Saiu a lista de indicados ao “Oscar 2016″ pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na semana passada. Nos próximos dias a Meio Desligado preparou um especial dos filmes indicados para a principal categoria da premiação, e nada melhor do que começar a lista chutando a porta com o queridinho da coluna, “Mad Max – Estrada da Fúria”. O filme é um dos líderes de 11 indicações, mas é difícil a obra de George Miller, que também concorre na categoria de melhor diretor, alcançar essa consagração.

 

O reconhecimento surpreendeu. Claro que para quem já era fã da franquia e para quem se diverte com trabalhos bem feitos, inclusive aqueles que fogem do espectro de “filme de arte”, o sucesso no Oscar foi mais que merecido. Mas nem passou pela cabeça da colunista que vos escreve ver algo assim vindo da academia.

E não foi só a galera do Oscar: a cultuada revista de cinema francesa Cahiers du Cinema divulgou sua lista anual com os melhores filmes lançados durante o ano. E lá estava “Mad Max – Estrada da Fúria” ocupando a quinta colocação. Sucesso de crítica e sucesso de público, desbancou “Vingadores – Era de Ultron” no final de semana em que estreou com a maior bilheteria do Brasil.

Porque é um filmaço? Antes de tudo, tinha o peso de ser uma continuação de uma franquia de peso dos anos 80 e não tinha Mel Gibson no papel principal, algo que deixou os fãs com “um pé na frente e outro atrás.” Se Tom Hardy não virou o xodó do público, seus gestos econômicos e expressões contidas combinaram com o jeitão calado e duro do personagem.

Seguindo o esquema de seus antecessores, o longa se passa em um mundo pós-apocalíptico. Numa civilização liderada por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) que controla recursos como água e gasolina, escravizando a população, Mad Max se vê obrigado a ajudar um grupo de rebeldes liderado pela Imperatriz Furiosa. Charlize Theron dá vida a uma das personagens femininas mais emblemáticas dos últimos anos.

“Mad Max – Estrada da Fúria” é um filme que se assiste com os dentes cerrados e os ombros tensos. Sua narrativa é totalmente visual. São sequências e mais sequências com perseguições, lutas em cima de veículos em movimento, numa adrenalina interrupta que nenhum filme do gênero foi capaz de conceber. Ainda por cima conta com uma belíssima direção de arte. Do figurino ao design dos veículos, a riqueza de detalhes é espetacular.

George Miller afirmou em entrevista ao The Q&A Podcast que a sequência de Estrada da Fúria tem até nome: “Mad Max – The Wasteland”. Há especulações também sobre um possível longa focado na Imperatriz Furiosa. “Mad Max” foi sim o melhor filme do ano.