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Gazeta na Copa – Há 36 anos, ditadura povoava um dos mundiais mais polêmicos da história

sex, 4 de abril de 2014 00:22

O suposto envolvimento dos governos
brasileiro, argentino e peruano na Copa de 1978

Entre centenas de mortos e torturados, título servia como propaganda de governo. Foto: Divulgação
Entre centenas de mortos e torturados, título servia como propaganda de governo. Foto: Divulgação

 

A receita mais obscura de todos os tempos. Após o desfecho da Copa de 1978, a Argentina pairava sobre todos no futebol mundial. Apesar de triunfos sobre a França e a Holanda, o caminho para chegar ao topo permanece contestado nos bastidores. Ainda assim, essa trilha começa mais cedo, antes mesmo do início daquela edição.

Dois anos antes, o até então presidente da Fifa, João Havelange, desembarcava no território hermano. Em sua bagagem, o ex-mandachuva levava a intenção de sentenciar o que parecia esquematizado. Em meio ao regime militar, ele e o ditador Jorge Rafael Videla negociariam a sede da próxima Copa do Mundo. Em troca da realização do torneio, o argentino garantiria a libertação de um casal de brasileiros.

Era o pano de fundo que o governo de Videla precisava. Alimentar a população com a maior competição do futebol, enquanto as deficiências do Estado se alojavam em segundo plano. Sob forte pressão do regime, a Copa de 1978 iniciou repleta de rumores, o principal deles viria momentos depois.

Se em 1970 os brasileiros contavam com um torturador do regime infiltrado na delegação, na Argentina o controle só não jogava. Na última partida da segunda fase de grupos, equivalente à semifinal, os hermanos precisavam vencer o Peru por quatro gols de diferença. A vitória eliminaria o Brasil, que havia superado a Polônia por 3 a 1.

Campeões argentinos entregam a taça para Jorge Videla. Foto: Divulgação
Campeões argentinos entregam a taça para Jorge Videla. Foto: Divulgação

Neste momento, o sistema entrava em cena. Em troca da transferência de 13 prisioneiros antigoverno e 300 mil dólares para integrantes da seleção, o ditador peruano Francisco Morales Bermudez exigiria que a equipe abdicasse do resultado. O placar terminou 6 a 0 à favor dos hermanos. Não bastasse isso, o goleiro do Peru, líder do grupo na primeira fase, também era argentino de nascimento.

Enquanto os arquivos gritam, a memória derrama lágrimas de vergonha sobre as águas turvas do futebol. Se o mundo da bola é considerado uma caixinha de surpresas, para a ditadura era apenas uma jogada premeditada.
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BOLETIM DAS FAVORITAS

pj3 0404

  • País: Espanha
  • Continente: Europa
  • Retrospecto: atual campeão (2010)
  • e bicampeão europeu (2008, 2012)
  • Grupo: B (Holanda, Chile e Austrália)
  • Base: CT do Caju (Curitiba – PR)
  • Provável esquadrão: Casillas; Azpilicueta, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Sergio Busquets, Xabi Alonso, Xavi, Fábregas (David Silva) e Iniesta; Diego Costa (Pedro). Técnico: Vicente Del Bosque
  • Referência: Andrés Iniesta

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FIGURINHAS DAS COPAS

Franz Beckenbauer – Alemanha, 1974

Franz Beckenbauer – Alemanha, 1974

Começa hoje a venda de álbuns para a Copa do Mundo no Brasil. A partir desta edição, a Gazeta do Triângulo relembra personagens memoráveis que preencheram essas páginas.
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ESPAÇO DO TORCEDOR

“Definitivamente um momento inesquecível foi a final da Copa de 1994. Após um 0x0 tenso contra a Itália a decisão foi para os pênaltis e a última cobrança desperdiçada por Roberto Baggio que valeu o Tetra jamais será esquecida”. Vinicius Rodrigues, 31 anos.

Quer contar a sua história? Mande para: pjgodoy@gazetadotriangulo.com.br

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