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Eleito pela terceira vez, Wesley Lucas foi um dos principais nomes da oposição na Câmara

sex, 14 de outubro de 2016 05:29

Da Redação

O vereador Wesley Marcos Lucas de Mendonça (PPS) reeleito com 1.435 votos, foi destaque em seu último mandato, sendo um dos principais nomes da oposição na Câmara Municipal. Wesley Lucas também foi cotado para o cargo de vice na chapa do futuro prefeito Marcos Coelho (PMDB)    , porém, optou por concorrer ao cargo de vereador e passa a exercer seu terceiro mandato no próximo ano.

Cotado para ser vice de Marcão, Wesley Lucas opta pelo terceiro mandato na Câmara

Cotado para ser vice de Marcão, Wesley Lucas opta pelo terceiro mandato na Câmara

 

Onde você estava no momento da apuração? Iniciei a apuração na porta do Cartório Eleitoral. Acho que eu era um dos únicos candidatos a vereador que estava presente naquela localidade. Na hora que eu vi que a eleição estava caminhando para a vitória, fui para a casa de um dos meus colaboradores.

Como você se sentiu sabendo que havia sido reeleito? A sensação da primeira eleição você nunca esquece. As outras são mais tranquilas. É uma sensação boa, porque todos nós queremos ganhar e, graças a Deus e ao povo, eu nunca tive a experiência da derrota ao cargo do Legislativo. As três eleições em que participamos concorrendo ao cargo de vereador, nós conseguimos sair vencedores.

E devido às mudanças eleitorais vocês tiveram apenas 45 dias para fazer a campanha. Isso afetou de alguma forma? Afetou e muito. Antes eram 90 dias, agora, o prazo dentro da lei foi de 45 dias, mas esses 45 dias, para mim, foram reduzidos para 33. Nós gastamos vários dias para ter o CNPJ, fazer o material, estar com o material em mãos e isso fez com que perdêssemos alguns dias, reduzindo o período da campanha. Foi difícil.

Você ficou em sétimo lugar de acordo com os votos que recebeu. Você esperava essa quantidade de votos e essa colocação? Nas duas últimas eleições, nós estivemos na quarta colocação e nessa caímos para sétimo lugar. Eu imaginava que seria mais ou menos isso mesmo, até pela forma com que fizemos a campanha e devido a grande quantidade de candidatos ao cargo de vereador. Em relação ao número de votos, eu imaginava que a votação seria um pouco acima do que foi, mas estou extremamente feliz, agradecido e pronto para trabalhar muito.

Você comentou que esse é seu terceiro mandato e tem muita gente que às vezes critica essa questão da reeleição. Qual é a sua opinião sobre isso? Eu falo sobre isso com muita tranquilidade e muita clareza. Às vezes, as pessoas podem pensar “Wesley, você está falando dessa forma, porque está defendendo o poder e o cargo que exerce”, mas, em relação a qualquer cargo legislativo, eu sou favorável ao processo da reeleição e em relação aos cargos do Executivo, eu sou contrário. Eu quero que as pessoas deixem essa minha entrevista guardada, porque, se amanhã ou depois, eu estiver ocupando um cargo no Executivo, jamais defenderei uma reeleição, justamente pelo poder que o chefe do Executivo tem nas mãos para agir dentro do processo eleitoral e isso entra em pé de desigualdade.

O que você fazia antes de entrar no meio político? Quando cheguei à cidade de Araguari aos 12 anos, comecei minha vida no bairro Amorim, como entregador de medicamentos. Depois fiz um curso de aplicador de injeção, passei para o cargo de balconista e, posteriormente, de caixa. Entrei na vida pública em 2001, e sou grato a quem me deu a oportunidade, que foi o ex-prefeito Marcos Alvim. Iniciei trabalhando como chefe de divisão na rodoviária, depois fui para a diretoria de Serviços Urbanos, atuei como secretário de Serviços Urbanos e me candidatei a vereador. Minha origem é essa e tenho muito orgulho de ter sido entregador de remédios.

Porque decidiu se candidatar? Eu volto naquela frese que disse antes: sempre vi a política como o meio mais eficiente de fazer o bem ou o mal. Eu amo o que faço; amo estar com as pessoas e procurar fazer alguma coisa por elas. Eu não sou perfeito, mas tive uma satisfação muito grande de poder ajudar várias pessoas e isso é extremamente gratificante. Em qualquer lugar que eu estiver, quero fazer o melhor o possível.

Você pretende concorrer a outros cargos? Eu costumo dizer que o futuro a Deus pertence e também digo que qualquer político que não pensa em concorrer a outros cargos, fica estático. Eu gosto muito do que faço, mas não tenho nenhuma vaidade. Existem grandes comentários correndo de que “o presidente da Câmara será o Wesley ou o Coelho (SD), por ser do grupo do prefeito, ou, se não for pode ser o Tibá, do PTC”, mas eu não tenho nenhuma pretensão e são grandes companheiros. São grandes amigos, pessoas boas e não tenho dificuldade nenhuma em votar neles. Por mim, próprio, eu não seria candidato. Só serei se for um consenso de grupo, caso contrário, além da vereança, eu tenho outras prioridades na minha vida pessoal, que gostaria de colocar em prática nos próprios anos. Se você é presidente da Câmara, acaba que não tem tempo suficiente para desenvolver outras ações.

No início do atual mandato você era da base do governo. Porque decidiu se tornar oposição? Toda sociedade e imprensa sabem que, na gestão passada, eu, o vereador Tiãozinho (PRP) e o vereador Werley Macedo (PTB) éramos oposição ao Marcos Coelho. Posteriormente, participamos da construção da candidatura do prefeito Raul Belém (PP). Eu participei ativamente do processo, inclusive, entregando o plano de governo. Costumo dizer, que o que faz qualquer prefeito perder o processo de reeleição é o não cumprimento das promessas feitas na campanha e, paralelamente, a perda dos companheiros de primeira hora. Esses são os dois pilares básicos para a perda de um mandato. Percebi que, assim que a gestão atual assumiu o governo, ao invés de seguirem o plano de governo, que levamos de porta em porta, seguiram por outros caminhos. Onde eu passava, era cobrado, então, resumindo, o motivo foi o não cumprimento dos diversos compromissos de campanha que eu ajudei a assumir. Dentre eles, a questão das galerias pluviais das ruas Ponte Terra, Cascalho Rico, Araxá, Indianópolis, Monte Carmelo e também as galerias da rua Augusto Carpaneda e adjacentes. Eu tive que passar por esses lugares pedindo desculpas, porque houve um compromisso nosso e que poderia ter sido cumprido. Da mesma forma que a prefeitura fez um financiamento de milhões de reais para asfaltar as ruas, se não houvesse dinheiro em caixa, poderia ter feito um financiamento para resolver essas questões de obras básicas de infraestrutura, que trazem um grande desgaste para a população. Lógico que houve outros motivos, mas, o principal foi o não cumprimento dos compromissos com a população.

Como oposição, quais foram suas principais cobranças? Nós trabalhamos muito. Eu tinha um anseio muito grande pelo processo de modernização da gestão pública e melhorias na saúde, e eu digo que, nesses 16 anos de vida pública, nunca vi uma saúde tão ruim como foi a da atual gestão. Foram construídas estruturas físicas, mas não conseguiram dar condições de trabalho aos funcionários. Também temos a questão dos exames. Para fazer qualquer tipo de exame, é uma dificuldade tremenda. Outra questão pela qual batalhamos muito foi contra o aumento do IPTU, das taxas de iluminação pública e a questão da cobrança de dívidas através do cartório de protestos das pessoas que deviam valores abaixo de R$ 5 mil. Foram diversas cobranças.

Você acredita que essas cobranças tiveram resultado positivo ou ainda há muito a ser mudado? Eu acredito que muita coisa precisa ser mudada. Muitas vezes, as vozes são solitárias e, como estamos em um parlamento, você precisa ter uma parte considerável dos companheiros em algumas demandas. Não adiantou votar contra a questão do aumento da taxa de iluminação pública; ela foi aprovada. Não adiantou entrarmos com ação para reduzir o aumento dos 30% do IPTU, pois ganhamos em Araguari, mas a prefeitura recorreu em Belo Horizonte e está sob liminar até hoje. Então, ainda existem algumas frustações, mas vamos continuar batalhando.

E você era um dos principais nomes para concorrer ao cargo de vice na chapa do Marcos Coelho. Por que não ocorreu dessa forma? Eu faço muito o que o meu coração pede, porque, no meu entendimento, a voz do coração é a voz de Deus, e sentia no meu coração que deveria tentar mais uma reeleição para o cargo de vereador. Assim eu procedi, justamente por achar que essa voz interior precisava ser ouvida. Você acha que vai conseguir atuar melhor nesse cargo? Eu acredito que possa ser o momento que estou vivendo na minha vida. Como eu disse antes, e estou abrindo meu coração, durante alguns anos eu me dediquei exclusivamente à questão da política. Vou dar um exemplo claro, sou formado há dez anos, sou bacharel em Direito, fiz pós-graduação, lecionei durante cinco anos na universidade, mas deixei toda essa situação e fiquei atuando somente como vereador. Recentemente, amadureci, mudei de pensamento e talvez esse seja o momento para realizar os planos da minha vida pessoal e profissional.

E quais são suas expectativas para esse terceiro mandato? Nesse mandato passado eu era um dos principais nomes da base do prefeito Raul Belém e prova disso é que eu fui secretário de Meio Ambiente. Depois, percebi que não era aquilo que eu pensava e que não tínhamos recursos para trabalhar, então, retornei para a Câmara. Posteriormente, nosso partido optou por ser oposição, então, fomos de um extremo a outro. Isso é normal em um processo democrático, mas eu gostaria de ter um mandato mais contínuo e vou trabalhar para isso. Espero que não ocorra no governo nada que vá me levar a tomar uma decisão assim como a que eu tive que tomar na gestão do prefeito Raul Belém.

O que você tem a dizer a todos os que te apoiaram e votaram em você? Primeira coisa é o reconhecimento e a gratidão. Eu acredito que temos que ser gratos a todas as pessoas que de alguma forma colaboraram com você e sou extremamente agradecido por essas pessoas. Também gostaria de dizer que respeito aqueles que não votaram em mim, porque acredito que tiveram motivos para votar em outro candidato. Isso é algo que deve ser respeitado. Eu não sou vereador apenas para aqueles que votaram em mim, mas para toda a cidade de Araguari e quero trabalhar para corresponder às expectativas dessas pessoas.

Qual sua mensagem para a população araguarina? Eu quero agradecer imensamente a Deus e acredito se não fosse pela oportunidade que Deus nos dá, nada disso seria possível. Tenho a consciência de que a vida passa rapidamente e o mandato passa mais rápido ainda, então, meu muito obrigado a Deus, muito obrigada a minha família, aos meus colaboradores e aquelas pessoas que atuaram mais perto. De uma maneira muito especial, um agradecimento a todos os eleitores que acreditaram novamente na nossa proposta de trabalho e em nossa atuação. Enfim, que Deus possa proporcionar saúde a todos nós, porque, eu costumo dizer que a única coisa que temos que pedir para Deus é saúde e o mais é consequência. E sem duvida, agradecer toda a imprensa. Sou extremante grato à imprensa, pois ao longo desses 16 anos, me elogiou na hora que deveria e fez críticas na hora que deveria. Tudo isso fez com que proporcionasse o meu crescimento.

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