por Mel Soares

Na tarde desta quinta-feira, 29, o Ministério Público acompanhado pela Polícia Civil esteve no cemitério Bom Jesus para recolher o computador e documentação, os quais serão copiados e depois devolvidos.

Conforme trabalho de levantamento feito no ano passado, em torno de 200 mil pessoas estão enterradas no cemitério Bom Jesus que possui sete mil jazigos com capacidade para 21 mil gavetas. As informações foram repassadas pelo promotor de Justiça, André Luís Alves de Melo, que atua como curador do Patrimônio Público desde 2015. “Foi constatado que 800 túmulos estão abandonados”, completou.

 

Atualmente, cinco casos relativos a venda de túmulos e de serviços de reformas estão sendo investigados pelo Ministério Público (MP) que continua apurando denúncias e aguardando a regularização do local por parte da prefeitura. As ações que tramitam desde 2001 podem gerar pedidos de prisão ou afastamento da função exercida.

O representante do MP afirma que três Termos de Ajuste de Conduta foram firmados com a prefeitura no intuito de agilizar a regulamentação. Enquanto isso não acontece, outras investigações estão em andamento incluindo a apuração se um dos atuais servidores do local está apto a exercer o cargo.

“Trata-se de uma das situações mais graves no município e a prefeitura deveria resolver isso com mais empenho”, definiu.

 

A técnica de controle era feita por meio de anotações que, segundo o promotor, era utilizada no século XIX. A informatização para facilitar o acesso aos locais dos túmulos ainda está em fase de implementação.

Sobre a omissão quanto a fiscalização dos poderes Executivo e Legislativo, o promotor afirma que eles correm o risco de serem processados.

O cemitério Park é o próximo a ser investigado pelo Ministério Público tendo em vista que há indícios de desorganização.

“Somente quando forem resolvidas todas estas situações iremos dar fim as investigações”, concluiu.