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Denúncias de irregularidades em residências do MCMV aumentam na cidade

qui, 1 de março de 2018 05:11

por Tatiana Oliveira

Pelas regras do programa federal, imóveis destinados às famílias com renda de até R$ 1,8 mil não podem ser negociados ou cedidos até que sejam quitados

Após publicação na Gazeta do Triângulo no dia 20 de fevereiro sobre as denúncias do Minha Casa Minha Vida, o número de casos reportados à secretaria de Planejamento, Orçamento e Habitação aumentou, é o que informa o secretário da pasta Marlos Fernandes. “Depois disso a informação saiu em diversas outras mídias e isso fez com que as pessoas trouxessem mais informações sobre casas vendidas, alugadas e cedidas ilegalmente”, informa.

Pessoas que compraram ilegalmente os imóveis terão que devolver a residência

Pessoas que compraram ilegalmente os imóveis terão que devolver a residência

 

De acordo com o diretor de Habitação da secretaria de Planejamento, Orçamento e Habitação, Sebastião de Fátima Ferreira da Cunha, o número chega a dobrar. “Não há como quantificar, pois as denúncias aumentaram muito, mas acredito que seja duas vezes maior. Fomos pegos de surpresa, não estávamos esperando isso, mas tudo que chega estamos passando aos bancos financiadores”, disse. Até o dia 20 de fevereiro, a prefeitura de Araguari enviou 471 ofícios relativos a denúncias de 2017 à Caixa Econômica Federal – CEF – e ao Banco do Brasil – BB, instituições que são os financiadores dos residenciais do Minha Casa Minha Vida – MCMV – faixa I.

Conforme explica à reportagem, a maior preocupação é de moradores que compraram a casa em ágio. “Muitos vieram nos procurar por estarem preocupados de perder a casa, o que de fato vai acontecer. Essas residências do Minha Casa Minha Vida só podem ser comercializadas após a quitação do financiamento”, conta.

Em nota oficial à reportagem a CEF informa que não é proibida a venda do imóvel da Faixa 1 do PMCMV (destinados às famílias com renda de até R$ 1.800,00), desde que seja quitado o valor da dívida integral e devolvido o subsídio recebido do Programa, conforme previsto na Lei nº 11.977/2009 e em contrato. “A comercialização (aluguel e venda) de imóvel do PMCMV, sem a respectiva quitação, é nula e não tem valor legal. Quem vende (ou aluga) fica obrigado a restituir integralmente os subsídios recebidos e não participará de mais nenhum programa social com recursos federais. Aquele que adquire irregularmente, perderá o imóvel. Esta condição é informada ao beneficiário por ocasião da assinatura do contrato. A Caixa não reconhece contrato de gaveta”, coloca o órgão em nota oficial.

Desde 2009 a Caixa recebeu e atendeu 1.678 denúncias de ocupação irregular de unidades do Programa Minha casa Minha Vida – Faixa 1 na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, das quais 302 estão com solicitações de reintegração de posse solicitadas ou em fase de envio à Justiça Federal.

Os responsáveis pela fiscalização são as agências financiadoras do programa, seja Caixa Econômica Federa – CEF – ou Banco do Brasil, que fiscalizam a situação após o recebimento das denúncias, que podem ser feitas via prefeitura ou através do Programa Caixa de Olho na Qualidade (no caso da CEF), que tem objetivo de atender aos beneficiários do PMCMV. Em nota envida à reportagem no dia 21 de fevereiro, a Caixa explica como funciona o procedimento. “Neste Programa eles tem a opção de fazer denúncias de uso irregular, invasão, venda ou ociosidade. O telefone é  0800-7216268 e a ligação é gratuita”, diz nota.

Ao receber denúncia de imóvel não ocupado, bem como demais irregularidades, a CEF notifica os moradores para que comprovem a ocupação regular do imóvel. “Caso fique comprovada a irregularidade, a Caixa adota medidas judiciais cabíveis, no sentido de buscar a rescisão do contrato e a reintegração de posse do imóvel”, coloca assessoria do banco.

Recentemente a Caixa ampliou o convênio com o Conselho Federal de Corretores de Imóveis -COFECI – para que este, por meio dos CRECI, auxilie também na fiscalização de eventuais comercializações irregulares de imóveis na Faixa 1, inclusive no que se refere à atuação de corretores e imobiliárias.

3 Comentários

  1. Roberto disse:

    E demais Brasileiro nâo devia ter casa tão de graça eles pegam e vendem pergunto quem é mais corrupto os politicos ou nós

  2. Anônimo disse:

    Como diz aquela frase: TUDO FÁCIL, O VALOR NUNCA TRAZ. Tem uma família que colocou fogo este final de semana. A pessoa tem que lutar para comprar com seu próprio suor. Devia dar valor, pois tem família que tem dificuldade para pagar até os 50 reais por mês. Sem contar uma porção de pessoas que ganharam e não precisavam pois já tinham casas. Brasileiro já nasce sabendo passar a perna.

  3. Anônimo disse:

    Estes imóveis não são dados gratuitamente, são pagos, são financiados. Isso se chama falta de fiscalização pela CEF, moro em um conjunto do programa e aqui são vários apartamentos invadidos ou que foram vendidos e alugados irregularmente, já fizemos várias denúncias na CEF e na Urbel mas de nada adiantou.
    Meu condomínio é o Figueira, rua 2469, nº140 em Belo Horizonte-MG. Precisamos de ajuda, pois há moradores sendo ameaçados.

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