Um dos favoritos na disputa e líder de indicações é o novo longa de Alejandro Gonzáles Iñárritu, que levou para casa o Oscar nas duas principais categorias, melhor filme e melhor diretor, por “Birdman”. A lista é longa. A produção concorre por Melhor Filme, Diretor, Melhor Ator, Ator Coadjuvante, Direção de Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem e Penteado, Som, Mixagem e Efeitos Especiais.

 

A impressionante história do homem que sobreviveu ao ataque de um urso e após ser abandonado quase morto por seus companheiros de expedição, consegue voltar em busca de vingança é baseada na história do caçador de peles Hugh Glass (1783-1833). O americano se tornou lendário por protagonizar um dos relatos mais impressionantes de sobrevivência humana, inspirando livros, filmes, poemas e músicas. O roteiro do filme é uma adaptação do livro homônimo lançado em 2002 por Michael Punke.

Glass, interpretado por Leonardo DiCaprio, consegue matar o urso a facadas, mas não sem antes ter a carne dilacerada e vivenciar um sofrimento inimaginável. Gravemente ferido e sem equipamentos, ele faz da vingança a sua razão para se recursar a morrer.

A natureza pode ser bela e ao mesmo tempo brutal. Rios, vales, matas, planícies e montanhas guardam perigos mortais. Em relação aos aspectos técnicos da filmagem, realizada no norte do Canadá, a produção decidiu fazer algo complexo, mas com resultado impressionante. O filme foi rodado com luz natural, sem artifícios de iluminação, trabalho muito bem feito que coloca o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki como forte candidato a levar para casa seu terceiro Oscar seguido. Em 2014, ele foi premiado por “Gravidade”, e em 2015 por “Birdman”.

 

Além da parceria com Lubezki, o diretor repete o recurso de “câmera invisível” utilizado em “Birdman”, como se uma espécie de entidade conduzisse o espectador em torno da ação. Destaque também para uma belíssima sequência sem corte do combate entre índios e caçadores de peles logo no início do filme.

Apesar de todas as qualidades, o roteiro possui alguns clichês que comprometem o envolvimento com a história. DiCaprio convence nas cenas em que se exige dele “sangue nos óio”, mas ao longo do caminho, por vezes ele parece perdido, não transmite a firmeza de quem é um conhecedor do mundo selvagem. “O Regresso” tem aquela agonia de “Gravidade”, porém, na Terra. Todo instante parece ser o fim.