Da Redação

O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal da Comarca de Araguari condenou a 16 anos e 4 meses de reclusão, no regime inicial fechado, o acusado de matar o trabalhador Bruno Tavares Mendes, no alojamento de uma empresa na rua Gonçalves Dias, bairro Bosque, na noite de 1º de julho de 2021.

Valber de Oliveira Ferreira tem 28 anos e está recolhido numa penitenciária em Pará de Minas. Ele foi capturado no dia seguinte ao crime, num hotel próximo ao terminal rodoviário da cidade de Uberlândia. A sessão do Júri Popular foi realizada no Fórum Doutor Oswaldo Pieruccetti e transcorreu sem anormalidades.

Na época dos fatos, a Polícia Militar informou que dois homens encapuzados e usando roupas de uma empresa, chegaram ao local (antigo Lar das Crianças), e, mediante ameaças com uma pistola, perguntaram ao porteiro sobre a vítima de 21 anos.

Nervoso com a situação, ele verificou a lista dos trabalhadores e foi obrigado a levar os autores até o quarto, onde dormiam a vítima e as testemunhas. Assim que a porta foi aberta por um colega, o atirador disparou à queima-roupa contra Bruno Tavares e dizia que estava vingando a morte de seu irmão ocorrida em Candeias, Bahia.

Durante a ação criminosa, a vítima ainda quis pegar algo em sua mochila debaixo da cama. Como não conseguiu, entrou em luta corporal com o autor no corredor. Quando voltou ao quarto e caiu no chão, novos disparos foram efetuados. Segundo os militares, pelo menos 14 tiros atingiram o jovem, que faleceu no local.

A reportagem apurou que Bruno chegou a pedir para o atirador não matar seus dois companheiros de quarto, pois estes eram pais de famílias. Na mochila dele, foi encontrado um carregador de pistola calibre 380 com várias munições intactas.

Em contato telefônico com a irmã da vítima, esta informou aos militares quem seria o possível autor. Diligências foram realizadas pelas guarnições do turno até outro alojamento, na rua Bias Fortes, Centro, mas o procurado pulou muros e fugiu. No quarto do procurado, foram apreendidos documentos pessoais, roupas utilizadas no crime e dois estojos calibre 38 deflagrados, que estavam em cima do armário.

A Polícia Militar frisou que, depois do crime, a dupla fugiu a pé e abordou o funcionário de um supermercado em via púbica. Após ameaçá-lo com a pistola, roubou a sua bicicleta aro 29, cor verde, que foi abandonada junto com um capuz na rua Joaquim Aníbal, região central da cidade.

O atirador estaria sendo procurado pela Polícia do Rio de Janeiro, sob a suspeita de tentar contra a vida de uma turista inglesa, há quatro anos, em Angra dos Reis, junto com dois comparsas. Inclusive, cartazes com as fotos deles foram espalhados por todo o país.

O segundo envolvido e indiciado pela morte de Bruno está identificado, mas permanece desaparecido.