Há 67 anos avião caiu em Araguari deixando vítimas fatais
qua, 16 de julho de 2014 00:07ADRIANO SOUZA
ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL

Seis passageiros foram socorridos por dois pedreiros que trabalhavam próximo ao local, outros ficaram presos às ferragens. Foto: Arquivo Histórico Dr. Calil Porto
O ano de 1926 marca o início da história da aviação em Araguari. A cidade em pleno desenvolvimento, contando com o meio de transporte mais usado na época, as ferrovias, era servida pela Cia. Mogiana de Estradas de Ferro desde o ano de 1896 e também, principiavam os serviços da Estrada de Ferro Goyaz. O período era propício aos negócios envolvendo contatos com os grandes centros do país. Neste cenário, pousou no município o primeiro exemplar de transporte aéreo, um aeroplano, conduzido pelo tenente Negromonte e sargento Anthero. O Poder Público havia improvisado uma pista para a aterrissagem nos arredores do atual Parque de Exposições Rondon Pacheco.
A vinda do primeiro avião causou grande alvoroço no pacato município; alguns não acreditavam no que estava acontecendo e olhavam admirados para o céu vislumbrando a máquina de voar. Autoridades aproveitando a oportunidade fizeram seu primeiro vôo, tendo o Chefe do Executivo se sentido indisposto após o passeio. Este episódio serviu de incentivo para a construção de um aeroporto. Na década de 1940, após anos tentando adequar o empreendimento, o setor aéreo vivenciou seu auge, contando com grande demanda de tráfego, operado pelas empresas Aerovias Brasil, Real, Nacional, Cruzeiro do Sul, Vasp e OMTA.
O desastre intitulado “pavoroso” pela imprensa local ocorreu às 11 horas do dia 4 de fevereiro de 1947. O bimotor “Dragon” da OMTA – Organização Mineira de Transportes Aéreos, alçou vôo no Aeroporto Santos Dumont conduzido pelo Comandante Djalma Pompeu de Camargos Rangel, diretor técnico da Cia., levando nele oito passageiros com destino a capital do Estado. Antes de ganhar altura para seguir sua rota, precipitou-se nas imediações da Santa Casa, incendiando-se. Os pedreiros Joaquim Teodoro de Paiva e João Alves Pereira, que estavam trabalhando nos fundos da instituição médica, ouviram o barulho do avião, seguido de uma explosão e o levantamento de poeira. Assim, sem pestanejar, pularam o muro e foram os primeiros a chegar no local do sinistro, conseguindo retirar seis vítimas, as demais, estavam presas na fuselagem.
O avião que se encontrava em chamas, quando da chegada dos pedreiros, partiu-se ao meio, facilitando o salvamento e socorro de algumas vítimas. Os feridos foram encaminhados primeiramente à Santa Casa, onde os socorros iniciais foram dados pela enfermeira Clarinda Brandão e posteriormente foi providenciada a transferência dos pacientes para o Hospital Santa Marta. Vieram a óbito o Comandante Djalma Camargos; Azarias Vieira Machado, fazendeiro em Uberlândia; Francisco Luiz da Costa, residente em Catalão e Iná Ferreira professora do Colégio Regina Pacis. Sobreviveram Dr. Helvécio Rosemburg, Juiz de Direito de Uberlândia; sua filha Neusa Rosemburg; Dr. Jonas Aybe, médico em Uberlândia; Alcântara Vieira Cardoso, residente em Toritabé e Arlindo Ferreira, comerciante em Araguari.
Quem esteve no local logo após o acidente foi o saudoso Francisco de Sousa (Chico Novato) que no início de 2012, referiu-se ao ocorrido durante conversa com a reportagem, lembrando que estava com amigos, próximo à igreja da Matriz quando a aeronave passou muito perto do chão e acabou caindo causando uma grande explosão. “Não tinha ruas e não foi fácil chegar até o local com a minha bicicleta. E confesso ter me arrependido quando presenciei cenas pesadas e até partes de corpos que ficaram espalhados pelo chão”, comentou “Seu Chico”.
O processo de inquérito (Processo Criminal nº 6519) foi concluído em 5 de janeiro de 1948, e no laudo final constou que não havia motivos de punição para empresa aérea, tendo os peritos diagnosticado fato acidental: -”Não foi por imperícia ou descuido do experiente piloto, ao tentar voltar ao Aeroporto um fio de eletricidade pegou no trem de aterrissagem, provocando a queda e o incêndio do aparelho” e às vítimas e familiares não foi estipulado nenhuma indenização. Apesar de se tratar de um aeroplano de pequeno porte, a cidade viveu um período de enlutamento pelas vítimas fatais e pelos feridos. Quanto à empresa OMTA, ela retirou de circulação a rota de pouso: Araguari.
Essa matéria é fruto de mais uma parceria com as historiadoras do Arquivo Público Municipal Dr. Calil Porto.
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Fora este acidente teve também de dois aviadores Omar Soares, o qual estava ele com seu amigo que também era aviador, onde a aeronave caiu no antigo colégio dos padre, onde o Omar faleceu na queda e seu amigo ainda chegou até o hospital São Sebastião. Araguari ficou de luto.
Dia 21 de junho de 1951
Na década de 1950, um avião da aerovias ao pousar com mau tempo, errou ao descer na pista
e escorregou passando o final da pista e indo se chocar com o barranco de uma estrada de
rodovia. O dito avião de passageiros ainda se chocou com a casa residencial sendo que um
senhor (emidinho) que estava dormindo ficou em cima da asa esquerda da aeronave;.
Eu estava caçando passarinhos próximo ao final da pista de pouso quando um aviso de caça militar veio passando por cima de mim e continuando a sub sem pegar o rumo certo subiu até parar no ar e dos virando para baixo véi rodopiando e caiu onde eu estava, tive que correr muito para não ser atingido pelo avião, que caiu e esplodiu ficando em chamas, havia dois tripulantes ambos morreram carbonizados
Tenho 2 peças do avião em casa.
Minha mãe Neusa e meu avô Helvecio foram um dos sobreviventes. Ela lembra com detalhes tudo o que ocorreu até hoje. Nunca mais andou de avião.