Imparcialidade do Gazeta do Triângulo teve início na gestão de AfifRade

Da Redação

Credibilidade e profissionalismo são marcas do jornal mais tradicional doTriângulo Mineiro e Alto Paranaíba

Hoje, 7 de março de 2018, o Jornal Gazeta do Triângulo completa 81 anos de história na cidade de Araguari e região, chegando a quase 10 mil edições publicadas. A última transição do jornal ocorreu há 14 anos, quando AfifRade, depositou sua confiança em Darli Amaral, atual dono e diretor responsável.

Darli esteve à frente do Diário de Araguari na década de 90 e em setembro de 2004 assumiu a direção do Gazeta do Triângulo, numa época em que o libanês AfifRade lutava para manter as publicações mesmo com a idade avançada e com problemas econômicos. “Me senti honrado, pois ninguém havia conseguido comprar o jornal, mas quando ele soube do meu interesse disse que poderia vender com a confiança de que eu não o deixaria morrer”, afirmou Amaral.

Naquela época as publicações não eram feitas diariamente, mas com a nova gestão uma equipe foi formada e as notícias de Araguari e região começaram a ser lidas todos os dias a partir o mês de dezembro daquele ano. Atualmente são 40 colaboradores que compõem a equipe e um terço das edições foram elaboradas nesta gestão. “Assim como os jornalistas eu costumo dizer que é uma cachaça que a gente vicia e por mais que não seja rentável, não queremos largar. E também pela credibilidade que o jornal conquistou na última década. Atualmente, fornecemos informação para oito mil famílias diariamente”, ressaltou.

Com o advento da tecnologia houve a necessidade de disponibilizar mais fontes de acesso proporcionadas por meio do site Gazeta do Triângulo e através de rede social. Nos finais de tarde todas as notícias, que serão veiculadas no jornal impresso, podem ser conferidas no Gazeta Web.

“O público do impresso é diferente. A maioria dos jovens prefere a internet e disponibilizamos as notícias gratuitamente pelo site e pelo facebook”, completou.

Além de Araguari, o jornal circula em cidades como Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Monte Carmelo, Romaria, Tupaciguara e Uberlândia. Edições também são encaminhadas a outros estados como São Paulo e também para o Distrito Federal.

 

Conforme informações de Edmar César Alves, escritor e presidente da Academia de Letras e Artes de Araguari, o Gazeta do Triângulo é o jornal mais antigo em atividade no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. “Houve a paralisação das atividades do jornal Lavoura e Comércio de Uberaba, em 2003, após 104 anos de veiculação ininterrupta e do jornal O Correio de Uberlândia, fundado um ano depois do Gazeta, em 7 de fevereiro de 1938, que teve suas versões impressa e digital suspensas desde o início do ano passado”, explicou.

Para falar sobre a fundação do jornal, o escritor relembra sobre os fatos históricos acerca dos comentários ditos na época por Áurea Bittencourt. “A manhã de 7 de março de 1937 despertou radiosa e bela. Todos cansados, mas felizes. Nascera GAZETA DO TRIÂNGULO. Meu pai não cabia em si de contente e exibia seu jornal a todos que iam chegando. Era um jornal pequeno, modesto, mas grandioso em seu ideal”, disse a filha do fundador do jornal, Bolivar Bittencourt.

 

Oito décadas dos 129 anos da história de Araguari passaram pelo jornal Gazeta do Triângulo. Desde os idos de 1937, todo o processo evolutivo da cidade foi registrado nas páginas das edições que consolidaram de fato e de direito o comprometimento desse órgão de imprensa para com os destinos do Munícipio. “O Gazeta se fez presente em todos os momentos significativos e transformadores da vida da cidade que ocorreram desde o seu nascimento aos dias atuais, acompanhando diariamente decisões e feitos de 16 diferentes administrações frente ao Executivo, desde a gestão do prefeito José Jehovah Santos ao retorno de Marcos Coelho de Carvalho”, detalha Edmar César.

Fatos históricos noticiados

Segundo relatou Edmar César, das páginas históricas, o Jornal Gazeta registrou com profissionalismo e sentimento o maior erro judiciário do país, cometido nas décadas de 30 a 50 em Araguari: ‘O Caso dos Irmãos Naves, ’ indiciados por um crime que não cometeram. Acompanhou, com entusiasmo, no final da década de 30, a inauguração do Cine Teatro Rex e a fundação do Aeroclube.

Ressaltou a chegada do serviço de altos falantes do coreto da praça central à inauguração da primeira estação de rádio, PRJ-3, em 12 de fevereiro de 1939.  Criou uma coluna especial para atualizar as notícias da 2ª Guerra Mundial, desde sua eclosão em 1939 ao seu final, em 1945.

Na década de 40, noticiou a fundação dos clubes Matriz Futebol Clube e Escola de Comércio que deram origem ao Fluminense Futebol Clube e ao Araguari Atlético Clube, respectivamente; a inauguração da Escola Técnica de Comércio Machado de Assis e Ginásio Dom Vital e Educandário Eunice Weaver e tantos outros estabelecimentos de ensino e de formação.

Na edição do jornal, a partir de 15 de junho de 1941, trouxe pela última vez o nome da cidade de Araguari, escrito com a letra “y”. Na década de 50, destacou a instalação da primeira fábrica de tecidos em Araguari – Indústria Têxtil São Judas –; as atividades  das várias companhias aéreas na cidade, dentre elas a Aerovias Brasil, Vasp e Nacional; a fundação do Abrigo Cristo Rei, a transferência da sede da Estrada de Ferro de Goiás para a cidade de Goiânia e os transtornos gerados em torno da decisão; inauguração dos estádios Sebastião César e Vasconcelos Montes; inauguração da Rádio Cacique; fundação do Colégio Estadual; registrou, em especial, a primeira  e única cirurgia do coração realizada em Araguari, no Hospital Ferroviário da Goiás, pelo médico Dr. Adib Jatene e fez a cobertura da visita da Miss Brasil, Marta Rocha, em Araguari.

Na década de 60, vários acontecimentos tomaram conta das páginas do Gazeta: inauguração de Brasília, a nova capital da República; fundação da Rádio Planalto; Revolução de 1964, início do governo militar e suas consequências; instalação do 2º Batalhão Ferroviário em Araguari; chegada dos trilhos à estação de Bernardo Sayão, em Brasília, ligando-a ao sistema ferroviário nacional; criação da Academia de Letras e Artes de Araguari e a inauguração do primeiro estabelecimento de ensino superior da cidade – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araguari – FAFI –, hoje, Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – Imepac –. Na década de 70, registrou o triste episódio da retirada dos trilhos da antiga Companhia Mogiana e a demolição de sua estação, prédio e edificações de valores históricos irreparáveis; a inauguração do novo terminal ferroviário; a construção do trecho ferroviário de Uberlândia a Araguari; o fortalecimento do projeto de diversificação agrícola com o plantio de café, milho, maracujá e soja; a instalação de fábricas de suco, como a Indústria Alimentícia Maguary, hoje, operando intensamente a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos – EBBA –, enfim o crescimento do setor industrial com implantação de várias fábricas na cidade. Na década de 80 divulgou as obras de construção da Usina Hidrelétrica de Emborcação; a construção da estrada de ferro EF-045 de Araguari a Pires do Rio; construção do Ginásio Poliesportivo General Mário Brum Negreiros e a construção do Terminal Rodoviário Tancredo Neves. Na década de 90, prestou serviços como Órgão Oficial da Comarca de Araguari e tantas outras realizações visando sempre à informação. Nos primeiros anos do século XXI, dentre outros, registrou a criação do curso de medicina pelo Imepac, 2002; a implantação da 1ª usina de açúcar e álcool de Araguari, 2007; a desativação da Universidade do Triângulo – UNITRI –, 2009; inauguração do terminal integrado da empresa VLI multimodal S/A e suas operações de transbordo e armazenamento de grãos e possibilitando ao nosso Município ser reconhecido como o maior terminal de transbordo do Brasil.

“O Gazeta do Triângulo não parou no tempo e veio experimentando ao longodos 81 anos mudanças extremas e necessárias desde seu fundador Bolivar Bittencourt, passando pela Empresa Mercantil de responsabilidade da Igreja Católica, pelo Centro de Estudos Gerais e Oratória e pelo incansável e abnegado libanês AfifRade aos dias atuais sob a direção do dinâmico empreendedor Darli Amaral.”

A imprensa araguarina, teve como seu precursor o jornalista Tertuliano Goulart, natural de Estrela do Sul, fundador do primeiro periódico do Município – Jornal Araguary –, em 21 de abril de 1894.

Fonte de pesquisa

O acervo do Arquivo Histórico e Museu Dr. Calil Porto possui todas as edições do Jornal Gazeta do Triângulo desde a primeira edição em 7 de março de 1937. “São acontecimentos da cidade que ficaram registrados e podem ser resgatados por meio de pesquisa. São fatos relevantes quanto a política e outra áreas como o social e o esporte. Ao analisar as publicações podemos perceber que a abordagem imparcial das notícias começou a ser feita quando AfifRade assumiu a direção do veículo de comunicação, depois de vinte anos sob o comando da igreja”, concluiu a historiadora Aparecida da Glória Campos Vieira.

Reconhecimento

Na sessão da Câmara dessa terça-feira, 6, o vereador Wesley Lucas de Mendonça (PPS) apresentou Projeto de Decreto Legislativo de Diploma de Honra ao Mérito ao Gazeta do Triângulo pela credibilidade nos serviços prestados a comunidade. “Estamos diante de um cenário em que vários meios impressos estão fechando as portas devido a problemas financeiros, e o Gazeta tem se mantido fiel aos seus leitores e até mesmo proporcionando informação em outras plataformas como em site e rede social. Sabemos da imparcialidade deste importante veículo de comunicação, que merece ser homenageado pelo Legislativo”, justificou.

Coluna de política e charge estão entre os assuntos preferidos dos leitores do Gazeta do Triângulo

Reportagens, artigos, colunas e charges são divulgadas diariamente por meio do jornal impresso, pelo site e em rede social. Uma das partes que mais chama a atenção dos leitores é a página 2, onde são publicadas a coluna Radar e a charge.

O autor do conteúdo é Adriano Souza cuja habilidade em desenhar foi descoberta na infância, quando ele completou oito anos de idade. A função como chargista começou dez anos depois ao receber o conselho para trabalhar com a sua aptidão.

De entregador de jornais ele se tornou chargista, mas não somente disso consegue manter as despesas pessoais e familiares. Desde a década de 90 assina colunas especializadas em política e assessora vereadores, o que, segundo ele, facilita a tarefa como chargista. “Falo do cotidiano, mas a política é o carro chefe. Desde o início pude notar a aprovação bem maior quando o tema da charge é sobre políticos, ” argumentou.

Apesar de parecer um trabalho valorizado financeiramente, Adriano admite que isso não é verdade. “Fiquei muitos anos desenhando de graça; comecei a ganhar salário após a coluna de política”, destacou.

Uma das charges em que o prefeito carrega uma mulata e olha de maneira pensativa para um Machado, ressalta a criatividade em explicar um momento político da cidade no ano passado. Nos dois desenhos ele se refere a vereadores que eram de oposição, sendo que um deles anunciou fazer parte da base, na época. O pássaro é em alusão ao apelido de um, e o Machado, ao sobrenome do outro.

Na produção dessa terça-feira, 6, o céu foi o cenário escolhido para abordar o assunto sobre a venda ilegal de sepulturas no cemitério Bom Jesus. Um dos personagens exclama: “Filho da mãe está vendendo minha sepultura!” E o anjo retruca: “Normal”.

Pela história que construiu na imprensa araguarina, ele afirma que no jornal Gazeta é possível trabalhar sem preocupação com a censura. “São mais de vinte anos de experiência na área. Hoje posso dizer que conquistei meu espaço e demonstro a realidade política através das charges”.