Meio Desligado – Dublado x Legendado
qua, 12 de agosto de 2015 07:05Pelo menos quando se trata da preferência nacional, quem vence é o dublado. Uma pesquisa do Filme B, portal que monitora dados do cinema no Brasil, comprovou aquilo que a gente desconfiava: 59% dos filmes assistidos no Brasil em 2014 foram cópias dubladas. Se pararmos para pensar que no total há também 13% de produções nacionais, que não precisam ser dubladas, a diferença para os filmes legendados fica ainda maior. Apenas 28% dos ingressos vendidos foram para filmes legendados.
A diferença é ainda maior nas capitais Manaus e Cuiabá: 70% e 69%, respectivamente, dos espectadores preferiram acompanhar tramas com vozes nacionais. Brasília e Porto Alegre preferem com legendas: 36% e 42%. Em São Paulo, o percentual é de 51%. No Rio, 44%.
Alguns aspectos podem ajudar a entender esse contexto. A abertura de mais salas de cinema, consequência de um acesso maior das chamadas classes C e D.
Antigamente o cinema era praticamente voltado para adultos, mas hoje em dia, a faixa etária que ele abocanha é de adolescentes e crianças. Com exceção de animações, até os anos 90 a dublagem era exceção. Um exemplo dessa mudança é que apenas 23% do público de “Malévola”, fez questão de ouvir a voz de Angelina Jolie. O filme foi a segunda maior bilheteria de 2014 no Brasil. A maior bilheteria ficou com “A Culpa É das Estrelas”, drama adolescente. Do total de cópias distribuídas, 63% eram dubladas.
É impossível não levar em conta o desinteresse pela leitura de forma geral. Um livro velho ou o cintilante monitor do computador? Apesar de todo mundo fazer papel de culto nas redes sociais, vivemos em um meio social que desestimula completamente esse tipo de atividade. E os livros de colorir então? Nem vale a pena comentar.
Já ouvi por aí um pessoal reclamando que “ah, ver filme legendado não te faz melhor que os outros”. Não adianta querer levar a questão para esse lado de caráter, como se aquele “chato” da turma que implora para colocarem a legenda fizesse isso por pura arrogância.
Respeito quem tem dificuldade para ler, mas não se trata de opinião, é fato: o dublado perde de 7 a 1 para o legendado. A dublagem atrapalha a experiência cinematográfica. Colocar outra voz no ator é mutilar a atuação dele, que possuía sua entonação e timbre próprios para aquele personagem e daí fazem um “dubsmash” com ele. Também se perdem piadas, palavrões e até o sentido do texto original para que a voz fique sincronizada ao nosso idioma. Outra vantagem do legendado é que você treina a leitura e ainda aprende um pouquinho de inglês. Olha só como Michael e Vito Corleone se sentem quando você assiste “O Poderoso Chefão” dublado:
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