Mal sabia o deputado e ex-BBB Jean Wyllys (PSOL) que a tentativa de cuspir em seu colega Jair Bolsonaro (PSC) ia ser apenas o primeiro de uma série de episódios lamentáveis envolvendo defensores e críticos do PT.

 

Jean mentiu, dizendo que havia sido insultado por Bolsonaro antes. As câmeras mostraram que essa versão não condizia com a os fatos, pelo contrário, até revelaram que a cusparada foi premeditada. Aquilo que era deprimente ficou ainda mais. Eduardo Bolsonaro também revidou com uma cusparada em Jean. E tudo isso aconteceu na Câmara dos Deputados, no dia da votação do impeachment. “E se fosse com seu pai?” tentou justificar ele.

Menos de uma semana depois, o ator José global de Abreu, conhecido defensor do PT, jantava em um restaurante de luxo quando ele e a esposa começaram a ser insultados por um casal da mesa ao lado. Resultado? Os seguranças se aproximaram para impedir que a coisa evoluísse para uma briga depois que José de Abreu se levantou, mas ele ainda conseguiu se aproximar e cuspir no rosto do casal “fascista”, disse ele ao se vangloriar disso no Twitter. Não pretendo entrar em detalhes, quem quiser assistir aos dois episódios lamentáveis, basta procurar na internet.

A deputada Maria do Rosário (PT) usou o Twitter para defender os dois. “Jean e Zé de Abreu por uma reação imediata. Quem reage a agressão não planeja como agir, quem agride sim. Respeite e serás respeitado.” E foi justamente repreendida pelo jornalista Marcelo Tas. “Que argumento infeliz para justificar agressão. Você era ministra de Direitos Humanos mesmo? Difícil de acreditar.”

 

E a galera que gosta de chamar atenção em nome de uma pretensa “arte” aproveitou a nova moda. Um tal grupo Desvio Coletivo realizou uma performance de duas horas no vão livre do Masp no sábado, que consistia em cuspir, vomitar e até defecar em fotos de 38 políticos. Ao lado da foto, estavam os crimes (em alguns casos, supostos crimes) pelos quais eram investigados.

Entre os rostos colocados como alvo estavam os deputados Bolsonaro, Marcos Feliciano e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, além do vice-presidente Michel Temer. Obviamente não tinha foto da Dilma e nem do Lula.

 

Concordo com o Tas, é difícil acreditar que chegamos a este ponto. O cuspe é o último passo para as vias de fato. Falta de racionalidade, educação e falta de tudo mais que supostamente nos diferencia, enquanto Homo Sapiens e “Mulheres Sapiens”, dos outros animais. “E se fosse uma agressão ao seu pai, sua esposa?”. Se for assim a selvageria está liberada? Não justifica. Quem cospe perde completamente a razão. Nos dias de hoje temos que defender até isso.

Como diria o Weliton Prado, “cartão vermelho” para o Jean, “cartão vermelho” para o Eduardo Bolsonaro, para o Zé de Abreu e para quem está defendendo a cusparada de qualquer um deles. É triste ver que opostos podem ser parecidos em matéria de justificar o injustificável. Vamos torcer para que essa moda horrenda seja apenas passageira.