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Direito e Justiça

qui, 16 de janeiro de 2020 05:11

Abertura-direito-e-justica

   A política suja e rasteira:

  • Reiterando DJ de 9.11.2011

1ª) –    Se não houvesse a estipulação de polpudos vencimentos para vereadores (e até mesmo para senadores, deputados federais e deputados estaduais) e sim, quando muito, uma pequena e suficiente ajuda-de-custo capaz de acudir despesas inevitáveis, será que teríamos tantos pré e futuros candidatos; cerca de 150 a 200 candidatos, em Araguari, nas eleições municipais de 2.004 e de 2.008, disputando as minguadas 11 cadeiras legislativas, enfrentando tantas decepções e acidentes de percurso? Quantos teremos, então, em 2.012, quando o número de cadeiras voltou a ser de 17? Acredito que entre 200 e 300, se não mais, ignorando as regras mais básicas de uma eleição sob o sistema proporcional.

 

                        OBSERVAÇÃO ATUAL:

 

 

            Agora, em 2020, espera-se de 200 a 300 candidatos, levando-se em contra a proibição das coligações na eleição proporcional e o grande (enorme) número de legendas. A qualidade, todavia, decresceu ainda mais e devemos nos lembrar de que estamos, provavelmente, com a pior legislatura de que se tem notícia ou memória.

 

 

2ª) –    Por que será que todos os pré e os futuros candidatos, com raríssimas exceções, consideram-se antecipadamente eleitos, francamente imbatíveis e sempre com uma enxurrada de votos? Seria mesmo a comentada falta de desconfiômetro, ou a pura e simples inexperiência política? Como quer que seja, neste “métier” não há mais lugar para amadores. Os “profissionais” da política buscam bons empregos, benesses, mordomias, pouco se importando com a coisa pública e o bem comum.

 

                        OBSERVAÇÃO ATUAL:

 

Nada mudou! Cada um dos Partidos Políticos tem o seu próprio “dono” (dono mesmo) e os seus “caciques” (com as suas respectivas tabas) fazendo com que os pretendentes de fora sejam automaticamente excluídos do quadro político. No Brasil, eu creio que (normalmente) jamais passará a permissão legal para candidaturas avulsas, pois seria simplesmente o fim desses vergonhosos “currais eleitorais” Com certeza, seria! Somente para elucidar: temos atualmente 35 siglas partidárias em atividade e 70 em processo de formação. Uma realidade absolutamente ridícula e incondizente com uma democracia que se quer ver respeitável. Torna a política um balcão de negócios e de chicanas. Nada mais do que isso…!

 

 

3ª) –    Por que os partidos políticos e as eventuais e correlatas coligações insistem em “inchar” os seus quadros e levam à disputa eleitoral candidatos pífios, inclusive moralmente e sem nenhuma mensagem construtiva ou séria, muitas vezes com parcos redutos eleitorais, circunscritos por vezes ao próprio círculo familiar, ou nem mesmo isso e que nada acrescentam ao nosso sistema democrático, muito menos em termos de qualidade pessoal?

 

 

 

            OBSERVAÇÃO ATUAL:

 

“Inchar” e não “qualificar”. É desse jeito que se fazia antes, é assim que se faz agora. Basta lembrar o aspecto legal da obrigatoriedade de compor-se uma chapa com pelo menos 30% de candidatas mulheres. Seja porque (majoritariamente) o sexo feminino não se interessa pela política como está havendo, seja porque são afastadas de uma forma ou de outra, o que vemos é a simulação. Candidatas “arranjadas” pura e simplesmente para atender o percentual legal e nada mais. Recebem os recursos dos seus Partidos Políticos e devolvem integral ou parcialmente. Haja vista a encrenca em que um Ministro do Executivo Federal acha-se metido por causa disto.

 

 

4ª) –    Quem é o mais corrupto? Será o político, candidato ou não, que compra o voto, ou é mesmo o eleitor, que o vende, mesmo premido por suas misérias material e moral?

 

Há gente (autoridades constituídas e até integrantes da imprensa,) que chegam a afrontar o Código Penal, fazendo uma verdadeira apologia ao crime, quando instigam ou induzem o eleitor a vender o seu voto, sob a desculpa de tratar-se de uma justificável esperteza, fazendo-o para dois, três, quatro, cinco, ou mais compradores,  como se houvesse alguma diferença substancial entre aquela primeira  e abjeta conduta de vender o voto uma só vez e esta última de vendê-lo mais de uma vez. Depois, passado o pleito e até mesmo por falta de um assunto melhor, voltam à velha retórica, na verdade, uma ladainha cansativa e chocha, de condenar a compra e venda escancarada e escandalosa de votos, quando eles, formadores de opinião, foram, também, responsáveis diretos (ou indiretos, se preferirem) pelo fato.

 

Em diversas eleições municipais, vi candidatos alcoolizados, que não se dão ao respeito; vi companheiros de coligação, lado a lado, quase que se engalfinhando (literalmente); vi inimigos figadais, fingindo união e companheirismo; vi candidatos analfabetos, ou pelo menos semianalfabetos, que mal articulavam as palavras mais simples;  enfim, vi coisas do arco-da-velha, coisas que não esmaecem a minha convicção de ser ainda a democracia o melhor dos sistemas ou regimes de governo, mas que me dão a certeza de que, para melhorarmos tudo o que por aí se encontra, será preciso, sim, um esforço contínuo e árduo de várias gerações de brasileiros, exercendo com responsabilidade e brio o direito-dever do voto. Se é que é mesmo verdade ser o povo que os põe lá, deverá ser também o povo que haverá de tirá-los de lá. Ou seja, a esses maus políticos.

 

 

Para estes “políticos profissionais”, dos quais tenho uma acendrada ojeriza, bastar-me-ia lembrá-los de que o tempo passa de uma forma inexorável e de que nenhuma eleição é igual à outra e a vontade popular, como tudo na vida, é absolutamente imprevisível.

 

 

OBSERVAÇÃO ATUAL:

 

Pois é assim, minha gente! Ah, se arrependimento matasse! Mas, não mata. Ele, o arrependimento, quando muito, confunde e tenta justificar safadezas e hipocrisias tanto dos eleitos quanto dos não eleitos e mesmo dos eleitores.

 

– Eu me arrependi de não ter votado na sua pessoa…

– Eu tive que votar no meu parente…

– Ele é meu amigo…

– Ele é meu colega de futebol e de farras…

– Ele deu vasinhos com flores…

– Ele vai defender os cachorros de rua…

– Ele vai proibir os foguetes…

– Ele vai proibir o guinchamento de carros…

– Ele vai plantar uma árvore para cada voto…

– Ele vai colocar o nome do meu pai na rua…

– Ele vai dar emprego para meu filho (ou filha)…

– Ele vai asfaltar a minha rua…

– Ele me deu uma cesta básica…

– Ele me pagou R$ 100,00…

 

Pois é isso. São as mesmíssimas e corriqueiras promessas enganosas e mirabolantes de sempre, características de toda campanha eleitoral municipal. Ou o eleitor é trouxa ou é mal-intencionado; você escolhe.

 

Promessas vãs, afirmativas de medidas que um vereador não pode bancar, seja por ser inconstitucional ou ilegal, ou por ser de iniciativa exclusiva do poder Executivo, ou por ser simplesmente inexequível. Enfim…!

 

Pois, se é assim, aguentem as consequências deletérias que certamente advirão das suas (das nossas…) más escolhas. . Sem choro. Sem resmungos. Sem frescuras.

 

Babacas!!!

 

 

 

 

Um de Cada Vez

 

 

Um amigo nosso caminhava ao pôr-do-sol numa praia deserta, no México. À distância, viu outro homem caminhando. Ao se aproximar, notou que o homem se abaixava, pegava alguma coisa e jogava na água. Volta e meia, se abaixava e jogava alguma coisa no mar.

 

Chegando ainda mais perto, viu que o homem pegava estrelas-do-mar, deixadas na areia pela maré e as devolvia ao mar.

 

Intrigado, nosso amigo se aproximou e disse ao homem:

 

– Boa tarde, amigo. Estou me perguntando o que você está fazendo?

 

– Estou devolvendo as estrelas-do-mar. A maré está baixa e, se ficarem na areia, vão morrer.

 

– Entendo – disse nosso amigo. Mas há milhares de estrelas-do-mar nessa praia. Você não vai conseguir pegar todas. São muitas! Você não vê que isso deve acontecer em centenas de outras praias? Não vê que não faz a menor diferença?

O homem sorriu, abaixou-se, pegou mais uma estrela e jogou-a no mar, dizendo:

 

– Faz diferença para esta aqui.

 

 

Dave Gallowary

 

FONTE:         Você Não Está Só – Livro II –                                         Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Patty   Hansen

1 Comentário

  1. Eliane disse:

    Eu adorei a fala do pessoal do Di Trajan hoje na Vitoriosa. Eu nunca vi duas pessoas falarem tão certo. Deputados lançarem candidatos para depois terem a cidade nas mãos como já aconteceu há décadas atrás aqui, porque aqui já teve gente que quando não queria uma pessoa fazia a transferência dela pra longe. Agente não vê candidatos falarem de suas propostas grandes para a cidade e sim só picuinhas de pessoas que querem estar lá na prefeitura a qualquer preço. E também só falam porque não estão lá mamando nas divinas tetas e quem está morre de medo de não permanecer. Araguari sempre teve esse problema esperar pelo próximo prefeito. Eu acho que a pessoa para falar do serviço do outro tem que ser o dez, porque assim como eu falo do serviço do outro eu vou achar quem fala do meu também. E olha lá que eu sou do partido do PVN, mas candidato de deputado eu não voto. Deputado tem é que trazer dinheiro para a cidade, ou não ficou satisfeito com o cargo.

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