acontecem no tempo de Deus. O nosso intuito é deixar esta obra de presente não só para o Brasil, mas para toda a humanidade”, ressaltou.

Os pesquisadores Bruno Daniel Rasmussem Chaves e Célia Moraes ministraram a palestra sobre o assunto. Bruno Daniel disse que o assunto surgiu em 1994 quando ele participou de um estágio em Miami, nos Estados Unidos. “Um americano que descobriu os efeitos da ibogaína, substância que tirava a vontade de usar a heroína. Ele experimentou e em 24 horas não queria usar a droga e até mesmo sentia repulsa ao pensar nela. Foi assim que começou a surgir pesquisas”, explicou.

O projeto é realizado em Araguari com apoio da prefeitura em parceria com o Instituto Vera Cruz Phitostan Enterprises Front Plants To Medicine. “Agradecimento especial ao José Pacífico Martins Ferreira, se não fosse ele nada estaria acontecendo”, disse o pesquisador.

Segundo informações divulgadas no site do instituto Vera Cruz, com sede no Distrito Federal, usar ibogaína é um procedimento delicado para o corpo e para a mente, por isso deve ser realizado em ambiente protegido e monitorado. Locais devem oferecer o tratamento seguindo o protocolo recomendado por autoridades de saúde sendo necessária formação especializada da equipe, ambiente hospitalar protegido e medicamento com origem comprovada.