por Talita Gonçalves

Eleito com 30.134 votos, Marcos Coelho será o novo prefeito de Araguari no próximo ano. Na eleição passada, ele foi derrotado pelo candidato Raul Belém (PP) e nas votações de domingo, 2, garantiu o segundo mandato. Na tarde de ontem, ele foi recebido na redação da Gazeta do Triângulo, ocasião em que respondeu algumas perguntas relativas à sua candidatura e o futuro a frente da administração pública municipal.

 

Onde você acompanhou a apuração? Em casa. Com a família? A princípio sim, mas a ansiedade me fez pegar o carro e sair. Disseram que você não gosta de acompanhar de perto. Não gosto da agitação.

Você se surpreendeu com o resultado? Não. Algumas pesquisas me mostravam exatamente o resultado. Mesmo com essa porcentagem pequena de diferença?  Dentro da margem de erro (sic).

Menos de 2 mil votos é uma votação apertada. Mas eu trabalhei bastante. Uma pesquisa me mostrava com 5% na frente. Estava dentro da margem de erro, então eu tinha que me esforçar.

Qual a sua avaliação sobre o resultado das urnas? Acho que houve a conscientização da maioria dos eleitores. Da maioria.

O que você sentiu ao perceber que faria esse segundo mandato como prefeito? Tive informações de que o valor da dívida do município é bem superior ao que existia. Peguei a prefeitura com R$ 19 milhões de dívida. Jogando a inflação do período, essa dívida seria no máximo de R$ 40 milhões, a grosso modo. Acredito que a dívida esteja bem maior.

Por que? Suponho que sim.

Como foram esses 45 dias de campanha? Muito…trabalho. Eu, a equipe. Não vou dizer que era 24 horas, mas pelo menos 19 horas todo dia.

Você acha que esse tempo foi suficiente? Não. A visita ao eleitor não foi possível. Seria importante pelo menos mais 45 dias para visitar cada residência da cidade.

A que você atribui a vitória? As pessoas acreditaram nas minhas propostas e no meu passado. A nossa mensagem foi entendida.

Quais serão suas prioridades nesse início de mandato? Tenho 15 prioridades, mas a primeira coisa é avaliar a real situação do município para depois concretizar esses projetos. Isso com recursos municipais e outras através de gestão junto ao governo estadual e federal.

Marcos Coelho, você é empresário, mas acredito que nem todos os eleitores sabem ao certo do que se trata. Gostaria que você falasse um pouco sobre isso. Trabalho em vários setores. Transportadora e logística, no ramo do comércio de pneus, na agricultura, plantando tomate e soja principalmente e também tenho um pátio de triagem. São essas atividades principais.

O que motivou você a tentar novamente, mesmo depois de ter perdido a reeleição? Trouxe projetos que havia a necessidade, dado a vontade de servir a minha cidade complementando o que iniciei e a conclamação popular pela insatisfação com o atual governo. Eu não poderia dar as costas para a população. Juntamente com os companheiros para fazer uma nova gestão. Na verdade, quando me apresentei ao grupo, disse: “não sou candidato, mas posso ser. Qual a melhor opção?” Tinham outros nomes, como o vereador Rafael Guedes, o Jaime Battaglini. Dentro dessa proposta, o grupo achou melhor pela experiência que eu tive como gestor; acharam que eu era uma opção. Naquela época era apenas um projeto. Mas não dei as costas e aqui estou.

Como você avalia seu primeiro mandato? Fiz mais do que o prometido. Agradeço a Deus pela oportunidade de ter sido prefeito. Disse que iria conseguir mil casas. Entre a conclusão e o projeto em si, foram 3.188 casas populares. Asfalto, não sabia quanto faria, mas conseguimos um milhão e cinquenta mil metros quadrados de asfalto. Vejo cada família que pegou uma casinha e a transformou em uma grande casa, fico muito feliz e vejo que Araguari está crescendo, por uma ação política feita antes dos últimos quatro anos.

Se você fez mais do que imaginava e ficou satisfeito, por que não conseguiu a reeleição em 2012? Acredito que ninguém gosta mais de reeleição. Aproveito para dizer que fiquei feliz quando o atual gestor assumiu e pediu para olhar as contas da prefeitura. Todas elas foram aprovadas, inclusive a de 2009 que estava com pendência e tive notícia na sexta-feira passada de que ela foi aprovada. Não tenho nada a dever no Tribunal de Contas do estado.

O seu vice, Dr. Clayton, é um nome novo e até então relativamente desconhecido. De que forma ele irá contribuir para o seu governo? Sempre ouvi o meu vice. Tanto é que o meu vice anterior (Júberson Melo) me apoiou, mesmo não sendo candidato. Dr. Clayton é um médico por profissão, sou engenheiro por profissão e coincidiu que nossos pensamentos foram iguais. Não somos políticos profissionais, fazemos a política por idealismo.

Assim que a vitória de um candidato a prefeito é confirmada, há uma expectativa para a composição da equipe. Alguns nomes do seu secretariado já estão definidos? Sim. Thereza Christina Griep.

Qual secretaria? Ela tem uma vasta formação profissional. Poderia ocupar Planejamento, por exemplo. Ela foi secretária de Planejamento no seu governo. Sim. Mas se encaixa em outras áreas também.

Tem mais algum nome? Não. E o Rafael Guedes? Não sei se ele quer. Não conversamos.

Uma de suas promessas de campanha mais comentada é o transporte coletivo gratuito. Mesmo antes de começar a governar, as cobranças na internet aumentaram. Você ficou sabendo? Não, mas não me preocupo. Eu sei o que fazer. Acredito que devemos gastar em torno de R$ 350 mil por mês com esse transporte. Farei licitação para ver as empresas que irão se interessar.

Que mensagem você gostaria de deixar para a população de Araguari? Peço a confiança e que acreditem no potencial de Araguari. Quero agradecer a cada um que aceitou nossa proposta e acreditou que fizemos um governo comprometido e com transparência. Peço que Deus me ilumine