Médicos de olhos, por João Baptista Herkenhoff
sáb, 10 de maio de 2014 00:00* João Baptista Herkenhoff
Em sete de maio último foi comemorado o Dia do Oftalmologista. É uma habilidade profissional muito antiga. Médicos assírios, fenícios, sumérios e outros do mundo árabe operavam a catarata dezessete séculos antes de Cristo.
Esta data me é particularmente grata porque fiz cirurgia de catarata. Provavelmente muitos leitores, que ainda não alcançaram idade para submeter-se a uma tal cirurgia, estiveram sob os cuidados de um oftalmologista para procedimentos mais simples, ou apenas para uma consulta.
O médico que me operou foi o Dr. Sebastião Leonardo da Silveira. A cirurgia não foi apenas um fato que registrei na agenda. Foi uma aventura existencial. Digo aventura existencial porque provocou um renascimento interior, como vou explicar.
Eu pensava que meus olhos estavam bem porque conseguia ler textos em letra miúda. Anteriormente à cirurgia eu fizera consultas com médicos da área e os testes eram sempre os mesmos. Consistiam em identificar, num quadro, as letras que iam gradativamente reduzindo de tamanho. Ao final da consulta, era sempre aprovado, não com louvor, mas felizmente aprovado.
A prova inequívoca de minha quase cegueira, suportada com a paciência de Jó e somente corrigida pela cirurgia, ocorreu na primeira visita de revisão que fiz com o Dr. Sebastião Leonardo.
Eu estava na sala de espera, aguardando a chamada, que seria feita pela competente e delicada funcionária Lívia, secretária encarregada das cirurgias de olhos.
Do lado oposto àquele em que eu me encontrava, surge a figura de uma moça linda, tudo na medida e no lugar certo, ângulos e sinuosidades esmeradas, trajando um vestido amarelo que só realçava sua esplêndida beleza porque lhe desenhava as formas esculturais. Só podia ser mesmo uma coincidência. Nem a mais sofisticada clínica apresentaria uma figura feminina, a desfilar de um extremo ao outro da sala, para convencer um recém-operado de que sua cirurgia tinha sido um sucesso.
Diante daquela cena de esplendor e de vida, que faria Miguel Ângelo ressuscitar do túmulo, só uma frase-interjeição brotou-me dos lábios, dita baixinho a minha mulher, que sorriu, achando graça: “Este médico é realmente muito bom.”
Graças a essa providencial cirurgia, tenho podido prosseguir nas viagens para fazer palestras. Dos Estados brasileiros só não fui ao Amapá e a Tocantins. Falei a estudantes, advogados, colegas da magistratura e membros do Ministério Público. De eventos de Igreja tenho participado, especialmente encontros ecumênicos. Com cristãos de diversas denominações, muçulmanos e judeus comungo sonhos de um mundo fraterno.
* Juiz de Direito aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo e escritor.
E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520
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