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Moçambique Branco do Congado de Araguari realiza abertura de Seminário Nacional em Brasília

sáb, 6 de dezembro de 2014 07:59
O encontro reuniu gestores dos Centros de Artes e Esportes Unificados de todo o país
O Moçambique Branco é um dos ternos mais antigos de combate de Araguari. Foto: Divulgação

O Moçambique Branco é um dos ternos mais antigos de combate de Araguari. Foto: Divulgação

STELLA VIEIRA – O Seminário Nacional de Capacitação para Gestores e Comunidades dos Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs), realizado nos dias 2 e 3 de dezembro, na Funarte de Brasília, contou com duas apresentações artísticas de abertura, representando todo o país: o Moçambique Branco do Congado de Araguari e uma dança de rua da cidade de Campo Grande.

De acordo com Carmem Valente Oliveira Alvim, gestora do Centro de Artes e Esportes Unificados de Araguari, o objetivo do encontro foi reunir os gestores de todos os projetos contemplados pelos CEUs, para discutir e trocar experiências entre os municípios. “Em Araguari, o centro foi inaugurado no ano passado. Temos várias atividades próprias e um projeto aprovado na Funarte que trará sete novas ações. Ele será executado ainda esse ano, incluindo aulas de ballet, artesanato e cursos de capacitação abertos a toda a comunidade, sem nenhum custo”. Além das novas atividades, o centro oferece modalidades de esporte, biblioteca, sala de informática com curso de capacitação, aula de capoeira, teatro e Centro de Referência de Assistência Social no residencial Monte Moriá.

A gestora comenta que o encontro foi muito importante para Araguari, uma das primeiras cidades a receber o equipamento. “Fomos convidados a fazer uma apresentação cultural na abertura do evento, que contou com a participação do Moçambique Branco e teve todas as despesas custeadas pelo Ministério da Cultura. Tivemos experiências com vários municípios, que vamos repassar para o nosso Conselho Gestor e continuar procurando novas ideias, seguir exemplos que foram bem sucedidos e propor a elaboração de mais atividades junto à comunidade”.

Congado e Moçambique

Segundo Agnaldo Daniel da Silva (Zulu), presidente da Central Única de Favelas (CUFA) de Araguari, o Moçambique Branco é um dos ternos mais antigos de combate do município. “O congado é como se fosse um batalhão. Temos os comandantes, capitães e os ternos, que são como soldados. Nosso soldado mais antigo, o Moçambique Branco, foi escolhido para fazer a abertura do evento. Foram apenas duas apresentações representando todo o país, uma de Araguari e outra de Campo Grande”.

Durante o encontro, foi apresentado o projeto Congado Mirim Transformarte, que tem o objetivo de montar escolinha de congado, para crianças e jovens de 7 a 18 anos, com oficinais artísticas e técnicas. O presidente comenta que a recepção da Ministra Interina de Cultura, Ana Cristina Vanzeler, foi bastante positiva e que o projeto está previsto para janeiro. “O congado ainda enfrenta muito preconceito, não só em Araguari. Essa iniciativa é importante, porque mesmo com o preconceito, não podemos nos sentir estigmatizados. Essa é a primeira vez que tentamos um recurso diferente, pois existe muita dificuldade em depender somente da subvenção municipal. Os valores são baixos e muitos têm que tirar dinheiro do próprio bolso para fazer a reposição dos figurinos”.

O presidente acrescenta que a escola poderá ser montada no Centro de Referência Negra Rainha Benedita e será voltada para as crianças e adolescentes participantes do congado, mas todos podem participar. “O objetivo é que elas aprendam e reapliquem o que foi aprendido nos grupos. Os interessados, que não fazem parte de nenhum grupo, podem conhecer e depois ser inseridos em algum congado. Inicialmente o projeto contemplará 160 pessoas e está estimado em um valor de R$218 mil, sendo R$160 mil do Ministério da Cultura e o restante de contrapartida da CUFA”, conclui.

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