Alô amigos, um problema no ers do motor da Mercedes de Rosberg, deixou a vida de Hamilton mais fácil e ele se tornou o primeiro bicampeão inglês da Fórmula 1 desde os títulos de Graham Hill (1962 – BRM e 1968 – Lotus). Infelizmente Nico não teve a menor chance de disputar qualquer coisa na prova, pois sem o ers (energy recovery system – sistema de recuperação de energia), não tinha como se defender dos ataques de quem vinha atrás e contava tanto com o ers quanto com a abertura da asa (drs – drag reducing system – sistema de redução de arrasto), portanto Hamilton teve vida fácil para ganhar o campeonato, e porque não dizer a prova.

Sobre Hamilton, Jackie Stewart, lenda viva do automobilismo esportivo disse que ainda falta muito para virar uma lenda, mas que está no caminho certo. “Ele ainda é jovem, tem muitos anos de esporte pela frente e eu acho que vamos ver feitos ainda mais grandiosos vindos dele; está no caminho certo”, falou Sir Jackie.

Para o fã brasileiro, o que ficou mesmo foi a promessa de que no ano de 2015 a Williams e Massa podem voltar a vencer, pois o segundo lugar de Felipe (terminou em sétimo lugar no mundial) dão provas de que a equipe voltou ao lugar que sempre esteve entre as grandes da Fórmula 1. Assim em 2015, continuando a parceria com a Mercedes, podemos esperar grandes corridas com Felipe, que voltou a ser o mesmo piloto combativo quando corria pela Sauber e depois chegou a disputar o campeonato mundial pela Ferrari, ficando com o vice-campeonato em 2008, quando venceu a prova em Interlagos, e perdeu o campeonato para Hamilton praticamente na última curva do circuito de Interlagos. Que venha 2015 com a renovada esperança de podium para os fãs brasileiros.

Sobre a novela Alonso, fala-se e especula-se de tudo, até numa possível aposentadoria, mas nada se confirma ou se sabe o que verdadeiramente acontece. Até ultimatum da Maclaren aconteceu, e Alonso faz cara de paisagem. Embora seja um excelente piloto (penso eu que o mais completo em atividade) o espanhol não é uma figura agradável para se conviver, que o digam Massa, Hamilton e Nelson Ângelo Piquet, e esteve envolvido, ainda que de forma indireta, nos escândalos da F1 dos últimos tempos (espionagem da Maclaren contra Ferrari, Safety Car no GP de Cingapura de 2008, desavenças com Hamilton na Maclaren, jogo de equipe duvidoso no GP da Alemanha de 2009) assim essa “demora” deixa grandes interrogações sobre o futuro do piloto na categoria. Se for mesmo embora, a categoria perde um dos melhores pilotos que teve, mas com certeza não irei sentir nenhuma falta dele.

Bem amigos, final de festa, novo campeão na praça, início dos testes para a temporada de 2015, e o mais notável, a reedição da parceria Maclaren-Honda, que boa lembrança traz para a torcida brasileira com a era Senna. Se a nova parceria funcionar tão bem quanto a antiga, as outras equipes podem esperar um osso duro de roer, não sei se para 2015, mas com certeza irão dar muito trabalho nas próximas temporadas.

Filosofando um pouco, as coisas na Fórmula 1 tendem a ser algo como uma grande roda da fortuna, em que uma hora você está em cima, e no momento seguinte, está embaixo. Porque digo isso? Porque a Ferrari — que teve uma década de ouro com Schumacher, vencendo cinco títulos, hoje amarga uma espiral descendente que não faz inveja a ninguém. Neste ano a equipe perdeu Luca de Motezemolla, está sendo vendida pelo grupo FIAT, e desde o vice- campeonato de Felipe Massa em 2008, nunca teve um carro que efetivamente permitisse a disputa do campeonato mundial, pois os vice-campeonatos de Alonso só o foram obtidos graças ao talento do espanhol em pilotar a “carroça” e tirar leite de pedra. Para 2015 as perspectivas da equipe italiana não são muito boas, mas em se tratando do time que se confunde com a própria categoria (há quem diga que se a Ferrari sair, a Fórmula 1 acaba – não acredito, mas vai perder muito da graça e do charme), sempre existe a possibilidade de se reinventar.

Até a semana que vem…

* Advogado, fã da Fórmula 1 desde 1970, e apaixonado pela Ferrari