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Gazeta na Copa – Fila de espera: as grandes potências que sofrem do mesmo mal que o Brasil

sex, 23 de maio de 2014 00:01
Por P.J. GODOY
Falta de experiência em Copas não é exclusividade dos brasileiros. Fotos: Divulgação

Falta de experiência em Copas não é exclusividade dos brasileiros. Fotos: Divulgação

 

Fila. No Brasil, o enredo de uma vida eterna. Diariamente, elas insistem em aparecer. Certo dia, enquanto participava de uma num posto de saúde, chamou-me a atenção a conversa de dois senhores. A poucos passos dali, eles discutiam a falta de experiência dos jogadores brasileiros para a Copa do Mundo.

Enquanto ouvia cada exemplo de imaturidade, pensei no francês que acabava de me ultrapassar na fila. A seleção dele também vivia daquilo que aqueles senhores consideravam o terror do hexa. Benzemá e Giroud, principais combatentes da artilharia francesa, jamais disputaram uma Copa. Depois disso, percebi que males semelhantes podem se espalhar por grandes potências que irão explorar o nosso país. Na edição de hoje, conheça algumas dessas vítimas, que ainda esperam pela disputa do primeiro mundial.

FRANÇA

FRANCA BenzemaGrupo E: Suíça, Equador e Honduras
Retrospecto: campeã em 1998 e finalista em 2006.
Principais ausências: Abidal (zagueiro) e Nasri (meia).

Se o Brasil conta com apenas seis nomes com experiência em Copas, na França não é diferente. Nesse caso, apenas o goleiro Lloris, os laterais Sagna e Evra, além do meia Ribery, compõem o grupo de remanescentes de edições anteriores. Em busca da redenção após o fracasso em plena primeira fase na África do Sul, os “Bleus” são francos candidatos a alçar algumas das revelações de 2014. A dupla de volantes, Cabaye e Matuidi, dá nome a essas promessas.

INGLATERRA

INGLATERRA WilshereGrupo D: Uruguai, Itália e Costa Rica
Retrospecto: campeão em 1966
Principais ausências: John Terry e Rio Ferdinand (zagueiros); Crouch, Walcott e Defoe (atacantes).

Segui no meu aguardo interminável, e os ingleses não me deixaram esquecer mais um caso sugestivo. Ao todo, seis jogadores terão a missão de repassar a experiência aos demais durante a Copa. Apesar disso, nomes como Joe Hart, convocado em 2010, ainda desafiam o coração de cada torcedor. Consagrado, Lampard perdeu espaço. Aos 33 anos, Gerrard se destaca pelo retorno ao bom futebol apresentado na última temporada. No ataque, Wayne Rooney, o ex-garoto prodígio, deverá ensinar o caminho aos estreantes Welbeck e Sturridge. Com suados 19 anos aniversários comemorados, o jovem Sterling é a promessa de correria pelos gramados, enquanto Wilshere, 22, organiza o setor de armação.

HOLANDA

Grupo B: Espanha, Chile e AustráliaHOLANDA Vlaar
Retrospecto: finalista em 1974, 1978 e 2010.
Principais ausências: Stekelenburg (goleiro) e Strootman (volante).

Quando cogitei desistir da espera pelo atendimento, a manchete de um jornal me veio à tona. Diziam sobre as modificações na Holanda, onde no futebol não é diferente. Pode não parecer, mas muito mudou desde o time que eliminou o Brasil em 2010. Peças como De Jong, Sneijder, Van der Vaart, Robben, Kuyt e Van Persie permanecem, porém mais da metade das outras camisas ganhou novos detentores. É o caso do zagueiro Vlaar, de 29 anos. Na fila de espera para estrear na competição, ele deve comandar a safra defensiva holandesa.
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FIGURINHAS DAS COPAS
FIGURINHAS
Romário – Brasil, 1994

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VOCÊ SABIA QUE…

Em 23 de novembro de 1973, Chile e União Soviética disputariam a repescagem por uma vaga na Copa do ano seguinte. Todavia, um recente golpe de Estado do chileno Augusto Pinochet estabeleceu um novo cenário naquele período. Após se tornar palco de mortes e torturas durante a ditadura, o Estádio Nacional abriu as portas para que os chilenos pudessem acompanhar o confronto. Ainda assim, a URSS, maior potência socialista da época, se negou a viajar para o país em virtude da morte do antigo aliado, o ex-presidente chileno Salvador Allende. Resultado, o jogo, que teve apenas um time, durou menos de 30 segundos até que o primeiro gol fosse marcado. Posteriormente, em janeiro de 1974, a Fifa oficializou a classificação dos sul-americanos.
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BAÚ DA COPA

bau da copa
Em 1970, cada peça de roupa dos tricampeões brasileiros valia como um troféu para os torcedores no México. No detalhe, Tostão.

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ESPAÇO DO TORCEDOR

“Um momento inesquecível que vivi nas Copas do Mundo certamente foi em 1982. Meu pai havia fraturado a perna e pela primeira vez eu teria que substituí-lo na roça, entregando leite. Enquanto fazia o serviço, ouvia as informações da seleção pela rádio. A nova experiência coincidiu com aquele time dos sonhos. Gostava muito de jogar futebol e não deixava de acompanhar o Brasil. Jamais me esqueci da emoção quando fomos eliminados pela Itália. Foi um dia triste para todo o país”. Eduardo Melo Peixoto, 50 anos.

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