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Homenagem à Senna

qui, 8 de maio de 2014 00:01

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Alô amigos, neste dia primeiro de maio completaram-se 20 anos desde que Ayrton Senna foi pilotar no plano superior, e muitas homenagens e tributos foram feitos ao piloto e ao homem.

De todas as homenagens que vi, a melhor delas foi um domingo inteiro de corridas, the very best of, de Ayrton que passou em um canal de esportes da tv a cabo. Foi uma verdadeira overdose e lição do que, para muitos inclusive eu, consideram os melhores anos da F1, não só pela presença de Senna nas pistas com Prost, Mansell e Piquet, mas, e principalmente, pelos carros que foram construídos para disputar as temporadas dos anos 80.

Época em que a crise econômica ainda não havia atingido a categoria, e estavam na pista duas fabricantes de pneus (dentre estas: Goodyear, Pirelli, Bridgestone, Michelin) várias marcas de motores (Ford Cosworth, Ferrari, Porsche, Honda, Renault, Hart, BMW), várias empresas que forneciam combustível e lubrificantes (Shell, Elf Aquitaine, AGIP, Mobil) (para citar as que me lembro) e muitas equipes tradicionais e que com o tempo foram engolidas pelo furacão de custos que dominou a fórmula 1.

Tempo em que estes quatro pilotos mandavam e desmandavam na pista, cada um procurando ser mais rápido do que outros e vencer mais provas acumulando pontos para o título, e com isso davam verdadeiras aulas de pilotagem e perícia na condução dos carros que chegavam a desenvolver até 900 hp.

Ainda hoje muita gente me fala que deixou de ver a Fórmula 1 depois de primeiro de maio de noventa e quatro, mas penso que estas pessoas realmente não gostavam de Fórmula 1, como muita gente que conheço e que é até mais fanática do que eu. Assim acho que a melhor forma de manter o espírito e a mensagem que Ayrton trouxe e deixou para nós é continuar assistir as corridas e escrever esta coluna toda semana, comentando, torcendo e encontrando com você leitor.

Depois de falar de uma Fórmula 1 rápida e competitiva que todo mundo conhece, vou falar do piloto mais lento da categoria: Victor “Al” Pease, que faleceu está semana aos 92 anos, no estado do Tennesse, EUA. Pease, cujo nome era desconhecido até para mim, que nunca soube de suas façanhas até ler sobre sua morte quando estava pesquisando para escrever a coluna, teve uma passagem rápida (modo de dizer, vocês vão ver), pela categoria. Segue um breve resumo de sua carreira.

Al Pease correu apenas três provas, em três anos. Era Inglês e residente no Canadá. Teve patrocínio da Castrol. Correu o GP do Canadá com um Eagle alugado. Fez três temporadas (só o GP do Canadá) em 67, 68 e 69. A primeira corrida foi marcada por situações inusitadas, e a mais estranha delas foi que Al parou o carro, foi a pé até os boxes, pegou uma bateria, instalou no carro e voltou à prova dando apenas três voltas, e ficando atrás do vencedor da prova 45 voltas, que foi Jack Brabham (fundador da equipe Brabham onde Piquet correu e foi bicampeão). Foi desclassificado por não Vitor “Al” Pease e seu Lola/Chevrolet completar a prova no tempo regulamentar e sua velocidade máxima foi de 69 Km/H.

No ano seguinte nem se classificou para a largada, e acabou perdendo o patrocínio. Não se conformando no ano seguinte alugou um Lola/Chevrolet, e no circuito de Mosport Park conseguiu a classificação, mas 11 segundos atrás do pole JackyIckx. Dada a largada Pease tão mais lento que os outros carros assustou o piloto Sílvio Moser que acabou no muro. Danificou a Matra de Jean Pierre Beltoise, e ao tentar se defender de Jackie Stewart, que liderava a prova, quase o tirou da corrida. O então chefe da Matra, o lendário Ken Tyrrel pediu a desclassificação do piloto, e a organização do GP deu-lhe bandeira preta. Fim de carreira, mas início de uma das lendas mais estranhas da Fórmula 1.

Este fim de semana teremos o GP da Espanha no circuito da Catalunya (Catalunha),e veremos as modificações feitas nos carros durante o recesso de três semanas. Ah, sim corrida em horário decente, às 9 horas da manhã.

Até a semana que vem…

* Advogado, fã da Fórmula 1 desde 1970, e apaixonado pela Ferrari

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