Em meio a polêmicas e controvérsias, a 88ª edição do Academy Awards não surpreendeu com as premiações, mas garantiu uma cerimônia equilibrada e um tratamento adequado à questão graças ao apresentador Chris Rock.

 

Queridinho da internet, Leonardo DiCaprio finalmente levou para casa a estatueta de “Melhor Ator” por sua atuação em “O Regresso”. Todos ficaram felizes por ele, mas, será que realmente foi merecido? Certas feições denunciavam o tempo todo que ele não era Hugh Glass, ainda que estivesse com aquela barbona gigantesca e urrando de dor.

E por falar em “O Regresso”, este foi indicado para 12 categorias e ganhou apenas três. Levou “Melhor Ator”, “Melhor Diretor” para Alejandro Iñárritu, pelo segundo ano consecutivo, e “Melhor Fotografia”, a terceira estatueta seguida de Emmanuel Lubezki. Estava na torcida para “Os Oito Odiados”, não teve jeito. O esforço do ganhador para filmar com luz natural foi inquestionável, assim como a propaganda que o diretor fez disso.

“Spotlight” ficou com o principal prêmio da noite, “Melhor Filme”, e também foi o escolhido na categoria “Melhor Roteiro Original”. Outro grande favorito nessa categoria foi “A Grande Aposta”, que garantiu uma estatueta na categoria de “Melhor Roteiro Adaptado”.

Justiça seja feita, “Mad Max – Estrada da Fúria” garantiu o maior número de vitórias, com seis estatuetas. Indicado, o diretor George Miller não ganhou o Oscar, mas sua equipe não teve do que reclamar faturando “Melhor Direção de Arte”, “Melhor Montagem”, “Melhor Figurino”, “Melhor Cabelo e Maquiagem”, “Melhor Mixagem de Som” e “Melhor Edição de Som”.

O Oscar de Melhor Atriz foi para Brie Larson, por sua atuação no drama “O Quarto de Jack”, considerada a favorita e palpite certo nas apostas. Já “Perdido em Marte” foi completamente ignorado. Indicado para seis categorias, não ganhou nada.

Favorito do público, Sylvester Stallone perdeu para Mark Rylance (“Ponte dos Espiões”) na categoria de ator coadjuvante. Ele deu vida novamente à Rocky Balboa em “Creed: Nascido para Lutar”.

Aplaudido de pé pelo Dolby Theatre, o compositor Ennio Morricone recebeu o primeiro Oscar de sua carreira por “Os 8 Odiados”. Aos 87, o italiano foi indicado seis vezes a Melhor Trilha Sonora Original e havia recebido um Oscar honorário em 2007 pelo conjunto da obra. Em sua língua e muito emocionado, ele agradeceu o diretor Quentin Tarantino.

 

Durante a cerimônia, alguns dos indicados à estatueta de “Melhor Canção Original” interpretaram suas respectivas faixas. Sam Smith cantou “Writing’s On The Wall”, trilha do “007 Contra Spectre”; The Weeknd apresentou “Earned It”, do filme “Cinquenta Tons de Cinza” e Lady Gaga fez uma performance emocionada de “Til It Happens To You”, documentário “The Hunting Ground”. Para surpresa de todos, quem levou foi Sam Smith, que dedicou o prêmio à comunidade LGBT.

PERDIDA NO OSCAR

 

Muita gente se lembrou do ator José Wilker e da falta que ele faz comentando o Oscar na TV aberta. Maria Beltrão e Arthur Xexéo, que conhecem do assunto, dividiram espaço com a atriz  Gloria Pires, que parecia ter sido obrigada pela Globo a estar ali. Respostas monossilábicas e a pérola “Não sou capaz de opinar” fizeram dela o meme da semana.

OSCAR BRANCO? #SQN

Além de enfatizar a falta de oportunidades para negros, Chris Rock soube contornar o boicote à premiação e não poupou tiradas aos colegas. “Mas entendo que tenham ficado furiosos. Jada, Will (Smith)… eu entendo. Entendo que Will é tão bom e nem foi indicado. Também não acho justo que Will tenha recebido US$ 20 milhões por ‘As Loucas Aventuras de James West’!”

Parece que uma tentativa de dar um pouco de “diversidade” ao Oscar foi colocar atores negros e de outras etnias “não brancas” para anunciar as premiações, como se fossem garçons. “Aqui está o seu prêmio, senhor”. Mas a premiação é abrangente e diversa. Basta olhar os ganhadores.