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Meio Desligado – Indicados ao OSCAR 2016

qua, 24 de fevereiro de 2016 08:57

meio desligado

É no próximo domingo, 28, a cerimônia do Oscar 2016. Nas últimas colunas, a Meio Desligado fez um especial sobre os indicados a categoria de melhor filme, restando ainda falar sobre “Spotlight – Segredos revelados” e “A grande aposta”.

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Num ano de produções consideravelmente fracas, minha preferência não poderia ser outra: “Mad Max – Estrada da Fúria”. Acredito que nenhum outro filme do gênero de ação esteve tão perto do reconhecimento (merecido) da academia. Vai ser difícil, mas talvez a premiação tenha algumas surpresas.

A GRANDE APOSTA

Em clima de comédia, o filme retorna a temas explorados em “O Lobo de Wall Street”, porém concentrado em detalhes mais específicos da especulação monetária do setor imobiliário, com ar de inteligência (cheio de boas frases) e embalado por recursos de edição espertinhos para fazer o público se divertir enquanto se perde nos números.

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Comodities, hipotecas, CDO, CDS, triplo-B, títulos subprime, fundos de investimento e tranches são siglas e expressões econômicas recorrentes que o público não tem a obrigação de saber o significado e naturalmente fica sem entender os diálogos, mas de modo geral, a mensagem de que o mercado financeiro domina o mundo a partir de negociações absurdamente abstratas e cruelmente traiçoeiras é captada.

Steve Carell, Brad Pitt e Ryan Gosling estão no elenco em interpretações marcadas pelo tom de ironia e pela verborragia. Para não parecer um ator comum, Christian Bale abusa dos chiliques e até mesmo toca bateria, mas cai no exagero. Baseados em fatos reais ocorridos na década passada, o filme mostra como esses ridículos homens brancos milionários norte-americanos podem ser responsáveis por crises financeiras mundiais que afetam a vida cotidiana da população, sobretudo os mais pobres e países distantes, como a Grécia (e também o Brasil).

SPOTLIGHT – SEGREDOS REVELADOS

Seguindo aquela linha de filmes sobre investigações jornalísticas, e como tal, ressaltam a importância do jornalismo para a sociedade. O que parecia à primeira vista ser um caso isolado de um padre local acusado de molestar crianças sexualmente, vai se revelando uma teia complexa de vários outros casos sistematicamente encobertos pela Igreja Católica.

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O drama, baseado em fatos reais, começa em 2001, quando uma troca de comando na redação colocou Marty Baron (vivido por Liev Schreiber) como editor-chefe do Boston Globe. Em uma de suas primeiras ações, Baron fez o jornal voltar ao caso de abusos sexuais cometidos por religiosos locais. Quatro jornalistas abraçaram o caso: Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams), Matt Carroll (Brian d’Arcy James) e Walter V. Robinson (Michael Keaton).

As reportagens publicadas a partir de janeiro de 2002 destacaram os abusos como prática sistemática contra jovens de famílias humildes que enxergavam no pároco da vizinhança, a quem ajudavam como coroinhas e em pequenas tarefas, uma figura de proteção física e conforto espiritual e valeram a equipe Spotlight o prêmio Pulitzer em 2003.

Do ponto de vista cinematográfico, a produção não tem muito a oferecer e praticamente se sabe com antecedência onde ela irá chegar.  Por diversas vezes, é possível notar uma aura de herói nos personagens. A rotina de uma redação é por vezes avassaladora. Esta e outras tantas denúncias acabam passando despercebidas por falta de tempo, de investimento, estrutura do próprio jornal, de interesse. Além das dificuldades para trazer crimes como estes à tona, “Spotlight” mostra que o verdadeiro ofício do jornalista não é nada glamuroso.

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