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Dia Nacional da Mulher no Brasil

qui, 1 de maio de 2014 01:45

Vanessa Zago *

Hoje, 30 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Mulher instituído em 1980, como homenagem à Jerônima Mesquita, enfermeira que liderou o movimento feminista no Brasil e lutou pela emancipação feminina.

Quem foi Jerônima Mesquita? Nasceu no dia 30 de abril de 1880 na sede da fazenda Paraíso, na cidade de Leopoldina (MG). Sua família alternava residência na Tijuca, Rio de Janeiro – então Capital Federal – e a fazenda.

Jerônima se casa na cidade do Rio de Janeiro, com seu primo Manoel Miguel Mesquita, em 1896 e um ano depois, nasce Mário Mesquita, seu filho único. Todavia, o casal se separa amigavelmente o que ocorreu três anos depois em sentença confirmada pela Corte de Apelação, no Rio de Janeiro.

Depois de algum tempo, Jerônima Mesquita passa a morar na Europa, principalmente na França prestando relevantes serviços, como voluntária, na Cruz Vermelha Francesa durante a Primeira Guerra Mundial e, posteriormente na Cruz Vermelha na Suíça. De volta ao Brasil funda o Movimento Bandeirante do Brasil em 1919, com o objetivo de lealdade a Deus e à Pátria, ajuda ao próximo em todas as ocasiões e obediência ao código bandeirante. Foi fundadora e participante da associação Damas da Cruz Verde cuja finalidade era combater diversas doenças graves que grassavam no Brasil no primeiro quartel do século XX. De coração piedoso, percebendo o desamparo em que se encontravam um grande número de gestantes pobres em nosso país e abandonadas à própria sorte, reuniu pessoas influentes e amantes da assistência social, incentivando-as, para juntas criarem a Pró-Matre na cidade do Rio de Janeiro, entidade que até hoje continua prestando serviços em muitas cidades do país.

Em 1932, Jerônima Mesquita, que já era sufragista, foi pioneira ao lado de Bertha Lutz na vitoriosa luta para que todas as mulheres acima dos 18 anos de idade pudessem também votar. “As mulheres, assim como os homens, nascem membros livres e independentes da espécie humana, dotados de faculdades equivalentes e igualmente chamados a exercer, sem peias, os seus direitos e deveres individuais, os sexos são interdependentes e devem, um ao outro, a sua cooperação. A supressão dos direitos de um acarretará, inevitavelmente, prejuízos pra o outro, e, consequentemente, pra a Nação”. Este é um trecho do Manifesto Feminista, de autoria de Bertha Lutz, Maria Eugênia e Jerônima Mesquita, escrito em 14 de agosto de 1934.

Sua atuação pelo direito da mulher ao voto foi veemente. Hoje, as mulheres exercem o direito pleno ao voto, mas ainda enfrentam uma disputa desigual no que tange à ocupação dos espaços no parlamento. Atualmente, as mulheres ocupam menos de 9% dos cargos na Câmara Federal e a conquista destes espaços é fundamental na luta por políticas específicas de gênero.

Participou da criação da Associação dos Pequenos Jornaleiros, organização que dava assistência à crianças órfãs e carentes e, em 1947, Jerônima Mesquita ao lado de um grupo de mulheres fundou o CNMB – Conselho Nacional da Mulher do Brasil.

Jerônima morreu em 11 de dezembro de 1972, no Rio de Janeiro, onde morava. Pela sua destacada atuação em prol da assistência social, questões feministas e sufragismo, um grupo de 300 mulheres se mobilizou para que no Brasil tivéssemos o Dia Nacional da Mulher, comemorado na data de seu nascimento.  A Lei n° 6.791/80 foi sancionada pelo Presidente João Figueiredo e, infelizmente pouco conhecida entre nós.

À todas as mulheres brasileiras o nosso respeito. Creio que o feminismo do século XXI tem ante si o estimulante desafio da diversidade. A existência de uma única maneira de ser mulher é impensável na sociedade da informação e do conhecimento. Há infinitas formas de ser mulher, mas um mesmo caminho pela frente: a luta pelos direitos. Que a luta desta brasileira seja replicada a cada dia em nossa história.

* Presidente do PMDB Mulher de Uberlândia e membro do Conselho Municipal da Mulher, MBA em Gestão Empresarial e Recursos Humanos pela FGV

1 Comentário

  1. Lucimar correia do amaral disse:

    Ótima informação, faço todo ano uma programação voltada para a mulher brasileira

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