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Júri popular do “caso Ralfh” movimenta o Fórum de Araguari nesta quinta-feira

qui, 22 de agosto de 2019 05:49

Da Redação

A maratona de quatro sessões do Tribunal do Júri da Primeira Vara Criminal da Comarca neste mês termina hoje, 22. Na pauta, um dos casos mais esperados dos últimos anos.

Duas mulheres e um homem serão julgados em função do assassinato de Ralfh Campos de Godoi, morto a tiros na manhã de 10 de agosto de 2017, enquanto dormia em sua casa, na rua Corumbá, bairro Brasília. O jovem de 32 anos era jogador do União Esporte Clube.

Ralfh Campos de Godoy, morto em agosto de 2017 ** Arquivo

Ralfh Campos de Godoy, morto em agosto de 2017
** Arquivo

A então companheira do atleta, a irmã dela e o responsável pela execução do crime respondem por homicídio qualificado – motivo fútil, mediante promessa de recompensa e recurso que dificultou a sua defesa.

As denunciadas estão recolhidas na ala feminina do Presídio de Araguari, enquanto que o responsável pelos disparos se encontra na Penitenciária Professor Jacy de Assis, em Uberlândia. Todos devem estar presentes no Fórum Doutor Oswaldo Pieruccetti, a partir de 10h, sob forte esquema de segurança da Suapi – Superintendência de Administração Prisional.

Mais dois jovens foram denunciados pelo Ministério Público. O que teria emprestado o revólver calibre 38, Taurus, utilizado no delito, não será julgado, tendo, inclusive, deixado a prisão no ano passado. O próprio MP voltou atrás na acusação, por não haver provas de que ele sabia da trama para matar o atleta.

Um quinto acusado é considerado foragido da Justiça. Como ele desapareceu, responderá ao processo separado dos demais. Ele estaria pilotando a motocicleta naquela fatídica manhã.

ACUSAÇÃO

Os acusados estiveram no Fórum e foram ouvidos em audiência, em 2018, antes da confirmação do Júri. O atirador, que alegou trabalhar como auxiliar de mecânico, assumiu a autoria da execução bem como a participação da mulher de Ralfh e a irmã dela.

O rapaz confirmou que a companheira do jogador prometeu o pagamento de uma recompensa para que cometesse o assassinato, o qual foi combinado por telefone, mas não chegou a receber o dinheiro. Além disso, a mulher deixou o portão da residência aberto para que entrasse e surpreendesse o homem de 32 anos.

NEGATIVA DE AUTORIA

Se não mudar a versão de seu depoimento prestado em abril do ano passado, a companheira de Ralfh Campos de Godoi durante três anos, deve sustentar no Júri Popular que a denúncia é falsa e que não sabe quem matou seu amásio, mesmo diante das provas apresentadas.

Ao Promotor de Justiça ela respondeu que seu relacionamento era conturbado e que sofria agressões constantes, por isso pretendia deixá-lo, mas Ralfh não aceitava. Com medo, ela não o denunciou.

Ainda segundo a mulher, na manhã de 10 de agosto, saiu para trabalhar e retornou porque havia esquecido sua bolsa. Ela não quis afirmar sobre a autoria do homicídio e assegurou que sua irmã somente emprestou o telefone para que usasse seu aplicativo de mensagens.

A outra jovem também nega participação no crime e garante não saber quem tirou a vida de seu cunhado. Declarou que conhecia apenas um dos denunciados e que não é verdade a promessa de pagamento de 2.300 reais ao mesmo para que matasse o jogador.

INVESTIGAÇÃO

O caso foi investigado pela equipe de Homicídios comandada pelo delegado Felipe Oliveira Monteiro. Na conclusão do inquérito a prisão temporária dos indiciados foi convertida em preventiva.

“Diante das oitivas dos investigados bem como de testemunhas, além de robustas provas, apuramos que não restam dúvidas da participação dos indiciados, apesar de alguns negarem envolvimento”, afirmou o policial na época.

Dois dias após a morte de Ralfh Campos de Godoy, policiais prenderam três pessoas durante ocorrência de tráfico de drogas no bairro Jardim das Palmeiras, em Uberlândia. Na ocasião, apreenderam dinheiro, maconha e um revólver calibre 38 com munições intactas e deflagradas.

De acordo com levantamento dos militares de Uberlândia, enquanto ocorria o BO, um dos suspeitos assumiu a autoria do recente homicídio em Araguari, inclusive revelando detalhes sobre o crime, o qual teria sido encomendado por uma mulher.

Ainda segundo apurado, também participaram um jovem que alugou a arma pelo valor de 500 reais e o condutor da motocicleta que carregou o atirador na manhã de 10 de agosto. O primeiro foi preso sob a suspeita de tráfico, junto com o suposto autor dos disparos que vitimaram o jogador.

Diante das ricas informações, os policiais acionaram os colegas de Araguari, que realizaram diligências e chegaram até as irmãs suspeitas.

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