Meio Desligado – Axl Rose, o novo vocalista do… AC/DC?
qua, 11 de maio de 2016 08:09Para o desespero de muitos fãs do AC/DC, Axl Rose, ex-Guns n’ Roses, foi definido como novo vocalista da banda, para subir ao palco no lugar de Brian Johnson no último sábado, 7, em Lisboa. Este é o primeiro dos shows em que Axl substitui o vocalista da banda australiana, afastado por graves problemas auditivos da atual turnê Rock or bust, que segue pela Europa e Estados Unidos.
Antes da apresentação, o grupo publicou no Facebook alguns vídeos de bastidores dos ensaios. Em um deles, o líder do Guns N’ Roses aparece ao lado do guitarrista Angus Youngs e do baixista Cliff Williams para fazer um convite ao público. Em poucas palavras, Axl se disse muito “empolgado” para o show. Em entrevista à rede de TV inglesa BBC, Rose disse que está “muito feliz, mas acho que seria inapropriado celebrar, de certa forma, à custa de outra pessoa”.
A confirmação do nome de Axl Rose pelo AC/DC causou muita insatisfação entre os fãs. Na Bélgica, sete mil pessoas pediram a devolução do ingresso tão logo o anúncio foi feito pela banda. Axl já não é uma figura muito querida no rock, não era unanimidade nem mesmo entre os fãs da própria banda que ele liderava. Imagina agora, empunhando o microfone de um grupo como o AC/DC, que sempre agradou gregos e troianos, garantiu apreciadores nas mais variadas vertentes do estilo.
Então chegou o dia da prova de fogo. Sentado em uma cadeira, por estar com a perna quebrada, Axl comandou o AC/DC ao lado do guitarrista Angus Young, parece ter sido aprovado até mesmo entre aqueles que estavam com o pé atrás.
Em sua página no Facebook a banda divulgou um vídeo de fãs que estiveram no show, falando sobre o quanto ficaram surpresos com a performance de Axl. Nos comentários na rede social, também se viu uma mudança de posicionamento. A indignação deu lugar a um tom de surpresa com a boa voz do americano. “Eu sou um grande fã do Brian Johnson, mas o Axl fez um grande show em Portugal” e “Eu estava muito cético quanto ao Axl, mas depois de ouvir ele cantando estou muito feliz. Ele fez um ótimo trabalho”, foram alguns dos comentários.
Na verdade, o maior elogio seria afirmar que Axl Rose cantou com os AC/DC e que, no fim do concerto, saciados, exclamaríamos: foi “apenas” mais um concerto dos AC/DC – no sentido em que a banda australiana, máquina infalível, teria cumprido novamente com distinção o seu papel de celebração do sagrado riff e da abençoada eletricidade com batida segura a condizer.
Sem alterações substanciais em relação aos alinhamentos que apresentavam nos Estados Unidos antes da inesperada saída de Brian Johnson, as músicas não soaram ruins. “Back in black” para primeira explosão de alegria entre o público, “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” para mostrar que Axl Rose não só trata bem a memória de Brian Johnson, mas também a de Bon Scott. Uma titubeante “Thunderstruck” perante a qual, por ser o hino que é, qualquer falha é perdoada, e “Hell’s bells” para diminuir o ritmo para um andamento mais diabólico enquanto um sino gigante desce das alturas.
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