Empresário Darli Amaral destaca os principais desafios para manter um jornal impresso
ter, 7 de março de 2017 05:45por Mel Soares
O Correio de Uberlândia encerrou as atividades no dia 31 de dezembro do ano passado depois de quase 80 anos de história. O fim do único jornal diário impresso na cidade foi decretado após o Grupo Algar, responsável pelo veículo, reconhecer publicamente dificuldades financeiras advindas do mercado.
Em Araguari, com menos de 120 mil habitantes, a situação não é diferente. O jornal Gazeta do Triângulo completa 80 anos neste ano, e o proprietário, Darli Amaral, formado em Direito e Administração, admite que mantê-lo em funcionamento não é fácil. Em entrevista, ele relata a experiência na área e destaca a preocupação com o futuro do papel.
Como é possível conseguir recursos para manter as atividades de um jornal impresso nos dias de hoje?
Darli Amaral – São mais de vinte colaboradores, além de seis repórteres. Por diversos momentos precisei complementar o pagamento das despesas com recursos próprios. Temos a gráfica, que acaba sendo um fator positivo para evitar mais gastos com a impressão, mas mesmo assim, encontramos dificuldades.
Se não há lucros, o que motiva a permanecer no mercado?
Darli Amaral – Assim como os jornalistas, costumo dizer que é uma cachaça que nos vicia e por mais que não seja rentável, não queremos largar. E também pela credibilidade que o jornal conquistou na última década. Atualmente, fornecemos informação para oito mil famílias diariamente, não só em Araguari, mas em cidades da região como Monte Carmelo e Tupaciguara.

Em 2004, Afif Rade encontra no empresário a esperança de dar continuidade no jornal mais antigo de Araguari
Já existe a preocupação em relação ao sucessor?
Darli Amaral – Com certeza. Percebo que meus filhos, que trabalham na área do Direito, não têm tanto interesse como eu. Na década de 90 estive a frente do Diário de Araguari e em setembro de 2004 assumi a direção do Gazeta do Triângulo, numa época em que o libanês Afif Rade lutava para manter as publicações mesmo com a idade avançada e com problemas econômicos. Me senti honrado, pois ninguém havia conseguido comprar o jornal, mas quando ele soube do meu interesse disse que poderia vender com a confiança de que eu não o deixaria morrer.
Viabilizar o site Gazeta do Triângulo em 2012 foi uma proposta para manter vivo o jornal?
Darli Amaral – Sem dúvida. O público do impresso é diferente. A maioria dos jovens prefere a internet e disponibilizando as notícias gratuitamente pelo site estamos alcançando mais de 120 mil acessos por mês.
A Gazeta circulou semanalmente por dois anos em Uberlândia. Existe algum projeto para retomar os trabalhos?
Darli Amaral – Com a extinção do Correio, ficamos com bastante vontade de retornar as atividades com publicações diárias. Mas é preciso cautela e, neste momento, ainda não temos nenhuma novidade sobre quando poderá ser retomado.
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